Manual do Empreendedor - eBook Gratuito

Dicas e Técnicas para você transformar suas idéias em um Empreendimento de Sucesso

Guia Especial - Gestão

Uma coleção de textos sobre tópicos fundamentais em Gestão nos dias de hoje

O Melhor do Humor no Escritório

eBook Gratuito que compila os melhores textos de humor de Jack DelaVega

Guia Especial - Planejamento de Carreira

Tudo que você precisa saber para fazer um bom planejamento de carreira e atingir os seus objetivos pessoais e profissionais

terça-feira, 31 de março de 2009

F*** the Real World!

Quem acompanha o Twitter da Tribo há mais tempo deve se lembrar que no início do mês de março eu fui ao FOWA Dublin 2009, um evento muito interessante que falou bastante sobre empreendedorismo. Postei um pouco diretamente do evento, apesar da conexão wireless ter me deixado na mão da metade para o final do evento.

Enfim, a palestra de encerramento do evento foi de David Heinemeier Hansson, que entre outras coisas é um dos donos da 37signals e criador do Rails. Eu estava esperando ansiosamente pelo vídeo da palestra, que finalmente foi publicado ontem.

David é um jovem empreendedor de sucesso, e apenas isso já faz valer à pena escutá-lo por 30 minutos. A mensagem dessa palestra específica dele ("The Real World") então é muito bacana, principalmente na situação econômica que estamos vivendo, onde muita gente anda meio pra baixo. Basicamente David fala sobre as dificuldades envolvidas na montagem de um negócio próprio, e quais são os valores que um empreendedor deve cultivar para passar por cima de tudo isso - embora eu entenda que as coisas que ele fala não se aplicam apenas a empreendedores, mas a qualquer um que profissionalmente queira executar algum projeto.

Ele começa tocando na mensagem central da palestra, que é passar por cima do pessimismo em nossa volta e perseverar quando se está tentando transformar uma idéia em um negócio. Ele fala com humor sobre aquelas pessoas que, ao escutar uma idéia nova, adoram dizer que aquilo nunca funcionaria no "mundo real". Me identifiquei muito com a descrição dele, porque acho que uma das coisas mais irritantes que existem no mundo profissional são aqueles falsos sábios, gurus de plantão, aqueles para os quais nenhuma idéia, nenhuma sugestão de mudança vale o esforço de sair de zona de conforto. "Nah... não vai funcionar", "já tentamos isso no passado", "acredite em mim, eu já vi várias idéias parecidas e nenhuma funcionou". Recentemente eu trabalhei em um mega-projeto de TI que entregou mudanças significativas na empresa. Impressionante o número de pessoas com esse perfil que apareceram pelo caminho. Para elas, David sugere que você exercite o direito de dizer "dane-se o mundo real". Se você está trabalhando em um projeto ou uma idéia nova e alguém lhe disser que não funcionará no mundo real, conte isso como uma vitória. É muito provável que funcione, e bem.

Na sequência ele toca em outros pontos muito interessantes. Muita gente acha que um negócio para funcionar tem que estar baseado em uma idéia complexa e genial, quando a verdade é exatamente o contrário na maioria das vezes. A maior parte dos problemas que as pessoas enfrentam no dia-a-dia são problemas simples. E problemas simples normalmente possuem soluções simples. Mas mesmo assim muita gente acha que se o produto não é uma coisa complexa, cheia de segredos, provavelmente não tem valor. A parte da idéia genial então é mais recorrente ainda. Muita gente passa uma vida aguardando aquela idéia que vai gerar milhões de dólares. Todos querem inventar o próximo Google ou Twitter. Só que o Google, por exemplo, não tinha nada de genial na idéia. Pesquisa de conteúdo na Web era uma coisa já bem batida na época - quem é um pouco mais antigo vai se lembrar de como o AltaVista cumpria bem o seu papel. A diferença do Google é exatamente a diferença das grandes empreitadas: execução perfeita. Colocaram no ar um serviço de qualidade e simples. E continuaram a melhorá-lo, sempre focando em fazer e não em planejar. Aliás, essa é outra coisa que David menciona: a noção de que qualquer idéia, para ter sucesso, tem que ter um planejamento brilhante por trás. Mentira! Tem que ter é execução perfeita. Ele brinca com a idéia de plano de negócios mirabolantes e diz que a sua idéia para um plano de negócio é simples: desenvolver um produto bom o bastante a ponto das pessoas terem vontade de pagar por ele; acumular os lucros e aproveitar. Genial.

Mensagem final: invista em você mesmo, aposte em execução perfeita e não escute muito o papo do "mundo real". Soa como uma boa receita de sucesso para mim.

Para o vídeo da palestra (em inglês), clique aqui.

Reggie, the Engineer.
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sexta-feira, 27 de março de 2009

O Lado Idiota do Grande

Nelson olhou para o relógio pela vigésima vez. Os dois ponteiros já estavam bem próximos do número 12. Olhou em volta e nada ainda. Já estava lá esperando por ela há quase uma hora. Logo hoje que ira pagá-la.

Chamou o garçom. Pagou a conta com uma gorjetade de trinta reais. Sempre fazia isso: quando estava deprimido, gorjetas gordas, que causavam um sentimento de felicidade no atendente, era a única maneira de ficar feliz. O ato narcisista totalmente dissimulado em ato de bondade era uma boa definição de seu caráter. E o pior é que ele sabia disso. Talvez por isso mesmo Nelson estivesse tão deprimido. Era daquelas pessoas que pensa em si mesmo 10 vezes antes de pensar em qualquer outra coisa. Gostava sempre de citar Jean de La Bruyère para todos os que desconfiavam de seus atos: “Até mesmo os homens honestos precisam de patifes à sua volta. Existem coisas que não se podem pedir às pessoas honestas para fazerem”.

Depois de retornar o sorriso de felicidade ao garçom que ouviu espantado a frase “pode ficar com os trinta reais de troco”, pegou seu casaco de veludo que jazia no encosto de sua cadeira e foi em direção à porta.

Ficou pensando nos últimos momentos com ela. Todo aquele stress tinha destruído a relação deles. Tudo tinha começado tão bem... como tinham acabado naquela situação?

A poucos metros da saída, alguém o para subitamente.

- Onde você está indo? Perguntou Marta, fitando-o enfurecidamente.
- Achei que você não viria mais. Marcamos às 23 horas.
- Estava na instalação do sistema – você bem sabe disso!
- Bom, está aqui o seu dinheiro. Concordo que devo pagar 50% de suas horas extras. Mas realmente não tenho como pagá-las integralmente.

Marta pegou o dinheiro e contou-o. Sua respiração estava ofegante. Estava visivelmente abalada.

- Dois mil reais? Isso é esmola! Isso não significa 50% das horas-extras - deve ser 10% no máximo!
- Eu posso te pagar o resto aos poucos. Só quero que continue comigo. Pode sair da empresa, mas não me deixe.
- Aprenda uma coisa: não sou prostituta. Não ficarei com você para conseguir o resto do dinheiro. Te vejo no tribunal!

Nelson olhou Marta sair apressada pela porta do bar, levando o dinheiro das horas-extras, levando seu coração.

Nelson, o grande dono de uma start-up milhonária, que na imprensa local era chamado de gênio, naquela hora não passava de um idiota que tinha se envolvido com uma subordinada e perdido toda a noção – inclusive da única coisa que sabia fazer – negócio.

“Em nosso século, o ‘grande homem’ pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta”

“É preciso ir ao fundo do ser humano. Ele tem uma face linda e outra hedionda. O ser humano só se salvará se, ao passar a mão no rosto, reconhecer a própria hediondez”

Nelson Rodrigues

Dr. Zambol
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quinta-feira, 26 de março de 2009

Qual o seu plano B se perder o emprego em função da Crise?

A Tribo do Mouse perguntou no Twitter e a nossa Tribo Global respondeu. Seguem abaixo as respostas que recebemos:

- Wagner Nunes(Austrália): Meu plano B seria ficar usar as reservas por uns meses pra segurar a onda ate achar um novo emprego, não vejo outra opção...

- Fernando Montenegro(Canadá): Buscar outro na mesma área enquanto aperto despesas. Acho que sair forcado da sua área é perder vantagem competitiva.

Luiz Laurino(Suíça): Meu plano B seria usar o seguro-desemprego daqui que funciona muito bem($). Para receber tem que provar que está procurando emprego!

Reggie(Irlanda): Eu tinha como plano de carreira voltar a estudar em 2010 – talvez mantenha isso como plano B. A outra opção seria aproveitar a oportunidade para empreender.

Rudra A Dixit (Portugal): Voltar a estudar. Aqui existem bons incentivos governamentais para MBA e doutorado, com convênios entre instituições americanas, como MIT e CMU.

Mais sobre plano de carreira na crise no post do Reggie desse semana.
Quer fazer parte da Tribo Global e ter suas respostas publicadas aqui? Nos siga no Twitter .

Abraços da Tribo(Jack, Reggie e Zambol).

segunda-feira, 23 de março de 2009

Planejamento de Carreira em Tempos de Crise

Uma crise do tamanho dessa que estamos vivendo é uma coisa interessante. Do ponto de vista de carreira, muda muita coisa. Por não estar no Brasil no momento, eu não estou com muita propriedade para falar sobre o contexto brasileiro, a não ser pelas notícias que tento ler diariamente (e que dão conta que o ano de 2009 será complicado) e pelas opiniões dos meus colegas Jack e Zambol. Mas posso falar com propriedade sobre a situação européia - e essa está seríssima, principalmente na Irlanda, um dos países mais afetados.

O 'interessante' da crise que mencionei anteriormente, e que tem a ver com carreira, é que as pessoas páram de fazer planos. De repente a maioria esquece onde estava na sua carreira e o foco passa a ser o presente - baixar a cabeça, trabalhar duro e esperar que a degola não chegue. Aquele aumento de salário, a promoção, aquela mudança de emprego, a progressão de carreira, o sonho de empreender, tudo isso fica em 'pause' momentâneo.

Mas daí eu penso, bom, e o que poderia ser feito? É, realmente, fazer planos de carreira ou manter o plano nos trilhos em tempos de crise não é uma coisa muito simples.

Se analisarmos de maneira simplista, existem 3 grupos de pessoas envolvidas nesse contexto: empreendedores, empregados e desempregados. Um empreendedor sofre de maneira singular com a crise, mas também a 'carreira' de um empreendedor funciona de maneira completamente diferente - tem uma relação muito mais direta com os resultados de seu negócio e com o andar da economia. Então vamos deixar esse grupo de fora. Ficam as pessoas que têm emprego no momento e as que estão desempregadas (podem ter perdido o emprego por causa da crise ou podem ser recém-formados, etc).

Se você está empregado em um período de crise dessa magnitude, o mais sensato mesmo é re-avaliar seus planos de carreira. Pode ser o momento para retardar alguns planos, infelizmente. Temos visto no noticiário (e quem vive dentro de um ambiente corporativo de grande porte sabe melhor do que ninguém) que coisas como aumento de salário, bônus e promoções são mosca branca no momento - dificílimo de se conseguir. Eu conheço gente que fez um trabalho sensacional no ano passado - mereceria uma promoção. Mas dado o contexto atual, nada feito. Se você estava planejando uma movimentação de carreira então, abra o olho. Esteja certo que você conhece o terreno onde está pisando. As coisas não estão fazendo muito sentido no momento, então você deve ter certeza de que tem todas as informações e garantias, do contrário pode ficar frustrado com uma movimentação de carreira que foi interrompida 'on-the-fly'. Eu por exemplo tenho visto empresas fazendo demissão em massa em um departamento e contratando 500 (sim, quinhentas) pessoas em outra área. Outro exemplo são os inúmeros brasileiros que vieram estudar inglês por aqui nos últimos meses e estão indo embora porque não conseguem sequer um emprego de faxineiro para se sustentar. Se eles tivessem toda a informação em mãos antes de dar esse passo, saberiam que o terreno não era seguro.

Se você está desempregado, bom infelizmente a situação é mais crítica. Muito embora existam mais opções, por incrível que pareça. Tenho amigos (2) que foram demitidos da empresa que trabalhavam em julho do ano passado, pouco antes do ápice da crise. São dois profissionais de notáveis habilidades, mas desde então procuraram emprego e não encontraram nada. Em Janeiro último decidiram então montar o próprio negócio. Estão indo muito bem, com mais clientes do que esperavam ter a esta altura. Sempre existirão os pessimistas a dizer que não é um bom momento para empreender. Não escute nenhuma atitude pessimista em tempos de crise - você não tem nada a perder mesmo. E quanto a empreender, há quem diga que não exista momento melhor do que agora. Mão-de-obra qualificada e sedenta por trabalhar no mercado é o que não falta. Se você tiver um bom produto, sempre é a hora certa.

Uma outra opção que tenho visto muitas pessoas afetadas pela crise (outro termo para 'desempregados') seguirem é voltar para o banco da escola. Sempre é bom mantermos nossas habilidades em dia com o que o mercado exige, e já que você está desempregado mesmo, por que não? Mas muito cuidado, essa pode ser uma opção perigosa. Primeiro porque ela demanda investimento - e em um momento desses qualquer despesa deve ser muito bem pensada. Segundo, tenha certeza de que você tem condições de despender o tempo necessário para se dedicar ao curso - e que não vai largar tudo ao primeiro sinal de um emprego que lhe oferecerem.

Quanto a opção mais óbvia (e mais difícil de todas) - conseguir um novo emprego - infelizmente não existem soluções mágicas. Existem muitas coisas no entanto que você não deveria fazer. Se você é um profissional qualificado e com experiência, resista à tentação de sair enviando seu currículo para toda e qualquer vaga. Mantenha o foco - como sempre, foco é tudo nessa hora. Volte para o básico - entenda quais são os seus diferenciais, qual a sua experiência mais relevante, onde você é capaz de agregar valor mais do que as outras pessoas, e coloque a sua rede de relacionamentos (networking) para funcionar. Eu não disse que ela ia ser importante?

Reggie, the Engineer.
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sexta-feira, 20 de março de 2009

Não Trabalhe Infiltrado

Nessas últimas férias, enquanto esperava para embarcar no catamarã para ir nas piscinas naturais em Maragogi, o dono do bar me viu conversando com a Dra. Zamba e percebeu que eu era gaúcho. Como já tinha estado pelo sul do pais, puxou assunto e 10 minutos depois já se sentia íntimo o suficiente para compartilhar sua vida inteira. Vou resumir o que ele me contou naquele dia:

"
Fiquei um bom tempo lá no sul. Era jogador de futebol. Joguei em Caxias do Sul e Bagé principalmente. Jogava na segunda divisão. O jogo é muito pesado na segunda divisão. Os caras tem muita fome de bola e querem ser reconhecidos a cada segundo. É muito mais difícil jogar lá.

A boa experiência que tive é que nunca atrasaram um dia do meu salário. E olha que eu tinha um contrato muito bom para segunda divisão! Os gringos são gente muito boa. Quando jogava por aqui, receber em dia era exceção...

Quase fui para o Inter, mas o esquema do futebol é uma máfia. O meu empresário não era uma pessoa tão influente e a transferência acabou furando. No fim até foi bom para mim, menos de um ano depois comecei a jogar no Corinthians.

Ali sim que o meu contrato era bom. Lá que eu vi o que era viver bem. Mas não durou muito, infelizmente. Machuquei meu joelho num treino. O certo era fazer cirurgia, mas a temporada tava pra começar e eu era muito novo no time. A pressão era muito grande para eu começar a mostrar porque eu ganhava aquela grana toda – para mim era muito dinheiro!

Joguei duas partidas infiltrado e aí sim o meu joelho estourou. Senti na pela aquele ditado que “o que vem fácil vai fácil”. Como meu contrato era novo, tinha umas cláusulas de experiência. Fui demitido sem eles nem me darem explicação. Pô, vejo um monte de gente ficar no banco. Comigo foi diferente.

O pior é que me estraguei – nunca mais consegui jogar futebol profissional. Até as peladas que jogo por aqui só agüento 10 minutos e tenho que sair quase carregado.

Usei o dinheiro que Deus me deu nesses anos de futebol e comprei esse bar e uma lanchinha – foi tudo o que sobrou. Agora vivo do turismo. Não dá para me queixar, mas não consigo mais nem chegar perto do nível de vida que tinha jogando na segunda divisão. A vida tem um monte de surpresas para nós!
"

E a vida realmente é cheia de surpresas. Foi a melhor conversa de 15 minutos que já tive com um estranho. Muitas lições podem se tirar da história de vida do rapaz, mas dois pontos me chamaram muita atenção:

  • A lesão no joelho não foi o problema. O problema foi a pressão para que ele continuasse com a mesma performance mesmo machucado, que o levou a perder a carreira. Um amigo meu, alocado em um projeto de informática, trabalhou sob tanta pressão para corrigir um erro estrutural em um projeto que teve que renegar o tempo com a família, com os filhos e com os amigos – trabalhando incansavelmente fins-de-semana e noites. Como o erro era estrutural, fracassou no projeto, foi demitido e ainda perdeu seu casamento. Talvez ainda consiga "jogar" em um outro time, mas certamente seu desempenho não será o mesmo por um bom tempo.

  • Mesmo depois de ganhar um bom dinheiro, uma esperança muito grande de carreira e de ter feito escolhas erradas que o levaram a perder a carreira de jogador, conseguiu se recompor e viver feliz – bem feliz por sinal. Pode parecer clichê, mas às vezes nos preocupamos e perdemos tempo com bobagens muito superficiais que certamente não valem à pena. E são às vezes as próprias preocupações que, se não monitoradas, nos criam problemas crônicos, difíceis de serem resolvidos.

Embarquei no catamarã me perguntando se estaria na segunda ou na primeira divisão no mundo do escritório? Aliás, o que seria a primeira divisão? É relativo mais ao cargo, à empresa, aos ganhos anuais ou à felicidade de trabalho? Certamente, a respostas não é tão simples...

Dr. Zambol
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quinta-feira, 19 de março de 2009

Vote na Capa do Livro

Pessoal:
A votação se encerra hoje à noite. Depois não vale reclamar de que não gostou da capa, muito menos usar isso como desculpa para não comprar. Vote aqui ao lado, exerça o seu direito.

A Tribo agradece (Jack, Reggie e Zambol).

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sociedade do Empadão

No meio do buffet eu encontro o empadão. Ou será um pastelão, sempre confundo os dois. É de camarão, e eu adoro camarão. O problema é o empadão, detesto empadões. Mais do que isso, tenho problemas com o conceito "empadão". A empada é a mais fina obra da engenharia culinária. Pequena, auto-contida, com todas as suas camadas e sabores condensados em um quitute único. Seja de palmito, frango ou camarão, a empada é perfeita, com a massa cercando o recheio na medida certa. Massa que sabe o seu papel de coadjuvante, e não se importa com isso. Me lembra um pouco a estrutura do Quindim, onde o coco convive com o a clara de ovo em harmonia.

Mas então a sociedade que nunca se satisfaz com nada tem que inventar o Empadão, a Mega Empada. Nessa lógica deturpada segue-se o raciocínio de que, se empada é bom, que dirá o Empadão. Mas aí, nada funciona. A diferença de escala joga contra o empadão, tornando suas camadas ressecadas o que não permite um saboreio uniforme, uma vez que o recheio sempre cai para os lados uma vez que ele é cortado.

Infelizmente vivemos hoje na Sociedade do Empadão. Onde conceitos que funcionam tão bem no micro, são teimosamente expandidos, perdendo o sabor e razão de ser. Quer um exemplo disso? Os mais velhos vão concordar comigo, o que aconteceu com Fausto Silva, apresentador irreverente que apresentava o programa Perdidos na Noite nas madrugadas de sábado para domingo nos anos 80? Pois é, ele virou o Faustão. Alguém aguenta o Faustão? Imagino que o mesmo tenha acontecido com "Galvão" Bueno, que certamente se chamava Galvo antes de ir para a Globo e se tornar um chato.

A boa notícia é que a Sociedade do Empadão está com os dias contados. Um sinal claro disso é o imenso sucesso dos produtos concebidos de acordo com a filosofia "menos é mais". Alguns exemplos:
- Google: Uma caixa de texto e um botão, quer menos do que isso?
- iPod/iPhone: meia dúzia de botões e sem manual do usuário.
- Twitter : Um blog com posts de 140 caracteres. Se alguém me dissesse que isso faria sucesso a um tempo atrás eu chamaria de louco.

Assinei ao blog Zen Habits na tentativa de aprender essa abordagem minimalista, também descrita no livro do mesmo autor, The Power of Less. O problema é que ainda não consegui tempo para ler. Talvez, para apreciar as empadinhas primeiro eu tenha que arrumar um jeito de me livrar dos empadões.

[]s
Jack DelaVega

terça-feira, 17 de março de 2009

O Curioso Caso de Benjamin da Silva

Benjamin da Silva era um cara interessante. Ele havia nascido extremamente competente. Pronto para a vida. Como bebê, nunca incomodou. Parecia saber as fases pelas quais os recém-nascidos passam e seus pais nunca tiveram problemas com ele. Havia começado a caminhar na época certa, havia aprendido a ler quando esperado.

Na escola, sempre teve notas boas, uma habilidade natural para conviver com seus coleguinhas e a admiração dos professores. Parecia o protótipo de uma criança feliz. Tinha competência para lidar com tudo que a vida lhe oferecia.

Benjamin então foi para a faculdade. Era um dos melhores alunos, se dava bem tanto nas matérias exatas quanto nas humanas. Ia bem nas provas mas também trabalhava bem em grupo e era um excelente orador. Rapidamente conseguiu ótimos estágios e ao final do curso estava empregado em um banco com uma carreira promissora pela frente.

Até que Benjamin foi promovido à cordenador da sua área. Ele passou então a ter alguns problemas, não conseguia mais priorizar suas tarefas tão bem quanto antes e tinha um pouco de dificuldade de lidar com as expectativas de seus subordinados. Mas conseguiu seguir em frente na carreira e em 2 anos era gerente de departmento.

Aí as coisas pioraram mais. Ele passou a ser questionado por seus pares e não conseguia lidar com as disputas entre as áreas. Sua vida pessoal já estava bastante desgatada. Ele trabalhava 12-14 horas por dia para correr atrás da máquina. Alguns de seus subordinados o odiavam. Ele não se sentia mais (e não era) competente nas coisas que fazia.

Semana passada Benjamin foi demitido depois de 15 anos no banco. Descobriram que sua divisão havia maquiado números para atingir as metas. Benjamin é separado e não vê seus filhos há 4 meses.

Pobre Benjamin, nasceu tão competente, está acabando totalmente ao contrário.

Reggie, the Engineer.
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segunda-feira, 16 de março de 2009

Dois Anos

Pessoal:
Essa semana a Tribo está fazendo Dois Anos de vida. É incrível que algo que começou quase como uma brincadeira se tornou algo tão importante para a gente. Parece que foi ontem que tudo iniciou com esse e-mail, transcrito em forma de post, onde Jack expressava a sua frustração com a vida dentro das grandes corporações. Em seu primeiro post, The Manager Pool, ele lançava uma pergunta que não pode sair da cabeça de um bom gerente: "Se ao invés de um pool de recursos, como normalmente vemos em nossas empresas, existisse um pool de Gerentes, você seria um dos selecionados?"

Logo em seguida o Reggie se apresentava no texto O Engenheiro e o bom Gerente, brincando sobre a visão simplista que muitos de nós têm sobre o que envolve iniciar uma carreira na área gerencial, e lembrando como é difícil responder à indagação: "...me questiono se existe mesmo a figura do bom gerente, no total sentido da expressão, para 100% das pessoas, 100% do tempo, gerando resultados."

Para completar o triunvirato, que desde então selou o compromisso da publicação de um texto semanal de cada um dos autores, seguiu-se o primeiro post do Zambol. Em Como não ser tão Medíocre, Zambol introduziu o bom estilo "Soco no Estômago" que o consagrou por aqui, mostrando certa indignação pelo status quo das coisas e o porquê muitas vezes acabamos sendo agentes ativos para que as coisas fiquem do jeito que estão: “Será que a frase ‘o ótimo é inimigo do bom’, tão ouvida por aí, lavou o nosso cérebro e serve como desculpa para não darmos o melhor de nós sempre?”

Olhando para trás temos a nítida impressão que estamos evoluindo. Mas ficamos contentes em constatar que não deixamos de lado as questões que nos fizeram juntos iniciar essa jornada. Continuamos falando de carreira, de ética, de ideais e de vida. E para comemorar mais um aniversário preparamos um monte de novidades para vocês:
  • Na próxima semana começa a Tribo Global, publicação que vai cobrir como anda o ambiente de trabalho ao redor do Mundo.
  • Em Abril teremos a aguardada série de posts: Identidade Revelada, onde finalmente as verdadeiras identidades de Jack, Reggie e Zambol virão à tona.
  • E o fechamento com chave de ouro é o lançamento do nosso livro Tribo do Mouse: Histórias, Dicas e Truques do Mundo Corporativo, ainda em Abril. Para saber novidades exclusivas do livro e ficar ligado no dia-a-dia da Tribo é só nos seguir no Twitter da Tribo.
Um grande abraço (Jack, Reggie e Zambol) e continuem com a gente.

sexta-feira, 13 de março de 2009

A Hora do Abacaxi

É incrível que brigamos tanto com o óbvio. Mais incrível ainda é que às vezes precisamos ouvir diversas vezes o óbvio para nos darmos conta do que devemos fazer. E mais incrível ainda é que há livros dedicados a resumir o óbvio e que, exatamente devido a essa nossa natureza, são importantíssimos de serem lidos.

Esse é o caso do livro Eat That Frog, já com versão em português sob o túitulo de Descasque Seu Abacaxi.

Embora o livro resuma o óbvio, o faz com uma certa propriedade. E é isso que o torna tão importante de ser lido. Assim como o Reggie já comentou em seu post Larry e o Planejamento de Carreira, temos que planejar nossa carreira e saber onde queremos chegar. Qualquer passagem por alguma empresa deve ser vista tendo um início, um meio e um fim. Se você não tem isso claro - se você não sabe nem onde quer chegar - está simplesmente perdido. E é esse pensamento que permeia o livro, mas de uma forma mais abrangente.

Se você pensar bem, ação é a chave para o sucesso. Sem ação, você não atinge nada, a não ser por pura sorte. Mas sair executando coisas sem planejamento também poderá levar você a lugar nenhum. Em 1895, o economista Vilfredo Pareto percebeu que 20% das pessoas continham 80% do dinheiro, enquanto 80% das pessoas tinham muito pouco dinheiro. Logo após ele percebeu que essa regra se aplicava para todas as atividades econômicas: 20% de suas atividades serão responsáveis por 80% do seu lucro, assim como 20% dos seus clientes serão responsáveis por 80% do seu lucro. Ora, a conclusão aqui, mais do que clara, é que precisamos fazer uma lista de coisas para fazer - que queremos atingir - e priorizá-las, tendo em mente que, geralmente, 20% delas gerarão 80% dos resulatdos. Tendo dito isso (ação é a chave para o sucesso e a regra de Pareto), seguem algumas dicas pontuais:

  • Crie uma lista das ações a serem executadas: (1) Decida precisamente o que você quer, (2) Escreva essa Meta, (3) Defina uma data para completá-la, (4) Liste as ações necessárias para cumprir essa meta, (5) Transforme a lista em um plano, organizada por prioridade e seqüência, (5) tome ação imediatamente, (6) prometa executar parte do esforço a cada dia.

  • Construa três listas: uma criada no final de cada mês com as metas do mês seguinte, outra criada para as metas semanais e, é claro, uma com suas metas diárias.

  • Não tenha medo de descarcar o abacaxi. Pessoas com medo de executarem tarefas difíceis, que as postergam indefinidamente, nunca terão sucesso. Manter o foco no que precisa ser feito e não desviar a atenção com outras ações (as que não fazem parte das 20% mais importantes) são a chave para descarcar os maiores abacaxis.

  • Exatamente como nos manda o Modelo Toyota, pensa sempre a Longo-Prazo. Muitas vezes, você terá que sacrificar um objetivo de curto-prazo pelo bem do objetivo maior, de longo-prazo. Tenha sempre em mente a causa-raiz da sua motivação.

  • Defina e planeje ações nas áreas-chave de sucesso. Você já parou para pensar porque diabos você está na folha de pagamento? Muitas pessoas não têm certeza. Identificar os fatores de sucesso de sua área e de sua vida (dependendo do contexto onde você quer aplicar a regra) e então definir ações para superar as expectativas nos fatores-chave serão essenciais para diferenciá-lo da multidão. E lembre-se, escreva em algum lugar e acompanhe seus resultados.

Lendo assim parece tudo óbvio, mas então porque teimamos tanto em não nos organizarmos um pouquinho mais em relação a isso?

Se tiver tempo, leia o livro. Até lá, siga as dicas acima (tiradas da leitura do livro): escreva suas listas, defina suas metas, suas ações e ... execute! Está mais do que na hora de rever aquele velho abacaxi que está escondido debaixo do seu tapete...

Dr. Zambol
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quarta-feira, 11 de março de 2009

Novela

Tem algumas coisas que ainda não consegui entender na novela das oito. Como eles falam português na Índia? Ou se realmente falam, porque talvez seja apenas uma abstração, como naqueles filmes dos Três Mosqueteiros onde todos falam inglês. Mas se esse for o caso, por que então eles tem sotaque? Um dos personagens principais é um Dalit, um intocável, a casta mais baixa que pode existir. Mas o sujeito foi morar nos Estados Unidos onde é bem sucedido e tem uma carreira. O que diabos então ele foi fazer na Índia novamente? E onde entra o Brasil nessa história? Bobagens televisivas à parte, já me deparei com algumas das situações descritas no folhetim durante o meu tempo nos Estados Unidos. Lá convivi com pessoas de inúmeras nacionalidades, em grande parte Indianos, devido a tradição na área de tecnologia, mas também com chineses, vietnamitas e mexicanos. 

Gerenciei dois indianos de castas diferentes que tinham problemas para trabalhar juntos. O sujeito não conseguia aceitar nenhuma das sugestões da moça. Reuniões de projeto eram um inferno. Coisa difícil de acreditar mesmo em uma sociedade como a americana. No final tive que mover o cara para outro gerente, pois a sua animosidade perante a menina acabou contaminando o resto da equipe. Tinha um chinês que trabalhava para mim que era uma figura. O sujeito sempre concordava com o meu ponto de vista, por mais absurdo que fosse. Algumas vezes, a título de experimento social, mandava ele fazer coisas absurdas, apenas para constatar, pasmo, que ele seguia as minhas orientações. A coisa chegava ao cúmulo dele sempre abrir a porta para mim. Uma vez corri na frente para abrir a porta para ele, mas o sujeito não passou e ainda fez um sinal de reverência para que eu passasse primeiro.

Esse é um exemplo de Power Distance, uma dimensão utilizada para mapear diferenças culturais. O conceito descreve a "Distancia de Poder" entre uma pessoa e seu superior imediato, o que influi diretamente na predisposição para se discordar do chefe. Uma tabela com o PDI(Power Distance Index) de vários países pode ser encontrada aqui. De acordo com esse estudo Áustria e Israel tem os menores índices, seguidos pelas nações nórdicas, enquanto Malásia e Guatemala lideram a lista onde a distancia de poder é maior. O Brasil fica mais ou menos no meio. Porém, como qualquer amostra estatística, os dados representam uma visão geral. O correto é analisar como esse indicador se comporta na sua empresa. Medir isso na prática é muito fácil, comece por discordar do seu chefe, especialmente quando se tratar de uma daquelas sugestões absurdas.

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 6 de março de 2009

Como Não Ser Tão Medíocre - Reedição

Nesta última semana de férias, reedito um texto que fala um pouco de reuniões enfadonas, medíocridade e algumas ações que podemos fazer para tentar reverter o processo.

Semana que vem estou de volta com conteúdo novo (e a cabeça renovada).

Dr. Zambol
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Você já parou para pensar quantas vezes ficamos contentes com o “mais ou menos”? Será que a frase “o ótimo é inimigo do bom”, tão ouvida nas empresas de TI, lavou o nosso cérebro? Porque ficamos satisfeitos com a reunião inútil e imbecil de status que temos todas às terças-feiras?

Às vezes me pergunto se realmente estamos satisfeitos com o mediano ou se apenas ficamos conformados, inertes. Um homem barbudo de 2000 anos atrás já falava “Ou é quente ou é frio – o morno, eu vomito”. Não sei se o leitor o conhece. Chamava-se Jesus.

O que quero colocar aqui é que se não fizermos nada para impedir isso – nos tornarmos agentes ativos do morno, do podre. Termos consciência disso é só o início. Mas isso é um blog, não um livro de auto-ajuda. Deixe-me, portanto, ser um pouco mais prático.

Imagine-se numa das famosas e famigeradas reuniões de status. Sim, aquelas reuniões que começam 10 minutos atrasadas e a única coisa que se ouve é como os projetos estão indo. Ações? Ninguém anota, ou, se existem, são sempre tomadas pelo responsável do projeto. Sei que você já teve e ainda tem reuniões desse tipo. Qual o motivo dessa reunião afinal?

Como gerentes, temos responsabilidade perante a empresa de otimizar o tempo de todos. Infelizmente, às vezes o que vemos é o extremo oposto. Se você é o responsável pela reunião, saiba o que os outros pensam dela, constantemente. Não entendo como hoje, com o feedback tão difundido, ainda tenhamos reuniões tão ruins. Comece, por exemplo, acabando a reunião 5 minutos antes e peça feedback para um dos participantes – mas, pelo amor de Deus, não pergunte “o que você acha disso”. Use perguntas-afirmativas, abertas, como “Como você acha que podemos fazer a reunião mais efetiva?”. Depois de 5 ou 6 feedbacks, certamente você aprenderá muitas coisas que podem ser alteradas.

Ok, mas e se você não é o responsável pela reunião? Bom, comece trabalhando com o dono da reunião. É sua obrigação avisá-lo que ela não está sendo efetiva. Mostre-o quais mudanças são necessárias: mas venha com uma lista pronta de idéias. Caso não dê certo, ainda é sua função otimizar o tempo de todos. Tente proteger a sua equipe de reuniões imbecis. Por exemplo, apenas uma pessoa pode assisti-la, ouvir baboseiras por 1 hora e, mais tarde, resumi-las em um e-mail de 10 linhas para todo o time.

Sim, sei que estou falando o óbvio. Mas meu sonho é que coisas óbvias como essas estejam no dia-a-dia de todos. E não falo isso apenas para reuniões. Contratações, divergências com outros times (por exemplo, a famosa briga Desenvolvimento x Suporte) ou até uma carta pedindo mais dinheiro do financeiro – às vezes só nos falta a coragem de sair da conformidade, de usar ferramentas universais como o feedback ou a objetividade - de não ser tão medíocres. Às vezes o que falta é só levantar o braço e, como diz meu amigo Jack DelaVega, fazer a pergunta certa. Já pensou quantas coisas do dia-a-dia não podem ser alteradas com simples perguntas, feedbacks ou minúsculas ações?

Mas não se preocupe, não tenho a esperança de acabar com a mediocridade. Talvez seja muito medíocre para alcançar tal façanha...

Dr. Zambol
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terça-feira, 3 de março de 2009

Transmissão ao Vivo do FOWA

Nessa sexta estarei fazendo micro-blogging direto do FOWA Dublin 2009. O FOWA (Future Of Web Apps) é um evento bem grande que tem rodado o mundo inteiro nos últimos anos, falando de tendências na Web.

O evento para a Europa esse ano acontece aqui em Dublin, na próxima sexta-feira dia 6 de março. Eu estarei lá e vou fazer uma espécie de transmissão ao vivo através do nosso canal no Twitter. Quem sabe na semana que vem também não posto alguma coisa resumindo em mais detalhes o que vi por lá.

Trata-se de um evento interessante (dê uma olhada nos speakers aqui) e uma grande oportunidade para você que está de longe ficar um pouco mais por dentro das coisas que estão rolando em termos de Web na Europa. Não perca tempo, começe a seguir a Tribo no Twitter e acompanhe o que acontecer no evento na sexta-feira (afinal, é sexta-feira...).

Abraço,
Reggie, the Engineer.
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segunda-feira, 2 de março de 2009

Procura-se Mulheres

Ontem à noite eu dirigi da costa oeste da Irlanda até Dublin, 4 horas de estrada reta e monótona. Vinha dirigindo e alternando entre as rádios - até que sintonizei em um programa onde estava rolando um debate interessante, analisando o atual cenário econômico sob o ponto de vista ético.

Os participantes estavam debatendo os vários acontecimentos lamentáveis (eticamente falando) que vêm se sucedendo no sistema financeiro - na Irlanda e no mundo. Coisas como banqueiros usando dinheiro de 'bailout' para pagar bônus, bancos maquiando resultados financeitos para poderem ser nacionalizados, coisa e tal. Em determinado ponto, uma das participantes disparou:

- Se tivéssemos mais mulheres nessas posições-chave das organizações em questão, talvez não tivéssemos tantos problemas assim.

Muito embora essa seja uma questão altamente discutível, existem muitos pesquisadores importantes, e um relativo suporte filosófico, indicando que as mulheres poderiam se comportar melhor frente a situações que requerem julgamentos morais ou éticos. Freud explica. Segundo algumas teorias, a base de nossa personalidade é formada ainda quando somos crianças. As diferenças de personalidade entre meninos e meninas começam a se estabelecer nas brincadeiras. Se você pensar bem, as brincadeiras de meninos estão normalmente baseadas em regras, no respeito a essas, na justiça, etc. Já as brincadeiras de meninas tem normalmente a ver com inclusão e não se machucar. Pesquisadores então acreditam que essa diferença na formação da personalidade faz com que as mulheres tragam para o ambiente de trabalho valores morais e éticos diferentes dos homens (e potencialmente mais 'elevados').

Não sei ao certo se eu acredito nisso ou não. Depois de tudo o que já vivi, acho que o ambiente de trabalho e comunidades profissionais como as que vivenciamos podem ser capazes de 'entortar' muita gente boa por aí. Mas confesso que a idéia soa bem para mim. Empiricamente, quando eu penso em corrupção, falta de ética, imoralidade, me vem naturalmente uma figura masculina na lembrança. Fica difícil recordar uma mulher envolvida centralmente em algum grande escândalo. Alguns dirão que é culpa da amostragem - afinal os homens são maioria nesse mundo. Bom, nem tanto, pelo menos hoje em dia. Para ficar com os números americanos, as mulheres já são 47% da força de trabalho, ocupando 50% das posições gerenciais intermediárias e 15% das posições de liderança das 500 maiores empresas (Fortune).

Aproveitando que no próximo dia 8 de março é Dia Internacional da Mulher, quero mais é que elas nos ajudem a sair desse brete em que nos metemos. Que venham as mulheres.

Reggie, the Engineer.
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