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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Conference Call

O vídeo de hoje é uma sátira em cima das infames 'conference calls'.

É mais uma daquelas maravilhas tecnológicas do mundo moderno no escritório, algo criado para aumentar a produtividade de equipes globais, economizando milhares de dólares em viagens e deslocamento.

Ou não.

Se você trabalha nesse tipo de ambiente, prepare-se para rir um bocado.





Reggie, the Engineer (João Reginatto).
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Trabalho e Vida: A Lógica É Simples

Vamos tentar dividir um dia normal de um trabalhador:

Dormir: 8 horas
Comer: 2 horas
Transporte (ida e volta ao serviço e outras locomoções): 1 hora
Higiene: 1 hora
Trabalho: 8 horas
Exercício: 1 hora
=================
Total: 21 horas

Sobram 3 horas para você ficar com a familia, fazer sexo, pagar as contas, escrever posts, olhar televisão e qualquer outro hobby que você tiver.

Uma opção para aumentar esse tempo é acabar com o tempo para o esporte e diminuir as horas de sono. O problema é que você vai morrer mais rápido e mais dolorosamente. Sem exercício, aos 40 ou 50 anos você estará um caco. Dormir menos também causa problemas de concentração e mais stress.

Outra opção é você fazer lanches ao invés de parar para almoçar e jantar. Há dois problemas com essa opção. O primeiro é que a maioria dos empregos exigem que o empregado fique um tempo-fixo no trabalho, ou seja, você precisa ficar na empresa da hora X até a hora Y. Então, você só estaria trabalhando mais. O segundo é que a chance de você descambar para comida não saudável é enorme - o que o tornaria mais gordo, mais preguiçoso e, novamente, morreria mais cedo.

Há uma terceira opção: trabalhar menos ou, no mínimo, com mais qualidade. Isso significa programar um tempo dentro do seu expediente para algumas coisas suas, como pagar as contas, organizar sua próxima viagem ou férias, tomar um café e desacelerar um pouco do dia-a-dia, marcar uma massagem no final do dia, compensando aquele dia que você ficou a mais e outra coisas do gênero e outras coisas que fazem você se sentir mais vivo e mais humano.

Há muito tempo já estamos lendo e-mails no sábado e no domingo, fazendo algumas horas extras em alguns dias da semana e atendendo emergências em fins-de-semana. Sempre conectados, nosso trabalho não para mais na hora que saímos da empresa. A expressão work-life balance ou "balanço vida-trabalho" está no mínimo fora da realidade de muitos empregos atuais e pode se tornar até uma piada de mal gosto - valendo apenas para o lado do "trabalho". Nosso trabalho e vida atual exige que sigamos com as duas coisas como uma só. A vida é única e inseparável. Nada mais justo então, do que usar horas do dia-a-dia durante a semana para fazer algumas coisas para você, da mesma forma que você responde e-mails nos fins-de-semana. Até ginástica pode ser feita em horário normal de expediente: basta você deixar isso visível para o seu chefe e seus funcionários. Se você agrega valor e realmente está compensando isso com trabalho mais duro ou horas trabalhadas em finais de semana, não há nada demais nisso.

Não há mágica. O dia tem 24 horas. Você tem que utilizá-las de forma inteligente ou... sim, você morrerá mais cedo - e de forma miseravelmente estressada.

Não diga que não avisei e não adianta reclamar quando o seu psiquiatra lhe forçar a tomar lexotan e o colocar em uma camisa-de-força, com ninguém em volta para lhe apoiar, pois há muito você se separou de sua esposa e filhos pois ninguém lhe aturava mais.

Dr. Zambol
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Síndrome de Steve Jobs

“Eu tive um sonho, e vocês estão aqui para realizá-lo!”

Não, não, não! Pára o mundo que eu quero descer. Se eu não estivesse no auditório, juntamente com outros quatrocentos "Colaboradores”, não teria acreditado na cena. Que o sujeito era um egomaníaco todo mundo sabia, talvez isso até seja um pré-requisito para um empresário de sucesso, mas, um comentário assim em plena reunião da empresa é muito despreparo.

O que ele achou? Que eu estaria motivado a realizar o sonho dele? Não encontro explicação lógica para essse comentário e, pelo zum-zum-zum do auditório, o resto da empresa concorda comigo. O nome disso é “Síndrome de Steve Jobs”. Isso, desde que o garoto de ouro voltou para Apple e revolucionou o mundo pela segunda vez, seu estilo de gestão voltou à moda com tudo.

Não me entenda mal, não estou criticando o brilhantismo de Steve Jobs, afinal, há de se dar crédito ao CEO da Década.  É inegável o talento do sujeito e suas contribuições para o mundo do entretenimento e computação. Mas, é notório também que Jobs é um sujeito difícil de se trabalhar, acostumado a humilhar seus funcionários ao ponto de levar a equipe a níveis de stress insuportáveis, fazendo muita gente boa  "pedir para sair" literalmente. Nesse sentido, ele é frequentemente comparado a outro mestre, Beethoven, brilhante mas difícil conviver profissionalmente. O fato é que isso não atrapalhou seus resultados, por ser gênio ele pode se dar ao luxo de tratar os outros como lixo, simplesmente porque há uma fila de profissionais qualificados esperando uma chance de trabalhar com ele.

Agora, você CEO que não é Steve Jobs, por favor, não tente isso. Para você, sobram os princípios básicos que deveriam estar na cartilha de todos os outros mortais gestores, são eles:

- Respeite: Ignore qualquer pessoa que lhe diga o contrário. Respeito é a base de todas as relações humanas. Não acredito em trabalho de qualidade resultante de um ambiente onde as pessoas não se respeitam, pode até funcionar no curto prazo mas não se sustenta. Quando existe respeito é possível levar a discussão para um outro nível, discutir idéias, pontos de vista. Mas, sem respeito o resto não funciona.

- Inspire: Um dos papéis do líder é obter o melhor das pessoas, em todos os aspectos. Nesse sentido o líder deve inspirar as pessoas a serem melhores, compartilhando a sua visão com o grupo. Nesse quesito o próprio Jobs é imbatível. O ponto chave aqui é fazer com que o “seu sonho” seja na verdade o sonho da empresa, é engajar sua equipe na tarefa conjunta de construir um futuro melhor.

- Contrate e Retenha Gente Melhor que Você: Alguns gestores, por sentirem-se ameaçados, contratam profissionais menos qualificados, gerando o seguinte padrão: Profissionais Nível A contratam profissionais de nível B, que por sua vez contratam profissionais de Nível C e por aí vai. Já imaginou o que sobra para os níveis operacionais quando se segue uma política assim? Gente melhor que você, inevitavelmente, acaba por torná-lo melhor. Essas são as pessoas que você precisa em sua equipe. E a empresa toda ganha com isso.

Ah, guarde seu ego para o espelho pela manhã, ele não vai reclamar.

[]s
Jack DelaVega

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Curtas - O Fim da Gestão

Não é nenhum segredo, muito menos novidade, mas vale à pena repetir. O rádio como meio de comunicação demorou 38 anos para atingir uma audiência de 50 milhões de pessoas. A televisão foi um fenômeno muito mais rápido e atingiu o mesmo feito em apenas 13 anos. A Internet, por sua vez, alcançou a marca de 50 milhões de pessoas em apenas 4 anos. O iPod precisou de 3 anos. O Facebook consegiu em cerca de 2 anos.

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Em Setembro de 2008, o gigante de 160 anos na área de serviços financeiros Lehman Brothers declara falência, citando uma dívida de mais de 700 bilhões de dólares. Até então, o grupo havia apresentado lucro anual na casa dos 4 bilhões de dólares nos últimos 2 anos (2006 e 2007). De maneira semelhante, em Junho de 2009, a General Motors - orgulho da indústria americana, maior fabricante mundial de veículos com 101 anos de história - declara falência após registrar perdas de mais de 80 bilhões de dólares nos últimos 4 anos.

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Fast-forward para o presente. Agosto, 2010. O cliente é um importante órgão do governo. Está interessado em adquirir um software inovador que provavelmente lhe dará uma economia de despesas na casa dos milhões de dólares anuais. Mas a empresa fornecedora é uma start-up com pouco mais de 1 ano de vida, e nenhum cliente de porte comparável. Os tomadores de decisão estão preocupados. Ligam para uma grande empresa do setor, costuram um acordo e sentam à mesa com a start-up. Querem que o software seja 'licenciado' para a grande empresa, de maneira que ela seja a responsável pelo suporte, entre outras coisas. A start-up aceita, não poderia fechar um negócio desse porte com o governo se assim não o fizesse.

Nas palavras do responsável do governo, o racional para a decisão:

- Vocês entendem não é? Estamos muito interessados no produto mas não podemos fazer uma escolha irresponsável. Ao negociar com uma grande empresa eu tenho a garantia de que o negócio não vai fechar do dia para a noite, deixando a gente com as calças na mão...

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Por isso dizem que o fim da gestão como conhecemos está próximo. Tem um bocado de gente contribuindo para acabar com ela de uma vez.


Reggie, the Engineer (João Reginatto).
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Efeito Borboleta

O pai de Eduardo era um árabe tradicional e nos anos sessenta isso era levado à sério. Empresário sem educação formal, decidiu que os filhos seguiriam um caminho diferente. 
- Quero um filho médico, um filho arquiteto, um advogado, um dentista. 
Com as outras profissões já tomadas pelos irmãos mais velhos, sobrou para meu tio, a odontologia. No final do primeiro semestre, porém, ele já havia tomado a decisão de largar o curso e fazer engenharia. Faltava, somente, o exame final. 
A prova consistia na explicação de tópicos para uma banca de professores. Cada aluno sorteava seu tópico de um saco, onde bolinhas, como as de bingo, continham o número do respectivo tópico a ser detalhado. A turma possuía material sobre todos os tópicos, exceto o de número 7. Meu tio não estava disposto a fazer a prova, iria largar o curso de qualquer jeito e não queria correr o risco de passar vergonha em frente a banca por não saber o tópico 7. Foi dissuadido por seu professor:
- Vaí lá rapaz, fica tranquilo.

Em frente a banca ele enfiou a mão no saquinho e depois de apalpar um pouco puxou a bolinha que, pelo relevo, seria o tópico 1. Constatou desesperado que tratava-se do número 7. Tomado por um misto de raiva e vergonha, deixou a banca e o resto para trás. Com zero na avaliação rodou na disciplina e, por teimosia, cursou novamente o semestre, esqueceu a engenharia e virou dentista.


Todas as noites, a turma voltava da aula tarde da noite, espremida no Chevete do Cléber. No caminho  passavam pela Farrapos, tradicional ponto de prostituição da capital gaúcha. E toda noite, não importasse a chuva ou o frio, encontravam o loirão parado na mesma esquina. Loirão era o  apelido carinhoso de um travesti de um metro e oitenta e mais de cem quilos, provavelmente fruto de uma mistura étnica de índios bugres com imigrantes alemães. Em essência: O loirão era o rascunho do caminho do inferno. Quando passava por dele a galera gritava:
- Aí loirão!
E ele respondia com um aceno tímido e um sorriso, uma perfeita lady.
Numa noite de sexta-feira o chevete ia lotado como sempre e atrasado como nunca. Estavam indo para a pelada da turma, mas sem o zagueiro, acamado por conta de uma gripe. Foi do Jonas a idéia de conversar com o Loirão:
- E aí loirão, o nosso baque deu desfalque hoje, quer bater uma bolinha conosco?
- Não vai dar mesmo galera.
- Ah, qualé que é loirão, não quer jogar com a gente? Vai vir com preconceito agora?
- Que nada, galera. Tá vendo esse joelho aqui? 
Ele apontou para perna esquerda que estava coberta por uma fusô rosa pink.
- Estourei o menisco numa bola dividia num time da terceira divisão de Roca Sales. Afinal de contas, por que vocês acham que eu entrei nessa vida? 

[]s
Jack DelaVega

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Que é um Bom Gerente?

Lendo o excelente texto do Zambol, Meu Gerente não Agrega Nenhum Valor, me dei conta de que muitas vezes não temos claro o que é um “Bom Gerente”. Resolvi então perguntar para nossos leitores, o resultado segue abaixo:

- É alguém que remove as pedras do caminho. Em momentos de tranquilidade a gente nem lembra que ele está lá. Mas, pode ter certeza de que quando precisar pode contar com ele.

- É aquele que sabe tanto quanto você ou mais, pois como já diziam os antigos, "Para poder Mandar é preciso saber fazer o que você esta Mandando".

- Além de ser um bom gestor ele possuir liderança. É aquele que sabe orientar os trabalhos sem necessariamente executá-los.

- É aquele que une uma equipe em torno dos objetivos e ajuda as pessoas a desenvolver suas potencialidades e competências. Aquele que dá dicas, ajuda , cobra e prepara o sucessor.

- É a pessoa que contribui o crescimento da equipe, seja estimulando-a em fazer cursos ou criando novos desafios. É alguém confiável e que sabe delegar tarefas sem comprometer o desempenho de quem reporta a ele.

- Aquele que ajuda quando necessário e não atrapalha quando está “entediado”.

- Alguém que essencialmente saiba lidar com pessoas, tenha liderança no seu DNA, não seja 100% empresa e nem 100% equipe.

- É o líder que consegue atingir e superar os resultados desejados pela organização, através de uma equipe motivada e feliz.

- É aquele que consegue ter a percepção do ambiente de trabalho para traçar a melhor estratégia de convívio entre seus funcionários. Que inspira os funcionários a buscar resultados de uma maneira menos estressante.

- "Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação." Peter Drucker

- O bom gerente não tem que ser unanimidade mas ter em mente quais são suas responsabilidades e se as está cumprindo. Ser "bom" ou "mal" será apenas uma questão de opiniões individuais, carregadas de "boas" ou "más" experiências enquanto liderados.

- Gerente bom sabe quando ser firme e quando ser maleável em suas decisões, reconhece e valoriza os esforços de seus empregados.

- Gerente bom é gerente morto (tem sempre um revoltado).

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Semana da Tribo - 06/08

Confira os posts da semana na Tribo do Mouse

Comida: As Ambições da Geração Y - Será que é tão difícil assim de entender? - Por Jack DelaVega

Como Exterminar o Analista: Reggie dá a dica de como se livrar de um incompetente.

Só-Me-Importa-O-Meu: Um típico personagem corporativo dissecado pela lente do Dr. Zambol.




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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Série 'Aconteceu Comigo': Como Exterminar o Analista

O projeto estava no vermelho. E estava lá há bastante tempo. Até entregador de pizza já estava por dentro do design do sistema, de tanto que aparecia no escritório. Final de semana, feriado, aniversário da mãe, dia dos namorados, esquece - ninguém mais sabia o que eram essas coisas.

Os motivos que haviam levado o projeto para aquele estado lamentável ninguém mais conseguia listar. Eram muitos, com certeza. Mas a equipe estava de tal maneira imersa naquele caos que racionalizar sobre o assunto era praticamente impossível. Parecia uma outra dimensão.

E tinha o Abelardo.

O Abelardo não trabalhava na empresa - ele era na verdade um analista que o nosso cliente tinha 'emprestado' para ajudar a definir os requisitos do sistema. Em teoria o Abelardo conhecia muito da área e seria a voz do cliente. Na prática o Abelardo nunca antes havia trabalhado em TI, e queria muito ter sucesso naquela empreitada. Ele tinha uma imagem clara do sistema na cabeça dele, o difícil era tirar a imagem de lá. O Abelardo era boa gente, mas comunicação não era o forte dele. E essa nem é uma habilidade importante para um analista...

Acima de tudo, o Abelardo era uma figuraça. No sul a palavra certa seria 'grosso'. Em São Paulo talvez fosse chamado de 'caipira'. Ele era tosco mesmo, o coitado. Óculos na ponta do nariz, calça curta, sempre com o cabelo por pentear. Tinha chegado na cidade grande não fazia muito. Quando questionávamos determinados requisitos do sistema ele costumava invariavelmente dizer: 'ah, mas daí tâmo falando de outro tipo de pobrema...'. Era o jeito dele de admitir que não sabia a resposta. Pavio curto, estava sempre discutindo. Se já falava alto por natureza - boas maneiras haviam passado longe daquele corpinho, quando se exaltava então, era um show à parte. Impróprio para menores.

Um belo dia, reunião de projeto. Em volta da mesa, o gerente do projeto, o gerente da área de tecnologia, eu, o Abelardo e o chefe do Abelardo - que no final era quem pagava a conta. O gerente de projeto começa citando os progressos da semana, e em pouco tempo estamos discutindo mais uma mudança de requisitos proposta pelo Abelardo - que novidade. Mas a reação do gerente de projeto dessa vez é diferente. Ele está exaltado, e questiona Abelardo por mais essa mudança. Em pouco tempo, a reunião vira mais um showzinho do Abelardo, que discute com o gerente de projeto abertamente. Eu tento intervir em determinada altura, tentando mediar e trazer um pouco de bom-senso, quando recebo um chute na canela, por baixo da mesa! Olho para os lados, espantado com o chute que recebi, e de repente cruzo o olhar com o gerente da área de tecnologia, que sorrateiramente coloca o dedo indicador na boca como que me dizendo para ficar quieto. A essa altura eu havia entendido a jogada: o analista estava para ser eliminado. Fiquei na minha, acompanhando os leões cercarem a presa - me sentia em uma cena do 'Poderoso Chefão'. O pobre do Abelardo entrou direitinho na cilada, e em pouco tempo, acuado pela discussão, ele diz ao gerente de projeto:

- Ah, vai à m...., você não é meu chefe!

Problema resolvido. O chefe do Abelardo intercede, diz que aquele tom não é admissível, pede a ele que se acalme, e a reunião se encerra em seguida.

No dia seguinte, um email breve do gerente de projeto: o Abelardo havia sido afastado. Um novo analista chegaria ainda pela manhã.

Reggie, the Engineer (João Reginatto).
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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Comida

Conheci Cléber em uma entrevista de emprego. Eu estava contratando para a minha start-up e ele à procura de novos desafios. Tinha 23 anos, era formado em uma boa universidade, falava inglês, estava fazendo Alemão e um curso de pós-graduação. Não tinha, portanto, nenhum deficit de formação. Ele trabalhava há dois anos em uma multi-nacional, que oferecia toda a estrutura e pacote de benefícios que uma grande empresa possui. Não fazia sentido, para mim, a sua motivação para trocar de emprego.
- Pois é, eu fui recém-promovido.
Recém-promovido e procurando emprego, fiquei mais curioso ainda.
- Bom, deixa eu explicar. Acabei de ser promovido, passei do cargo de Analista I para Analista II. No contra-cheque a recompensa financeira foi boa, não posso reclamar, algo ao redor de trinta por cento.
- Trinta por cento?
Troco com você agora, pensei.
- O problema é que a minha promoção foi apenas no papel. Quero dizer, recebi mudança de cargo, aumento, mas no dia-a-dia continuo executando a mesma função, as mesmas tarefas. Pior, meu chefe continua exercendo o mesmo grau de supervisão que exercia quando comecei na empresa.

É claro que não podemos ignorar a parte financeira, mas, fico pensando se no tempo de meu pai os profissionais tinham a preocupação de Cléber. Naquela época, o grande objetivo de carreira era conseguir um emprego no “Banco do Brasil”, bom salário e estabilidade, não importava a função. Acho que foi nos anos noventa que a coisa começou a mudar. Lembro das palavras da diretora da minha faculdade no meu primeiro dia de aula:
- Eu fico muito contente ao constatar que a primeira pergunta que nossos alunos fazem em uma entrevista de emprego é “O que eu vou fazer” e não “Quanto vou ganhar”.

Mas, acredito que a geração Y, aqueles que vieram logo depois de mim e hoje se lançam ao mercado de trabalho, é muito mais enfática com relação a isso. Se foi Arnaldo Antunes que cantou para a minha geração:
“A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade”

Tenho certeza de que esse coro é repetido, cada vez mais forte, pelos profissionais que ganham o mercado nos dias de hoje.
Fica a pergunta:
- Até quando as empresas vão seguir com essa visão míope que separa vida e trabalho, ambições pessoais e profissionais?

[]s
Jack DelaVega