terça-feira, 3 de novembro de 2009

Guia Prático de Empreendedorismo - Parte 1


Esse é o primeiro post de uma série que escrevi sobre empreendedorismo. Trata-se de um guia prático que eu preparei a partir das minhas experiências e do vasto material que se encontra disponível na Internet hoje em dia. São anotações e observações que eu reuni durante algum tempo para mim mesmo, mas compartilho aqui com vocês porque acho que pode ajudar mais pessoas a alcançarem o sonho de ter o seu próprio negócio. O guia completo você encontra aqui.




Guia Prático de Empreendedorismo - Parte 1
A Motivação por Empreender

Toda empresa começa pelo empreendedor. Ele é a razão de ser da história toda. Eu gosto muito da definição de Martin Varsavsky sobre o que é um empreendedor: é uma pessoa tentando encontrar um lugar para ela no mundo. Se você ainda está tentando encontrar o seu lugar no mundo, esse texto é para você. Quem sabe empreender seja o seu caminho.

Você deve estar cansado de ouvir que vivemos em um mundo em transformação e blá, blá, blá. Eu estou cansado pelo menos. São tantas mudanças, e a toda hora, que a única certeza atualmente é que as coisas estão mudando. Mas vale à pena voltar a esse assunto batido, porque ele nos interessa aqui. Mudanças têm acontecido em todos os aspectos da nossa vida, mas principalmente do ponto de vista tecnológico. Essa evolução constante em termos de tecnologias disponíveis à humanidade alterou profundamente as regras econômicas da sociedade, e com isso as relações de trabalho. O que era uma boa carreira para o seu pai há décadas atrás certamente não é mais para você. O emprego estável que seu tio teve durante 30 anos não existe mais.

Poderíamos passar um bom tempo discutindo o porquê dessas transformações no mundo do trabalho, mas eu quero focar em algo bem específico: as tecnologias estão fazendo as pessoas enxergarem mais. Me parece que muita gente hoje acha que trabalha demais. Ou mais importante ainda, acha que não trabalha em algo em que acredita. E trabalhar demais, e em algo que não acredita, não traz satisfação nenhuma. Pode até ser estável, mas não dá nenhum prazer. Acontece que mais pessoas hoje querem satisfação, querem prazer, querem trabalhar em algo que lhes apaixone. Estabilidade está definitivamente em segundo plano.

Essa busca incessante por satisfação, por sua vez, caiu como uma bomba no colo de muitas empresas. Em muitos casos, é o fim do modelo 'fábrica', onde uma empresa vende um produto ou serviço com razoável previsibilidade, tentando incessantemente cortar custos ao longo do caminho. Durante muito tempo muita gente sonhou trabalhar em uma empresa assim, afinal fazer o que lhe mandam, não ter grandes responsabilidades e ainda assim ter relativa estabilidade soa bem ao nosso inconsciente. Somos seres-humanos e estabilidade nos atrai. O problema é que esse tipo de empresa invariavelmente acaba trabalhando para manter o status quo, produzindo produtos medianos para consumidores medianos. Essa estratégia é perfeitamente correta em um ambiente estável: estabeleça confiabilidade e previsibilidade, corte custos e lucre com isso. A novidade? Esse modelo está com os dias contados. As pessoas como consumidores estão cada vez mais buscando algo diferente, algo que tenha significado, algo em que elas acreditem. Aquele produto de série, mediano, iguais aos outros não interessa mais. Elas querem algo único, significativo. E as pessoas estão se comportando da mesma forma com relação a suas carreiras. Se o seu sonho de carreira é ser um gestor e manipular recursos da melhor maneira possível para executar uma tarefa, boa sorte e continue com o seu emprego na fábrica. Se você, ao contrário, tem vontade de liderar e criar mudanças no mundo ao seu redor, mudanças em que você acredita, então empreender pode ser para você.

Veja bem, não estou aqui defendendo que empreender seja uma alternativa que todos deveriam seguir. Não precisamos de 100% de empreendedores, simplesmente não funcionaria. Também não estou dizendo que empreender tem mais valor do que trabalhar para uma empresa ou organização qualquer, ou que buscar estabilidade e segurança é besteira. A essa altura eu espero que esteja claro que o conteúdo desse guia é baseado na minha experiência, no meu entendimento, e as coisas que mencionei anteriormente são, bem, as minhas motivações. O importante é você perceber o contexto onde estamos inseridos atualmente e as mudanças que estão acontecendo - e o que elas estão causando. Cada um é senhor da sua vida profissional e as motivações para empreender podem ser as mais variadas possíveis. Agora se você ainda não encontrou algo pelo qual trabalhou apaixonadamente, se ainda está em busca do seu lugar no mundo e quer fazer algo a respeito, se está disposto a correr os riscos e no final da história ainda ganhar um dinheirinho, sente aí parceiro. A estrada é esburacada mas a gente chega lá.


Próximo capítulo: A Busca por Idéias.


Reggie, the Engineer (João Reginatto).
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