terça-feira, 29 de junho de 2010
Hora de Partir
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Salve o Apagão: Apagão de Talentos Parte 3
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Não Basta ser Bom - Tem que Participar
Mas o que são profissionais de alto-potencial? Os chamados profissionais de alto-potencial são geralmente fáceis de identificar: são aqueles que se destacam na sua equipe não só pela sua performance mas também pela forma com que atuam com o seus colegas e com a facilidade de engajar outros times. Você dificilmente encontrará alguém falando mal de profissionais de alto-potencial. São aqueles profissionais que todo quer ter na equipe ou ser de sua equipe. Eles possuem alto-desempenho consistente ano após ano. Um profissional de alto-potencial tem boas chances de ser promovido e ter treinamentos e coaching e mentoring especializados, pois são considerados os futuros líderes da organização. Para um profissional tornar-se alto-potencial geralmente é necessário mais do que um ciclo de avaliação, exatamente para comprovar sua consistência.
Percebeu né? Não basta ter alto-desempenho. Você precisa ter alto-potencial se quiser ser um profissional fora de série. Então pare apenas de querer ser e comece a trabalhar. Vou tentar dar algumas dicas de como conseguir essa façanha.
Um estudo de Douglas A Ready, Jay A Conger e Linda A Hill, publicado na Harvard Business Review de junho tenta desvendar essa "raça" tão nobre nas empresas. Depois de falar com diversos profissionais de alto-potencial e com seus líderes, chegaram a conclusão que as características básicas desses profissionais são três:
- Entregam resultados fortes e consistentes - credibilidade. O resultado do trabalho diário talvez seja o primeiro passo para você ser considerado um profissional de alto-potencial.
- Dominam novos tipos/áreas de conhecimento. Geralmente você começa na sua carreira sendo destacado pelo seu conhecimento técnico em uma determinada área. Com o tempo, você precisa se destacar pelo conhecimento técnico em diversas áreas. Chega então um ponto que o conhecimento por si só não basta mais, e você precisa começar a dominar áreas de conhecimento diferentes da sua, como gerência de pessoas, liderança, relacionamentos, etc.
- Reconhecem que o comportamento influencia. Começa aqui a diferenciação entre um profissional de alta-performance e de um de alto-potencial. O que se espera é uma mudança de comportamento de "se encaixar na cultura e segui-la" para "modelo de profissional e professor".
- Foco na superação e a clareza que muitas vezes sacrifícios pessoais são necessários para superar certos obstáculos.
- Capacidade de aprendizado fora-de-série: são rápidos para aprender e conseguem usar rapidamente aquele aprendizado no dia-a-dia.
- Espírito aventureiro, não possuindo medo de sair da zona de conforto ou ir para uma nova posição em um país diferente, mesmo que pareça um movimento arriscado.
- Sensores afiados: os três fatores acima sem um radar para "furadas" podem transformar a carreira do profissional em um desastre. Dentre os fatores intangíveis, esse é o mais difícil de medir. Ele é que fará o profissional pisar no freio na hora que uma discussão ficar muito acirrada, mesmo que tenha razão no momento, ou é o que fará o profissional escolher um projeto de mais baixa visibilidade no momento para poder crescer um pouco mais antes de ser o líder de um grande projeto.
Pense no colega que você deseja ter como líder de equipe - aquele que todo mundo fala bem e que além de sempre conseguir entregar os projetos que lhe são passados, cultiva a cultura da empresa de uma forma verdadeira (sem aquela falsidade característica dos pavões), não se assusta com escopos diferentes (aprende rapidamente o que lhe é passado) e serve como mentor para muitos de seus colegas. Analise o que ele faz de diferente à luz dos sete pontos aqui expostos. Veja qual a ligação e como ele faz isso.
Assim como quando aprendemos um esporte, como tênis ou futebol, não há como aprender apenas lendo e praticando consigo mesmo. É necessário espelhar-se em alguém, mas é necessário espelhar-se com uma base teórica para solidificar o que você está vendo. Espero ter contribuído um pouco para isso com esse artigo. Ser um profissional de alto-potencial não é uma tarefa fácil (2-4% de uma organização), mas ninguém disse que o caminho de pessoas brilhantes é moleza.
Tenha apenas uma certeza: profissionais de alto-potencial não nascem prontos - é preciso muito esforço, humildade, perseverança e acima de tudo, adoração pelo que se faz.
Dr. Zambol
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Apagão de Talentos - Parte 2
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Kindle x iPad - Deu Zebra!
Incerto ainda com tamanha incosistência em relação as coisas técnicas que lia e das opiniões das pessoas, decidi seguir meu instinto e comprar um Kindle DX (que tem um vídeo um pouco maior). Minha principal razão de seguir esse caminho foi porque a maioria das pessoas que falava que o iPad era muito melhor não tinham contato com o Kindle ou não tinham o mesmo uso que eu iria ter do aparelho.
Agora, depois de um mês com o Kindle na mão e depois de ter lido dois livros nele, tenho certeza que fiz a escolha correta e gostaria de compartilhar porque tenho certeza disso. Abaixo seguem os pontos fortes e fracos do Kindle, sempre tentando compará-lo com o iPad quando possível.
Pontos Fortes do Kindle:
- O Kindle tem uma funcionalidade sensacional, que faz com ele leia para você ("Read to Me"). Você consegue continuar lendo um livro enquanto toma um café ou está fazendo uma coisa que faça com que você não consiga segurar um livro na sua mão. Por incrível que pareça, funciona muito bem para os textos em inglês: é claro e até acerta em algumas entonações. Sendo o iPad um aparelho monotarefa e como hoje a aplicação para ele não possui essa funcionalidade, isso não é possível no Kindle
- Moro no Brasil e tenho minha língua materna o português. Mesmo conseguindo falar e compreender inglês muito bem, ainda existem diversas palavras, principalmente quando leio livros não-técnicos, que não sei o significado. Nesse quesito, o Kindle também, mostra-se insuperável. Tem um dicionário integrado. É só colocar o cursor perto da palavra e o significado aparecerá embaixo. Imagine fazer isso no iPad. Você precisa fechar o Kindle for iPad, abrir um dicionário ou navegador, digitar a palavra, ler o significado, fechar o dicionário ou navegadorque você usou, abrir o Kindle for iPad novamente e "encaixar" o significado no texto. Como muitas palavras têm diversos significados, essa tarefa pode se tornar contraprodutiva ou até mesmo ridícula em um sistema monotarefa como o iPad (a não ser é claro que algúem construa um leitor para o iPad com um dicionário integrado - o que não existe ainda hoje).
- Como todos devem saber, sou um escritor nas horas vagas (autor do livro "Tribo do Mouse - Histórias, Dicas e Truques do Mundo Corporativo"). Estou escrevendo um segundo livro. A habilidade de ter rede 3G livre para eu pesquisar e comprar um livro na hora que desejar, mesmo se estiver viajando para uma praia de Santa Cataria ou do Nordeste, é sensacional. Em menos de um minuto, tenho o livro em mãos e posso começar a ler e fazer anotações dentro dele. Existem iPads com 3G sim, um pouco mais caros apenas. A única vantagem aqui em relação ao iPad seria o 3G de graça do Kindle, contra o pago do iPad.
- Você pode encontrar clásicos sensacionais a preço de banana. Eu adoro filosofia e comprei um livro com vários trabalhos de Nietzsche por apenas 3 dólares. Também comprei um livro com todos os trabalhos de Tolstoy pelo mesmo preço. Isso é realmente inacreditável para amantes desse tipo de literatura.
- A tecnologia e-Ink é fantástica. Eu leio bastante: meu último sábado gastei 6 horas seguidas lendo e não fiquei nada cansado. A tela não pisca e não tem luz de fundo. Imagine ler 6 horas seguidas em um vídeo de LCD ou LED. Impossível!
Bom, mas nem tudo são flores.
Segue abaixo alguns pontos fracos do Kindle:
- Revistas e jornais são realmente fracos e ruins de ler no Kindle. Por alguma razão que não entendo bem, as revistas vêm com pouquíssimas fotos e os jornais praticamente sem foto ou tabelas. Algumas vezes, o texto sem a foto ou tabela fica sem sentido nenhum. Já me convenci que preciso de um novo gadget para ler revistas e jornais , mas mesmo assim não considero o iPad minha opção de compra, pelo fato de ter sistema operacional proprietário, ser monotarefa (como mencionado acima) e não rodar Flash (Zero-Hora, por exemplo, um jornal local do Rio Grande do Sul, pode ser lida no site do jornal de graça, mas é todo baseado em Flash, o que torna impossível lê-lo no iPad). Além disso, você consegue ler diversas revistas no Zinio. Eu sou assinante da Harvard Business Review por lá. Leio do meu notebook em casa. Sim, sinto muita falta da mobilidade que o iPad me daria: sentar no sofá, ligar o aparelho e já sair usando um aparelho peso-level. Hoje, muitas vezes uso meu computador de mesa para ler as minhas assinaturas de revistas digitais devido ao desconforto de ler a partir de um notebook. Mesmo assim, não vou comprar o iPad. Vou esperar sair o Eee Pad da Asus ou qualquer outro tablet com sistema operacional aberto, que me permita fazer o que eu quero em multitarefa
- As páginas poderiam virar um pouco mais rápido - não é uma coisa essencial, mas quando se precisa ir adiante e voltar diversas vezes devido a um texto complicado, o tempo de espera entre uma página e outro pode se tornar irritante. Em uma leitura normal, você nem nota.
- O contraste certamente poderia ser melhor. O fundo, por exemplo, poderia ser branco e não cinza. Mas é o preço que se paga pela tecnolgia e-Ink.
Dito isso, estou muito feliz com meu Kindle DX. Quando o uso primário é leitura, certamente o iPad não tem chance contra ele. Se seu uso principal é navegar internet e você não pode ou não quer esperar por um tablet com sistema operacional aberto e multitarefa, aí sim, talvez sua escolha seja o iPad.
A grande lição que tirei é que o que parecia bastante claro no início (iPad ser uma solução muito melhor do que o Kindle) mostrou-se completamente errada com o tempo. A sensação inicial de euforia causada pelo iPad foi passando depois da leitura de revisões e visualização de vídeos e de experimentá-lo pessoalmente. Não siga as revisões de outros usuários ou revistas cegamente. Muita gente fala sem experimentar as outras soluções ou simplesmente tem um uso completamente diferente do seu.
Dr. Zambol
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Apagão de Talentos - Parte 1
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Eu Aceito (Reedição)
[]s
terça-feira, 1 de junho de 2010
Subindo a Montanha Errada
Mas e quando, além da falta de visibilidade, você também não tem um mapa? Pior ainda, e quando você não tem exata noção de onde quer chegar?
Se o contexto fosse montanhismo, a única alternativa seria ligar para o resgate.
Mas agora pare e pense no contexto acima como se fosse a sua carreira, a sua vida profissional. Por incrível que pareça, todas as pessoas encontram-se em tal situação, em maior ou menor nível. Sem visibilidade, sem mapa, e sem uma boa noção de onde chegar. Quer ver?
Por definição, na vida profissional não existe mapa. Não há uma descrição dos cenários e alternativas possíveis. Não existe um retrato do relevo e das dificuldades a serem encontradas. O mapa vai se formando apenas conforme percorremos o caminho - e aí pode ser tarde demais. Ele pode até nos ajudar a não andar em círculos, porque você vai saber quando estiver caminhando em terreno conhecido. Nada muito além disso.
Bússola todos nós temos, felizmente. Mas elas são diferentes dependendo da pessoa, e existem bússolas boas e ruins na vida profissional. A sua bússola é a sua métrica de satisfação pessoal. Pode ser o quanto de dinheiro você ganha (bússola geralmente ruim), ou o quão feliz você é no seu trabalho (boa bússola). Ela constantemente lhe dá uma leitura no local em que você se encontra, e com sorte indicará (pelo menos a curto prazo) a direção a seguir.
Por definição, novamente, nós não temos visibilidade do terreno que percorremos na nossa vida profissional. Imagine-se em uma cadeia de montanhas com uma neblina baixa, ou com nuvens, ou no escuro. Você até sabe se está subindo ou descendo, mas não tem certeza de que a montanha sendo escalada é realmente a que você tinha como objetivo.
Uma clara noção de onde se quer chegar é algo que alguns profissionais tem, a maioria não.
Qual o resultado desse cenário então?
O resultado é a realidade mais comum em termos de carreira: a busca por ganhos imediatos. Se você não tem noção de que montanha quer subir, e se lhe falta visibilidade e um mapa, uma das únicas coisas que você pode fazer é "seguir em frente". Você sabe quando está subindo e quando está descendo, então basta continuar subindo, e mais cedo ou mais tarde você chegará ao topo daquela montanha. A questão é, topo de qual montanha? A maioria dos profissionais segue nessa balada, onde o salário define a próxima posição, a inércia impera, e a bússola que faz uma pessoa seguir o norte mais aceito pelo grupo é a utlilzada. O ser-humano tende a super-valorizar o ganho imediato quando comparado a um possível ganho futuro. O máximo local em oposição ao máximo absoluto.
A boa notícia é que há uma saída para essa situação. E ela vêm da computação.
O problema da montanha é um problema clássico em computação. E existem algumas maneiras de se evitar o máximo local, tentando sempre buscar o máximo absoluto. Uma delas é inserir um pouco de flexibilidade no algoritmo. Um pouco de jogo de cintura.
Afinal, por que você tem que seguir sempre em frente? Por que sempre montanha acima?
O primeiro passo é ter uma noção mais clara de qual montanha se quer subir. Pergunte a si mesmo o que você quer estar fazendo em 10 anos. E então compare esse objetivo com a "montanha" em que você se encontra atualmente. Vale à pena continuar subindo ela? O caminho atual lhe levará até o objetivo?
Caso a resposta seja negativa, você necessariamente precisa inserir flexibilidade na sua escalada. Mesmo sem visibilidade, permita-se descer um pouco. Conheça o vale mais abaixo. Perceba que existem outros caminhos, até uma outra montanha logo ali ao lado. Experimente. Tente.
Tudo indica que mais e mais pessoas experimentarão múltiplas carreiras em suas vidas, por diversos motivos. Falar obviamente é muito fácil, mas realmente tentar diferentes alternativas e experimentar é importante para que o profissional possa chegar ao seu máximo absoluto.
Reggie, the Engineer.
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