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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A América perdeu a Graça


Estou essa semana nos Estados Unidos, é a minha primeira vez de volta à terra do Tio Sam depois de 2008. Antes disso morei dois anos por aqui, no estado do Texas, uma espécie de Rio Grande do Sul americano.

Encontro um país em certos aspectos bastante diferente do que deixei há três anos, saí um pouco antes da crise chegar com força, crise da qual os americanos ainda não se recuperaram completamente. A grande diferença, porém, diz respeito aos meus hábitos de consumo. Um dos meus grandes prazeres na América era visitar livrarias e comic stores. Hoje, ao passar por um shopping, vejo uma loja da Borders fazendo uma queima de estoque depois de decretar a recente falência. O fato é que os meios digitais acabaram com esse prazer, atualmente compro tudo na Amazon e segundos depois tenho os livros no Kindle. O mesmo vale para as histórias em quadrinhos, cujas versões digitais já superam o papel.

Ainda bem que ainda existe o cinema, outra das minhas paixões. Até a pipoca costumava ter um gosto diferente nas salas daqui, mas o que chamava a atenção mesmo era a possibilidade de assistir filmes que levariam meses para chegar ao Brasil. Hoje, porém, eles chegam às vezes primeiro por lá. O mesmo vale para a televisão, os seriados agora são lançados simultaneamente, e para os que não são, existem os torrentes e meios menos legais. A última grande vantagem dos Estados Unidos nessa área, a Netflix, foi lançada no Brasil duas algumas semanas atrás.

Nas ruas vejo os mesmos carros do Brasil, Hundai, Ford, GM e Toyota lançam seus carros globais nos dois mercados. Tudo bem, eles são bem mais baratos aqui, isso não podemos negar. E as coisas que só estão disponíveis por aqui? A Amazon, por exemplo? Boas notícias para os consumistas de plantão, a maior loja online do planeta tem a operação planejada para o no começo do próximo ano.

E o mercado de trabalho? Apesar de estar se recuperando da recessão, o mercado americano ainda caminha a passos lentos, principalmente quando comparado ao brasileiro. Algumas áreas, como a de tecnologia, estão aquecidas, mas no geral o quadro não é bom. Talvez aqui a grande mensagem seja: Você ainda pode ter uma grande carreira trabalhando nos Estados Unidos, mas isso também é possível no Brasil.
Claro que existem passeios muito legais por aqui, os parques de diversão da América continuam imbatíveis. Mas aí tenho um problema pessoal, isso perdeu a graça quando não estou com os meus pequeninos, o que não foi o caso dessa vez. Sobrou mesmo a comida, e come-se muito bem na América, ainda mais para um sujeito que adora hambúrgueres e pizza. 
Não me entendam mal, não estou desmerecendo a América, os Estados Unidos ainda são a maior nação do planeta, possuem grandes universidades e produzem grande parte da propriedade intelectual, tecnologia e entretenimento da face da terra. Eles só perderam um pouco a graça, ou será que, na verdade, foi o Brasil que ficou mais interessante?

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Gerência de Cagaço


Enquanto esperava o voo, Nicolas tentava relaxar no saguão do aeroporto, na esperança de esquecer o momento que passava na empresa. Foi quando se deu conta da pitoresca figura sentada a seu lado. O sujeito, “fantasiado de gaúcho”, vestia bota, bombacha e chapéu, completava o quadro o lenço vermelho no pescoço e a boleadeira na cintura. Como ele conseguiu passar com a boleadeira pela segurança? Isso não era considerado arma branca? Destoava do cenário campeiro o iPad, no qual o gaúcho divertia-se com as notícias diário digital oBairrista.com. Nicolas reconheceu de imediato a figura, estava ao lado do maior consultor de gestão de projetos do Brasil, e muito provavelmente do mundo, Erci Gomes, o mítico Pampeador de Projetos.

Logo em um dia como hoje, isso só pode ser intervenção divina, pensou. Tomou coragem e abordou o ídolo:
- O Senhor me desculpe a intromissão, mas sou seu fã, já assisti várias das suas palestras e comprei todos os livros.
O Pampeador virou sorrindo:
- Mas muito bom saber, tu sabe que tenho uma tropa de mandinho pra alimentar em casa.
Incentivado pela recepção positiva, Nicolas continuou:
- Também sou gerente de projetos. Iniciante, nem de longe tenho a experiência do senhor. Estou passando por uns problemas no trabalho, o senhor se importa de bater um papo a respeito?
- Primeiro que o Senhor é aquele véinho sentado lá no céu de barba branca. E nada melhor do que uma boa prosa para passar o tempo. Estrebucha vivente, o que te aflige?
- A situação é a seguinte: Me ofereceram um projeto novo na empresa, é um produto com alta visibilidade e muito importante para o negócio. O problema é que o cronograma é bem apertado e a equipe é nova, tenho receio de aceitar o desafio mas não conseguir entregar o esperado.
- Ah, mas esse problema é teu e de toda a torcida do Colorado. Deixa eu te perguntar uma cousa: Tu sabe quais são as duas coisas que um grande gerente de projeto tem que os outros não tem?
- Não.
- A bola direita e a bola esquerda.
- Como?
- Desculpe o termo, mas como nós falamos lá no sul, um bom gestor tem que ter culhões. Assumir riscos faz parte do batente, e quem não faz certamente está na profissão errada. Digo isso com orgulho: No nosso ramo, cagalhão não vai longe.
Erci continuou:
- Mas, lembra: Assumir riscos é só a premissa. Um bom GêPê tem que gerenciar o risco, trazer ele no cabresto que nem cavalo chucro. Não pode tirar o olho dele nem quando vai dormir. E sempre ter um plano B, gerente preparado vale por dois.
- Puxa Pampeador, show de bola! Essa era a dica que eu estava precisando, agora já sei o que fazer. Acho que é o nosso voo que estão chamando, vamos embarcar?
Mas a cara do gaúcho havia mudado, como a de um homem enfrentando o corredor da morte.
- Não acredito Pampeador, medo de avião?
- Se tu contar pra alguém eu te esgoelo! Se deus quisesse que Gaudério voasse, cavalo tinha nascido com asa.

[]s
Jack DelaVega