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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Reedição - Coisas que deixamos pelo caminho

Thomas saiu para correr às seis e trinta da manhã e chegou ao parque quinze minutos depois. Depois de uma noite mal dormida o natural seria pular o exercício e ficar um pouco mais na cama, não para ele. Precisava disso, precisava do exercício para acertar as idéias. As coisas no trabalho não iam bem, os conflitos com o chefe eram constantes, ao ponto dele não ter certeza se teria emprego na próxima semana. Não deveria ser assim, ninguém deveria brigar para fazer o que gosta. Passou por um casal sentado em um banco no parque. Estavam abraçados, juntinhos, a taça de champagne indicava que, para eles, era ainda a noite que estava terminando e não o dia começando. Sentiu uma ponta de inveja, dos dias mais simples, quando podia se dar o luxo de passar a noite em claro com alguém.

Marcos e Érica não conseguiam se desgrudar, literalmente. A impressão dela é que se quebrasse aquele abraço nunca mais o teria nos braços. Era muita loucura, muita paixão, e agora, muito sofrimento. Conheceram-se apenas dois meses atrás meio que por acaso, e a paixão foi avassaladora. Sentiam-se ligados, como se juntos por anos. O problema eram os planos de Marcos para o MBA nos Estados Unidos, planos feitos antes disso. Decidiram não dormir na noite que antecedia a viagem e culminava no dia de hoje. Marcos fechou os olhos e apertou mais ainda o abraço. Harvard ou Érica? Achava que já havia decido, mas nos braços dela já não tinha mais certeza. Uma jovem mãe passeava tranquila com seu filho no carrinho, ela, certamente, não se preocupava com as dores da separação.

Patrícia empurrava o carinho com vigor enquanto o pequeno Lucas curtia o passeio. Na sua cabeça um turbilhão de emoções conflitantes. Ser mãe era um sonho realizado e o Lukinha uma dádiva, depois de tantas tentativas frustradas. Mas, sabia do preço disso para a sua carreira, ainda que fosse uma comparação injusta. Em quinze dias voltaria ao trabalho e o simples pensamento de deixar o filho em casa já provocava um frio na espinha. Será que ainda teria a mesma força para lutar pelos seus objetivos profissionais? Sentiu-se cansada. O senhor que passeava na direção oposta com seu cachorro sorria. Talvez seja isso, talvez só a aposentadoria nos traga descanso e realização.

Ninguém mais escuta os velhos, disso Edegar tinha certeza. Ou melhor, "Seu Edegar", como o pessoal do prédio costumava o chamar. Respeito, só tinha mesmo do Bidu, seu schnauzer, companheiro inseparável. A aposentadoria precoce do serviço público, promessa de descanso ainda jovem, havia se transformado em uma maldição. Sentia-se castrado, diminuído de seu poder e potencial. Uma verdadeira lástima, pois tinha tanto potencial. Mas agora ninguém contrataria um velho, ninguém em sã consciência. Jogava suas fichas na eleição para síndico, sua última chance de tornar-se útil para sociedade. Avistou em sua direção um homem que corria vigorosamente. Saudades dos meus trinta anos, nessa idade não havia problema que não pudesse ser superado.

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Jack DelaVega