Manual do Empreendedor - eBook Gratuito

Dicas e Técnicas para você transformar suas idéias em um Empreendimento de Sucesso

Guia Especial - Gestão

Uma coleção de textos sobre tópicos fundamentais em Gestão nos dias de hoje

O Melhor do Humor no Escritório

eBook Gratuito que compila os melhores textos de humor de Jack DelaVega

Guia Especial - Planejamento de Carreira

Tudo que você precisa saber para fazer um bom planejamento de carreira e atingir os seus objetivos pessoais e profissionais

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Os nerds amam e também têm vícios

Que dia feliz. Depois de uma semana angustiante na mais profunda escuridão digital, o acesso à minha caixa-postal de e-mails foi finalmente re-estabelecido. Entro no programa de correio eletrônico e confiro o resultado: 317 mensagens não lidas. Difícil descrever a sensacão, mas com certeza satisfacão, sorriso de canto de boca e auto-estima em alta se fazem presentes.

Perco de 2 a 3 horas absorvendo aquelas mensagens. Algumas são de seres humanos normais, querendo notícias, desejando o seu bem. Outras não passam de resultado de linhas de código em programas de computador, notificando problemas ou simplesmente dando sinal de vida. Mas são 317 mensagens. Todas minhas, só minhas, minhas preciosas, todas endereçadas a mim (mesmo que seja em cópia). Umas poucas solicitam ou merecem resposta. A maioria acaba desintegrada no vazio da lixeira virtual. Depois dessas 2-3 horas, termino com 23 mensagens que merecem ser guardadas mais um pouco. Dessas, talvez umas 12 fossem realmente importantes. Apenas 1 eu não poderia perder de jeito nenhum. Mas foram 317 mensagens.

Parece mentira, mas essa situacão bizarra aconteceu comigo a uns dias atras. Parei pra refletir um pouco e me pareceu um tanto absurdo. Mas a verdade é que o e-mail tornou-se um vício, assim como várias outras ferramentas vinculadas à Internet. Atire a primeira pedra quem nunca sentiu-se ligeiramente triste quando ao chegar no escritório em uma segunda-feira pela manhã encontrou menos de 5 e-mails em sua caixa-postal. A sensacão é horrivel, a auto-estima vai lá embaixo e o nerd se vê enfrentando uma crise de identidade. Amigos já me disseram que, de maneira similar, precisam entrar no Orkut e ver recados deixados lá, caso contrário surtam. Certamente outros precisam entrar no IM de noite e serem procurados por alguém. De outra forma são todos perdedores, escória, vagabundos que não tem a menor importância no mundo. Certamente já devemos ter casos de pessoas viciadas em celular e em blackberry.

Quando recebemos um e-mail, nos sentimos importantes, necessários. Alguém pensou em você, nem que fosse por um nano-segundo. No pior caso pensou em uma lista de distribuicão, mas da qual você orgulhosamente faz parte. Vício.

Que coisa, é realmente um absurdo. Mas OK, confesso... volto no mínimo umas 3 vezes ao dia a TriboDoMouse para conferir os comentários...

Reggie, the Engineer.
--

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ética Clara como Cristal

Entrei na reunião. Estava eu e mais três gerentes. O assunto não era nada técnico. Iríamos discutir um problema relacionado com apelidos e algumas outras brincadeiras que estavam incomodando algumas pessoas do time.

O assunto não era novo para mim. Dentro do meu time, há apenas 20 dias antes daquela reunião, um desenvolvedor ficou extremamente irritado com o apelido que lhe haviam colocado. A reação dele em um almoço foi incisiva: disse que não havia gostado e que o pessoal tinha passado do limite, chegando até a desenhar uma linha imaginária na mesa, separando ele dos outros. Quando soube o que havia ocorrido, fui falar informalmente com o pessoal que havia colocado o apelido.

- Pessoal, não sou professor de segunda série. Tenho confiança que vocês vão saber enxergar o limite. Se souber que isso impacta 1% no trabalho, vou intervir.

Também tive uma conversa informal com a pessoa que havia recebido o apelido para garantir que ele sabia como se defender.

Meu medo de interferir naquele assunto era criar inimizade entre as partes, fazendo com que o problema não se resolvesse, apenas se mascarasse. E o que eu esperava ocorreu. A natureza fez as pessoas entenderem os limites e todos ficaram amigos alguns dias depois.

Mas vamos voltar à reunião. O problema principal era que um dos gerentes estava pessoalmente ofendido e estava com o sangue muito quente - queria uma solução urgente do assunto.

Minha estratégia estava montada:
1) Somos pessoas seniors, não podemos agir pela emoção. Vamos nos concentrar nos fatos
2) Não vamos fazer disso um caso absurdo. Isso ocorre e só precisamos falar com as pessoas envolvidas.

A reunião iniciou. Pelo tom do gerente ofendido vi que a reunião ia ser pesada – muito pesada. Foi quando uma voz iluminada ao meu lado falou calmamente:

- O meu ponto é que temos culpa nisso. Rimos dos apelidos e das brincadeiras. Somos coniventes. Indiretamente, até incentivamos esse tipo de comportamento para manter o ambiente descontraído.

Silêncio na sala. Mortal.

E não é que ele tinha razão? Só não tinha razão como tinha achado a causa-raiz de tudo. A reunião acabou rapidamente depois daquele comentário. Nos comprometemos a mudar a forma como nos comportaríamos diante de circunstâncias do gênero.

Vou ser sincero. Saí da reunião arrasado. Não por ter entrado com a estratégia errada. O problema é que percebi que mesmo se tivesse pensado nessa estratégia, não teria tido a coragem de segui-la naquele ambiente hostil. Logo eu, que falo sempre em fazer o certo pelo certo.

Mas cheguei em casa já um pouco melhor . Percebi que, depois de tanto tempo sem ver atitudes similares naquela empresa, podia contar com uma pessoa ética e honesta ao meu lado. Naquele dia, sem querer, ele não apenas resolveu a reunião, mas deu uma lição de humanismo para todos que ali estavam. Uma lição de vida.

Espero que a próxima vez não tenha dúvidas em fazer o certo.

Dr. Zambol
--

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Até mais

Lembro como se fosse hoje, estava sentado na varanda da casa dos meus pais quando minha mãe começou a ler uma notícia no jornal. A Dell estava vindo para o estado.

- Olha Júnior, isso pode ser uma oportunidade pra ti.
- Que nada mãe, a Dell é só uma montadora de computadores, o meu negócio é Software.

Como se ela soubesse o que é isso. E pelo jeito nem eu sabia. Três anos depois eu começava na Dell, para a maior aventura da minha carreira.

Nem recordo direito quem eu era naquela época, mas tenho certeza que sou hoje um profissional melhor, e arrisco dizer, uma pessoa melhor. Como no filme "Diários de Motocicleta", que narra a juventude de Che Guevara, acredito que a jornada forja o homem e não o inverso. E a Dell foi o palco principal dessa jornada. O sucesso de uma empreitada pode ser medido pelo aprendizado que levamos adiante. E em nenhum outro lugar aprendi tanto quanto aqui.

Mas nada vai me deixar mais saudades do que a oportunidade de trabalhar com os melhores profissionais do mercado. Pessoas que me desafiaram a ser melhor, a crescer constantemente e mesmo a rever o meu modo de pensar. Da lista rápida dos profissionais que trabalharam comigo, lembro do Reginatto que está na Irlanda, o Rudra em Portugal, o Anderson em Tóquio, o Lisandro em Londres, o Gheller em Barcelona, o Eduardo em Toronto. Isso só para citar os que saíram do Brasil. O mundo é um quintal para talentos assim. Uma grande empresa não perde bons profissionais para o mercado, mas os deixa perseguir seus sonhos, onde quer que eles estejam. E comigo não foi diferente.

Finalmente, não vou conseguir agradecer individualmente a todos que me ajudaram, a lista seria imensa e eu correria o risco de esquecer alguém. O mesmo serve para o meu pedido de desculpas, tenho dimensão das bobagens que já fiz, portanto serei genérico:

Obrigado a todos e desculpem qualquer coisa.

[]s
Juarez Poletto

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Confraria do Crepúsculo

Nunca simpatizei muito com networking. O simples fato de falar com pessoas para que elas me conhecerem, resultando em ganho para alguma ou ambas as partes me parece errado de alguma maneira. Sei lá, pode ser problema comigo, mas sou um pouco “ermitão”, como a maioria das pessoas de TI. Lembro de um colega falando que um profissional deve distribuir pelo menos vinte cartões de visita por mês. Solicitei um cento à quase dois anos e acho que ainda tenho uns oitenta sobrando.

De qualquer jeito, o fato é que pelo menos uma vez por mês me encontro com o pessoal do serviço para tomar uma cerveja e colocar a conversa em dia. Não é networking, é mais terapia em grupo mesmo, talvez um pouco mais que isso. A Confraria do Crepúsculo, assim apelidada tem regras claras, como qualquer confraria que se preze:
  1. Para participar só com convite formal, aprovado pelos todos membros.
  2. Aquele que convida é responsável pelo novo membro, ai dele se falar bobagem.
  3. O que se fala na mesa, morre na mesa.
  4. E finalmente, a que eu mais gosto, dívida de cerveja se paga com cerveja.
Semana passada me dei conta de que a Confraria não está indo mal. A maioria foi promovida, trocou de empresa ou de função sempre para melhor. Alguns até estão morando fora do país, o que dificulta a cerveja, mas fazer o que? São os percalços do sucesso. O fato que me chamou a atenção é que esse microcosmo da empresa está indo muito bem, obrigado, a despeito do resto. Cabe a análise: Isso é causa ou consequência? A Confraria do Crepúsculo congrega profissionais de sucesso porque escolhe os mais competentes? Ou o fato de participar da Confraria faz com que as pessoas tenham mais sucesso? Tostines vende mais porque é fresquinho?

Infelizmente como grande parte dos nossos posts, não tenho a resposta. Gostaria de ser pretensioso o suficiente para dizer que a Confraria ajuda na carreira das pessoas. Poderia até criar uma empresa de consultoria de carreira regada a cerveja, tá aí uma idéia para depois da aposentadoria. Uma boa explicação pode estar relacionada ao fato de que nos últimos meses alguns membros da confraria foram convidados a trabalhar com outros. Como se a mesa servisse como uma grande processo de entrevista. No fim das contas as opiniões expressadas nesse ambiente acabam sendo muito mais verdadeiras. O álcool é um excelente "elixir da verdade".

O Jack Welch comenta que um sujeito que trata mal um garçon vai fazer o mesmo no ambiente de trabalho e deve ser evitado como funcionário. Imagino se o velho Jack tirou essa conclusão da mesa de bar. Quanto a mim, vou continuar a minha botecoterapia enquanto o fígado aguentar.

[]s
Jack DelaVega

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Ídolos: Inclua-me Fora Disso

Estou atualmente nos EUA. Por aqui, tem muita gente indo a Memphis para cultuar Elvis Presley através de uma série de eventos que ocorrerão por lá. Nessa quinta-feira, fará 30 anos que ele morreu.

Esse assunto sempre me intrigou. Talvez porque sempre tenha tido uma dificuldade muito grande em ter ídolos, mesmo naquelas áreas que mais gostava, como na informática e no xadrez.

A definição original de ídolo retrata o culto ao divino. Entretanto, há muito esse termo já é usado para retratar a adoração a algumas pessoas. Se restringirmos nosso universo de análise, ainda assim conseguiremos provavelmente encontrar ídolos. O universo empresa, por exemplo, quase sempre possui um ou mais ídolos. Você já parou para analisar quem são os ídolos em sua empresa?

Se você nunca o fez, faça. Se ninguém da alta gerência é “cultuado” (ou seja, é tido em altíssima estima, seja pela sua inteligência ou pela sua liderança), você tem um provável problema de motivação e medo. A desmotivação é causada pela falta de crença nas direções tomadas pela empresa, que sempre são refletidas em ações individuais em algum ponto. O medo é causado principalmente pela falta de perspectiva na empresa, afinal, num mercado tão competitivo como o de hoje, quem não tiver um grande diferencial está fadado ao fracasso.

Aliás, é por isso que gerentes e diretores são cobrados nesse sentido. Em empresas que possuem pesquisa de clima organizacional, geralmente uma pergunta é incluída a respeito. E a gerência é cobrada quando esses números estão baixos.

Mas enquanto você tem que mostrar a sua equipe que a alta-gerência está fazendo ações estratégicas (espero que esteja fazendo alguma, ao menos), um ídolo no nível do time tem um enfoque completamente diferente.

Se você não forçar em nada a situação, a tendência é que o ídolo no nível do time, infelizmente, não seja aquela pessoa trabalhadora, que chega cedo, sai cedo e resolve os problemas. Pelo contrário, geralmente será o piadista que atrapalha a concentração da maioria.

Um dos maiores trabalhos de um líder, ao meu ver, está em destacar os resultados e a carreira daqueles funcionários que resolvem os problemas e, claro, gratificá-los por isso. Caso isso não seja feito decentemente, os ídolos escolhidos pelo time podem ser aqueles com o perfil totalmente diferente do desejado – que atrapalham ao invés de ajudar, são negativos ao invés de positivos, e desmotivam ao invés de motivar.

Aí sim, você terá que invadir Berlim e entrar no bunker do ídolo para dar por acabada a sua era...

Dr. Zambol
--

terça-feira, 14 de agosto de 2007

A Vida sem Scooby Doo

Reza a lenda que Joseph Barbera, na época ainda um desenhista trabalhando para a MGM, combinou um encontro em um restaurante em Los Angeles para apresentar à Walt Disney, já dono de um império, uma nova técnica para fazer desenhos animados com baixo custo e curto tempo de produção. Barbera ficou esperando por mais de quatro horas por um Disney que nunca apareceu. Conhecido beberrão Disney havia tomado todas no bar do aeroporto e acabou perdendo o vôo.

Três anos mais tarde, Barbera, agora com seu novo sócio William Hanna estreava os Flinstones, o primeiro desenho animado a ganhar o horário nobre da televisão americana, se tornando logo de início um dos maiores sucessos de audiência da época e um ícone da cultura pop.

Tivesse Disney comparecido ao encontro possivelmente Fred Flinston moraria em Patópolis e o mundo perderia o humor de personagens como Scooby Doo, Manda Chuva e do meu herói preferido, o nem tão conhecido, El Kabong.

Sou fascinado por essa história, que apenas confirma o quão imprevisível a vida é, e como pequenas coisas podem mudar o nosso destino. Mais do que isso, histórias como essa nos mostram que às vezes uma aparente derrota pode se tornar o motivador para uma vitória ainda maior.

Em tempo, Sucesso para o Larry em sua nova jornada.
Esperamos que o Reggie continue nos atualizando sobre as suas aventuras.
[]s
Jack DelaVega

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Tribo do Mouse

Caros Leitores,

Estamos mudando o nome do nosso blog. “ITChronicles” certamente teve o seu valor, dando um nome ao início de nossa jornada. Entretanto, o fato é que estamos escrevendo em português para um público brasileiro, e um nome estrangeiro sempre nos incomodou.

Após muitas discussões, algumas sangrentas, decidimos por “Tribo do Mouse”.

Reforçamos que a mudança de nome não altera em nada o conteúdo de nossos Posts. Continuaremos fiéis às nossas convicções de escrever a verdade nua e crua do dia-a-dia nos escritórios, doa a quem doer.

Você passará a encontrar as nossas histórias em http://www.tribodomouse.com.br/, e o antigo endereço continuará ativo por algum tempo. Não esqueçam de adicionar o novo endereço aos seus links favoritos!

Esperamos que continuem conosco.

Boa Leitura,

Tribo do Mouse

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

IT Nazi (No task for you!)

Muito interessante o tema destacado por Jack. Mas gostaria de destacar um terceiro tipo que sempre me intrigou.

É aquele tipo que não é muito esforçado – não sai tarde, não estuda horas e horas em casa e nem fica preocupado em como resolver um problema por dias a fio.

Também não tem um talento nato. Muitas vezes, tem dificuldade em resolver problemas extremamente simples. Pior ainda, suas soluções às vezes são básicas, beirando ao ridículo...
Vez que outra encontro esse tipo de pessoa nas empresas. Não sei como nem porque, mas ela às vezes galga posições e alcança níveis bastante altos nas organizações.

No meu entender, pode-se dividir esse “tipo” em duas categorias. A primeira refere-se aquela pessoa que iniciou como um bom funcionário, provavelmente um Mazaropi. Mas com o passar do tempo desmotivou-se a tal ponto de tornar-se reativo. Totalmente reativo. Como era um Mazaropi e não um Taffarel, ao parar de esforçar-se, tornou-se um perdedor.

A segunda categoria é muito pior. Para mim, é o pior tipo de pessoa em uma empresa. Chamo-as de Hitlers. São aquelas pessoas que possuem uma força capaz de criar relacionamentos que “hipnotizam” as pessoas – o carisma. Você já parou para pensar no que é o carisma? É um dom que pode ser usado para o bem ou para mal e, por si só, não faz você acertar ou errar decisões técnicas ou gerenciais.

O problema é exatamente esse. Se uma pessoa com o dom do carisma não possui nenhuma habilidade técnica ou gerencial e usa seu dom em benefício próprio, consegue às vezes chegar em posições de liderança bastante altas apenas usando as pessoas a sua volta. Sim, usando no mal sentido.

Assim como Jack destacou que é necessário diferenciar Taffareis de Mazaropis, pois necessitam tratamento diferenciado, você também deve saber diferenciar esses dois outros tipos.

O primeiro necessita sair de sua posição de conforto. Em outras palavras, sentir-se ameaçado. Parece estranho, mas para alguém adormecido por tanto tempo, um tratamento de choque às vezes é necessário.

Os Hitlers são mais difícies. Você precisa ter certeza que está na frente de um e, para isso, necessita dar tarefas para que somente ele possa fazer. Cuidado, ele certamente tentará delegar a tarefa para outros... Quando você tiver certeza absoluta que se trata de um Hitler, promova-o ao mercado, sem muita hesitação.

O problema é se o Hitler for o seu chefe. Aí sim, é um problema. Creia, eu já estive lá. As delegações vêm todas diretamente para você enquanto ele fica lá, “criando relacionamentos”.

Dr. Zambol
--

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Platão e a Mudança em Grandes Empresas

Alguém aí já ouviu falar do "Mito da Caverna" de Platão? Calma, calma, pode continuar lendo esse post, ele é sério. Tem a ver com a dificuldade de se mudar algo dentro de uma grande empresa.

O "Mito da Caverna" ou "Caverna de Platão" é uma parábola contada por Platão em sua obra "A República". A história é basicamente assim: imagine uma caverna na qual vivem pessoas. Essas pessoas, geração após geração, são mantidas aprisionadas. Seus membros e pescoço são acorrentados de tal forma que elas vivem na mesma posição. Olham sempre na mesma direção. A entrada da caverna permite que uma fraca luz ilumine uma das paredes. Homens no exterior da caverna manipulam fantoches e estátuas de animais e seres humanos, e com a ajuda da luminosidade do lado de fora, projetam sombras no interior da caverna. Tudo o que os prisioneiros enxergam durante a sua vida são aquelas sombras projetadas na parede da caverna. Obviamente, como nunca saíram da caverna, nem sabem que são sombras, muito menos que são fabricadas por homens no exterior com a ajuda de fantoches ou estátuas.

Imagine agora que um dos prisioneiros é libertado da caverna. Ele busca o exterior e percebe que existem homens livres lá fora. Percebe também que as formas que ele enxergava eram apenas sombras de objetos, que nem mesmo eram pessoas ou animais reais, mas apenas fantoches e estátuas. Sem ser egoísta, o prisioneiro retorna à caverna e conta a "verdade" aos outros prisioneiros. Eles debocham das suas afirmações e concluem unanimemente que ele enlouqueceu.

Obs.: Qualquer semelhança com "Matrix" não é mera coincidência.

Ok, e o que isso tem a ver com esse blog? Ora, dentro de uma organização de grande porte, frequentemente nos vemos na posição do prisioneiro libertado que viu o exterior e deseja espalhar a notícia. E como na caverna, normalmente é extremamente difícil convencer os demais de que aquilo que enxergamos no momento não é exatamente a realidade. A maior resistência às mudanças dentro de uma organização sempre está localizada nas pessoas. Os processos, os recursos, estes podem ser modificados com relativa facilidade. As pessoas sim oferecem uma inércia significativa, capaz de aniquilar as melhores idéias de mudança.

O ponto aqui tem relação com a percepção que as pessoas têm da realidade. Como os prisioneiros da caverna, a visão que cada um tem da realidade depende de suas experiências pessoais, de suas mágoas, de seus anseios. Não adianta discutir: percepção é realidade. Para um prisioneiro que nunca saiu da caverna, não há nada mais real do que a sombra projetada na parede. Por isso, as mudanças nas organizações devem levar em consideração a percepção atual das pessoas, caso contrário estão fadadas ao fracasso. E será possível modificar a percepção das pessoas? Com certeza. Acho que a maneira mais garantida é através de experimentação. Levar o prisioneiro que duvida da "realidade" pela mão e expô-lo ao exterior da caverna certamente o convencerá.

Recentemente tenho enfrentado resistência a mudanças de cultura técnica que venho tentando implantar no meu grupo. Nada me tira da cabeça que a única maneira de mudar a percepção dessas pessoas com relação às mudanças é experimentá-las na nova situação e provar os benefícios. Mas nem eu mesmo tenho certeza disso. Afinal, não chegará o dia em que alguém me dirá que estou na caverna?

Reggie, the Engineer.
--

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Como ser um melhor Gerente de TI

Pessoal:

Segue o link para um artigo com dicas para os Gerentes de TI, sugestão do nosso amigo Dilbert-The Analyst. O artigo está em inlgês.

http://www.zdnet.com.au/insight/business/soa/10-tips-to-being-a-better-IT-manager/0,139023749,339280091,00.htm


[]s
Jack DelaVega