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Guia Especial - Gestão

Uma coleção de textos sobre tópicos fundamentais em Gestão nos dias de hoje

O Melhor do Humor no Escritório

eBook Gratuito que compila os melhores textos de humor de Jack DelaVega

Guia Especial - Planejamento de Carreira

Tudo que você precisa saber para fazer um bom planejamento de carreira e atingir os seus objetivos pessoais e profissionais

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Boas notícias do Front


Dados do ano passado do Caos Report, relatório do Standish Group publicado a cada dois anos que analisa o resultado de mais de 1000 projetos de TI. 35% dos projetos foram entregues com sucesso, o que significa, entregues no prazo, orçamento e atendendo aos requisitos planejados. Por que boa notícia? No relatório de 2004 o resultado foi 29%.
Medíocre, na falta outra palavra para definir. Vou me rebelar contra isso durante toda a minha vida profissional, e provavelmente depois disso também.

Imaginem na medicina:
- Estamos realmente satisfeitos com a melhoria dos resultados, atualmente 35% dos pacientes submetidos a esse procedimento cirúrgico sobrevivem.

Ou na Engenharia:
- Nossa companhia geralmente constrói três prédios, dessa maneira garantimos que pelo menos um fica em pé no final da obra.

Levantei essa frustração ainda no início da graduação para um dos meus professores. Ele contemporizou dizendo que essas profissões existem há milhares de anos e que estamos no negócio de software a pouco mais de meio século. Mesmo assim, nesse mesmo tempo já levamos o homem a lua, clonamos uma penca de animais e inventamos drogas que garantem uma ereção por mais de trinta horas. Não consigo me conformar, certamente podemos fazer melhor. Se as empresas tivessem alternativa à TI, estaríamos sem emprego. Para aproveitar a onda de Harry Potter. Se a magia fosse uma opção viável estaríamos fora. Algo como:

- A nossa solução para comunicação corporativa é baseada em Corujas. É um método muito mais confiável que o e-mail, mais disponível e menos sujeito ao ataque de vírus.

O pior é que assim como no universo de Potter, também temos os “Trouxas”, que no caso de TI são aqueles que dependem dos nossos projetos.

Que venha o Voldemort e seus Comensais, eu vou continuar na luta.
[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Vergonha

Peço licença aos amigos para mudar um pouco o rumo da prosa. Essa semana é de luto. No dia 17 de julho último, aproximadamente 200 pessoas morreram no mais grave acidente aéreo da história do Brasil. A maior parte gaúchos como eu. Me perdôem, mas preciso dizer que senti vergonha de ser brasileiro.

Vergonha por muitas vezes não fazer a coisa certa no dia-a-dia. No Brasil, acredito que um pouco mais do que em vários outros países, somos fãs da "solução de contorno". Não aquela bonita da matemática superior, mas aquela que nos afasta do cerne dos problemas e nos faz usar o já sem-graça "jeitinho". Aquela mania que temos de colocar um cavalete em frente ao buraco da avenida ao invés de fechá-lo. Ou que nos faz colocar as insuperáveis placas "nunca tranque o cruzamento" ao invés de avançar com tecnologia e pesquisa sobre o problema do trânsito. A mesma mentalidade de malandro-porco que acaba colocando em posições de chefia nas mais importantes instituições nacionais parceiros políticos-partidários, amigos de ocasião e sangue-sugas de plantão. Vergonha.

Vergonha por não discutir mais seriamente os problemas do meu país. Falamos muito de futebol, de novela, do que a mídia quer que falemos. E debatemos pouco em rodas de amigos ou em casa o futuro dos nossos filhos e netos neste eterno "país do futuro". Nós brasileiros somos pacatos, não gostamos de nos indispor uns com os outros por qualquer coisa. Tomamos partido sim, sempre somos contra ou a favor. Mas escondemos as razões, ocultamos os argumentos... nunca gostamos de transformar um papo agradável em uma discussão séria. Vergonha.

Vergonha por agir pouco. Quando a situação chega ao extremo às vezes acontece algo. Mas nunca vi um país com tão poucos protestos públicos como o Brasil. Nossa capacidade de indignação anda muito reduzida. Devem ter sido os anos de ditadura. Até uma vaia de nada no Maracanã logo é motivo de retaliação. "O que é isso? Vaia? Deve ser a elite..." Queria ver os hermanos argentinos em uma situação parecida. Ou os franceses, alemães... pobre governo. Vergonha.

Certamente existirão oportunistas para, com um canto de sorriso, dizer que esse número de pessoas morre por mês em homicídios no estado de São Paulo. Que o barulho todo sobre o acidente aéreo se dá porque são pessoas da elite que ali estavam. E os oportunistas estarão certos. Vergonha de uma pátria que se mobiliza mais por alguns de seus filhos do que por outros. Aliás, muito mais por alguns poucos ultimamente (e aí os oportunistas se calarão novamente). O que sentir, além de vergonha?

Algo precisa ser mudado. Não sei exatamente o quê. Como sou da área de TI, sugeriria ao Brasil apertar o botão de "reset" e começar tudo de novo. Não é possível, infelizmente. Talvez tenhamos que começar com pouco, olhando longe e persistindo. Um bom começo talvez seja nos permitirmos a humildade de ter vergonha. E transformar isso em vergonha na cara.

Reggie, the Engineer.
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quinta-feira, 19 de julho de 2007

As 40 Melhores de TI

Pessoal:
Segue abaixo o link para o recém publicado raking das 40 melhores empresas de TI para se trabalhar no Brasil.

http://computerworld.uol.com.br/idgestaticas/downloads/computerworld_gptw_2007.pdf

A pesquisa é realizada pelo Instituto Great Place to Work, juntamente com a Computer World.
Comentários?

[]s
Jack DelaVega

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Cinco Verdades e Mentiras Inconvenientes

1Um zagueiro nunca vai ganhar mais que um atacante. – Verdade. Ainda que a defesa seja parte essencial do time, quem bota o “dinheiro em casa” é o atacante. Melhor encarar os fatos que ficar se enganando. Ou você acha que é por acaso que os melhores vendedores da sua empresa dirigem um A3?

2. Um time de profissionais “limitados” consegue superar grandes desafios através de treinamento e trabalho de equipe.
– Mentira. Desculpe, mas isso só acontece nos filmes da Disney. Pessoas capacitadas são a chave do sucesso de qualquer empresa. Ponto final.



3. Trabalhamos na melhor empresa do mundo. – Mentira. Sempre existirão lugares melhores e piores para se trabalhar. Acreditem, tem gente insatisfeita trabalhando no Google e gente muito satisfeita no McDonalds.

4. Carreira Y é possível. - Verdade. Apesar de difícil no Brasil, uma carreira em Y é possível. Só não espere ganhar o dobro do salário fazendo a mesma coisa que você fazia a 5 anos atrás. Quem valoriza “antiguidade” é historiador. Em última instância o salário deve estar relacionado com o escopo do trabalho e o quanto de retorno isso traz para a empresa (vide item 1).

5. Funcionário tratado como peão, começa a agir como peão.
- Verdade. Um exemplo é aquele gerente que cobra até os minutos do cafezinho do seu time. Pode apostar que eles vão fazer o mesmo quando o gerente precisar. O normalmente o gerente é quem mais precisa de suporte do seu time. A recíproca também é verdadeira, comece a agir como peão se quiser comprovar essa teoria.

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Onde está seu próximo grande emprego?

Não sei se já falei sobre isso, mas adoro planejar coisas. Planos, arquiteturas, projetos, brincar disso é um dos meus hobbies favoritos. Tudo pode ser planejado pra mim: uma viagem, a carreira, um filho, uma festa. Chato, não? Mas nada anormal para um engenheiro tentando fingir não ser Nerd.

Um belo dia, o Tom chegou pra mim e reclamou novamente as suas frustrações em relação ao emprego atual. Começamos a conversar sobre planejamento de carreira e tal, e perguntei a ele: onde está o seu próximo grande emprego? Tom acreditava que era hora de uma mudança significativa, um grande "salto de carreira". Mas não sabia responder a pergunta.

Eu, como fanático por planos, e também por planejamento de carreira, comecei a lhe dar umas dicas. Não que eu seja um expert no assunto, ou que a minha carreira seja uma trajetória perfeita. Mas gosto do assunto e já passei por situações que me fizeram aprender bastante. Disse a Tom uma coisa que percebi já a algum tempo: se você está procurando uma mudança significativa, um salto de carreira mesmo, não deve procurar isso onde está acostumado. A pessoa que vai ajudar você nesse salto muito provavelmente não está na sua vida agora.

Tom não concordou muito a princípio. Disse que estava pensando em falar com seu gerente e caso isso não desse resultado, iria contactar amigos para conseguir posições em outras empresas. Necessariamente essa estratégia não está errada. Pelo contrário, não há nada mais saudável do que falar constantemente com seu superior sobre suas frustrações e planos, enfim, deixar sempre as coisas claras. Os amigos normalmente são elementos importantes para agregar novos contatos à sua rede de relacionamentos. E essas coisas com certeza ajudam a carreira de qualquer um.

Mas Tom estava procurando um grande salto. E nesse caso, deveríamos pensar mais "fora da caixa". O que acontece é que normalmente pessoas que estão fora do nosso círculo de relacionamento não possuem preconceitos a nosso respeito. Eu disse a Tom que a imagem que estas pessoas fariam dele seria provavelmente melhor do que o seu gerente atual ou outros conhecidos. Pessoas que não lhe conhecem tenderão a valorizar mais as suas qualidades e não se apegarão a pequenos deslizes que você possa ter cometido no passado. Nessa altura, Tom concordou. Lembrou que seu gerente atual havia demorado muito mais do que ele achava justo para lhe dar um aumento. E vivia insistindo que ele deveria desenvolver sua capacidade de comunicação, apenas porque 3 anos antes ele havia feito uma apresentação para clientes muito ruim.

Não se trata de tentar esconder algo. Trata-se apenas de buscar um ângulo de análise que lhe favoreça mais. E nesse sentido, se você está buscando um grande salto de carreira, o caminho é abordar pessoas que não estão no seu círculo atualmente.

E você, já sabe onde está seu próximo grande emprego?

Reggie, the Engineer.
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quarta-feira, 11 de julho de 2007

Meu Filho, Olha o que Tu Ta Fazendo...

Uma instalação deveria começar às 17 horas e acabar tranquilamente às 2 horas da manhã do dia seguinte. Tinha tudo para dar certo...

Tinha tudo, mas não deu. Terminou às 6:30 horas da manhã com 3 erros a serem resolvidos em um Service Pack, agendado para a semana seguinte. Por quê? Várias causas, mas a principal foi um erro na execução de um script de banco de dados, onde nem o DBA nem o desenvolvedor responsável dignaram-se a olhar o log de execução. Puxa, será que a área de TI ainda é tão principiante?

Tenho uma teoria simples, que em TI vejo funcionar 100% das vezes. Quanto mais simples o erro, mais difícil de encontrá-lo. No caso, o que ocorreu foi que dois sinônimos de banco de dados, na hora da criação, retornaram erro. Para completar, o erro foi mascarado por um erro de permissão do WebLogic. Pronto. O time técnico tinha na mão os ingredientes corretos para ficar olhando feito barata tonta para tudo que é lado, exceto o banco de dados. Para completar, o especialista em WebLogic que chamamos para nos ajudar, tinha certeza absoluta que sim, era um problema dele.

O que não consigo conceber é que ainda cometemos erros como esse, onde simplesmente ignoramos o resultado do que estamos fazendo. É como se trabalhássemos vendados. Se cada log de execução tivesse sido verificado, teríamos gasto 10 minutos a mais e economizado 4 horas e meia. Faça os cálculos você mesmo.

A causa de tudo foi a maldita confiança infundada. Aquela em que temos certeza que tudo dará certo e nem levamos em conta a possibilidade do erro. Se você está sozinho, e o erro influencia apenas você mesmo, você tem esse direito. Agora, se você está inserido em um time, não há espaço algum para atitudes como essa.

Infelizmente, a solução para um problema tão simples não é tão fácil – nem tão rápida. Exige mudança de mentalidade. Exige que, principalmente em momentos críticos, como no Go-Live de um sistema, tudo seja verificado 2 vezes, por mais chato e inútil que possa parecer na hora. A pessoa deve estar ciente que não está fazendo isso para ele – está fazendo para o time. Se mesmo assim achar inútil, é sinal que não sabe jogar em time e, portanto, não serve para a empresa.

Enquanto essa consciência de qualidade, disciplina e senso de time não estiver presente na área de TI, continuaremos fazendo fiasco perante o business. E pior, fazendo a empresa perder milhares ou até milhões de dólares devido ao downtime. Que vergonha...

Dr. Zambol
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terça-feira, 10 de julho de 2007

Post Extraordinário - Fábricas de Software no Brasil

Pessoal:
O nosso amigo e colaborador, Nobre Jabor, enviou o link para uma reportagem da revista Exame sobre Fábricas de Sofware no Brasil. O texto é simplesmente obrigatório para quem trabalha na área, daí o post extraordinário. Gostaria de ouvir a opinião de vocês a respeito. Segue abaixo o link.

Obrigado Jabor.
[]s
Jack DelaVega

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O que você vai ser quando Crescer?

Luis tem um irmão um ano mais velho que ele, os pais são arquitetos. Na infância entraram na escola praticamente juntos. Na volta da escola costumavam mostrar os desenhos que faziam na aula para os pais.
- Foi aí que eu descobri que nunca seria um Arquiteto. Ele me conta resignado. Os desenhos do meu irmão eram incríveis, enquanto tudo que eu conseguia fazer era aquela casinha com uma árvore do lado.
Mas se descartar arquitetura foi fácil, escolher outra opção foi obra do acaso.
- Não sabia exatamente o que fazer no vestibular com arquitetura fora, engenharia acabou caindo por terra também, não iria agüentar as piadas em casa. Medicina? Nem pensar, não suporto ver sangue. Como também não sabia o que era informática, resolvi apostar.
Uma opção acertada, diga-se de passagem, Luis é um dos melhores profissionais com quem já trabalhei.

Mais da metade da turma que iniciou a faculdade comigo pensava como ele, eu inclusive. Mas o que realmente me assusta é que, enquanto no passado optávamos por TI por não saber do que se tratava, hoje vejo muita gente optando por pensar se tratar de outra coisa.

- Hmm, gosto de usar e-mail, IM, Orkut, jogos de computador. Tá aí! Já decidi o que quero fazer da vida.

O resultado disso são as barbaridades que a gente escuta no mercado, como essa que descrevo a seguir. Estava entrevistando estagiários para algumas vagas de programador, o candidato em questão cursava o quarto semestre. Fiz aquela pergunta padrão, sobre quais eram os planos de carreira dele:

- Olha, pra falar a verdade já estou um pouco cansado de programar, quero mesmo é trabalhar como analista ou gerente de projeto.

Me chamem de old-school, mas recusei o sujeito na hora. Outro gerente resolveu apostar. Quem sabe para trabalhar com desenvolvimento de software não é preciso gostar de programar mesmo. Talvez pra ser gerente de TI não seja preciso entender de informática, mas isso é assunto para um outro post.

[]s
Jack DelaVega

sábado, 7 de julho de 2007

Fazendo a coisa certa

A maioria de vocês já conhece o Larry. Lá estava ele, naquela fase próspera de sua vida profissional. Salário, reconhecimento, blá, blá, blá. Mas o foco dele naquele momento era "métricas".

Há algum tempo imerso em culturas organizacionais ditas "de ponta", Larry estava com compulsão por medir as coisas. No trabalho, media o número de linhas de código por projeto, número de projetos entregues no ano (com percentual de atrasos na entrega). Media o retorno financeiro dos projetos para a empresa, entre outras dezenas de métricas. Em casa, tinha uma planilha para acompanhamento de suas finanças, com gráficos e tudo. Sabia quanto em média seu salário anual havia aumentado nos últimos 5 anos. Nunca contou para ninguém, mas eu sei que ele controlava até o número médio de relações sexuais por semana, com desvio-padrão e tudo.

Assim como o Neo passou a enxergar os caracteres verdinhos da Matrix, Larry estava vivendo em função de métricas. Nada de anormal para ele, afinal, o contexto organizacional no qual ele estava inserido fomentava aquilo.

Um belo dia, Larry chegou no trabalho pela manhã. A princípio seria mais um dia naquele projeto fantástico e crítico em que ele estava trabalhando. Mas não foi um dia comum. Larry viu-se diante de um problema. Algo que ninguém havia percebido antes e que rapidamente se mostrou uma barreira intransponível para o projeto. Não mais que de repente, uma encruzilhada desenhou-se à sua frente. Seguindo o caminho padrão, Larry reduziria o escopo do projeto a algumas poucas funcionalidades devido ao problema detectado. A entrega do projeto estaria garantida, os riscos seriam minimizados, os ânimos acalmados, e principalmente, as métricas não seriam afetadas. Seria entregue mais um projeto no prazo, dentro do orçamento, segundo o que o cliente desejava (dentro do possível).

E havia o outro caminho...

Seguindo o outro caminho, Larry teria problemas. Teria que envolver mais pessoas no projeto (de fato, estas deveriam ter sido envolvidas antes). Teria que renegociar prazos (provavelmente haviam sido mal definidos mesmo). Teria que solicitar uma verba adicional. Assumiria mais riscos. Mas entregaria algo realmente inovador para o cliente. Agregaria valor (para usar um termo da moda) ao negócio. Enfim, Larry estaria fazendo a coisa certa.

Qual caminho você acha que Larry escolheu? Qual você escolheria?

Muitas pessoas preferem "manter as métricas" a fazer a coisa certa. Justo. É muito mais fácil. Mas tente uma vez na semana, ou no mês, fazer a coisa certa. No trabalho, na vida pessoal, em qualquer escopo. A satisfação é fantástica, verdadeira, pura.

Quanto ao Larry, bom, ele escolheu o caminho mais fácil. Ele é um cara legal, só vacila de vez em quando.

Reggie, the Engineer.
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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Meu Partido, Meus Valores

Esses dias tive a sensação de estar sendo chato. Eu e mais 3 gerentes havíamos combinado de seguir uma estratégia específica. A estratégia era simples, tinha a ver com o social, nenhuma coisa muito difícil de seguir. Não entrarei especificamente no significado da estratégia porque não é o assunto desse Post – o tornaria muito longo. O que é importa aqui é o que se faz com a estratégia...

Para mim, estratégia define o rumo das ações – todas as ações relativas aquele assunto. Afinal, se não for assim, não temos nada, nem direção. É assim no xadrez, é assim na vida e certamente deveria ser assim no trabalho.

O problema que houve tem muito a ver com o Brasil, onde não existem mais partidos políticos. Direita e esquerda não têm mais significado algum. Quando alguém entra em um partido, o que ele quer é ganhar. As idéias lá compartilhadas nada significam para ele. O partido de todos é um só: o SEU. Se ele ganhar, vota a favor. Se ele perder alguma coisa, vota contra. Não importa o que é certo ou que é errado.

Mas voltando a reunião, o que me decepcionou é ver que essa característica da política está presente no ser humano de forma tão elevada que, quando este se sente ameaçado, esquece tudo. Diretrizes, estratégias e idéias por trás daquilo não fazem mais diferença. É como se uma luz vermelha dentro do estômago ligasse e fizesse abortar tudo. O corpo entra em modo de proteção.

O que houve na reunião foi exatamente isso. A estratégica montada foi por água abaixo porque comprometia a segurança de algumas pessoas naquela reunião. Elas estariam perdendo. A luz vermelha do estômago acendeu-se e o modo de proteção entrou em ação. Fui contra a natureza e insisti na estratégia. Fui chato mesmo, batendo no ponto. Mas as decisões já haviam sido tomadas, não havia caminho de volta...

Saí da reunião atordoado, mas com uma lição aprendida. A estratégia montada estava errada ou muito mal comunicada. Não pode haver uma estratégia onde os decisores envolvidos percam, a não ser que tenha ocorrido a análise de alguns cenários e o grupo decisório tenha acordado e assinado em ata que seguirão aquela estratégica independentemente do quão afetará pessoalmente eles. Se não for assim, na hora que as pessoas sentirem que a estratégia pode estar jogando contra eles, mesmo que seja o certo a fazer, irão abortar e apagar a estratégia.

Lembre-se disso: a estratégia deve levar em conta o modo de proteção do ser-humano, e isso deve ficar claro a todos. Caso contrário, ela pode se voltar contra você e talvez nunca mais encontre o caminho de volta para casa...

Dr. Zambol
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segunda-feira, 2 de julho de 2007

Carta de Demissão

Extraído dos arquivos secretos de DelaVega.

Prezado Volnei:

Venho por meio dessa, solicitar o meu imediato desligamento do projeto.
Nesses poucos meses de trabalho aprendi bastante, aprendi muito mesmo, mas principalmente aprendi como não se deve conduzir um projeto. Desde que iniciei só o que fizemos foi adicionar mais e mais gente. Dobramos de tamanho duas vezes e nada de atingir os objetivos estabelecidos. É como se estivéssemos apagando um incêndio com gasolina. É uma pena.

Fica a certeza de que tecnicamente esse time é muito forte, e a frustração de poderíamos entregar um escopo muito maior, mas faltou liderança, direção para as pessoas, cada um está correndo para um lado diferente.

Pode ser apenas que esteja apenas muito cansado. Também, cinqüenta e cinco dias de trabalho, sem Sábados, Domingos ou feriados cansam qualquer um. Ou quem sabe só me sinta injustiçado, afinal ao me recusar trabalhar o pelo qüinquagésimo sexto, acabei sendo rotulado como “aquele que não veste a camiseta.

Podem me chamar de covarde, o que seja. Lembro de um amigo que sempre comenta: “Os ratos são os primeiros a abandonar o navio”. Pensando desse jeito me sinto um pouco como um rato agora. Porém, só consigo trabalhar nas coisas que realmente acredito e deixei de acreditar nesse projeto há muito tempo. Sinceramente não acredito que algum dia esse sistema vai ser entregue, e se realmente for, coitado do cliente.

p.s: Deixei o crachá em cima da tua mesa. Pode fazer o favor de enfiar ele na XXXXX.

[]s
Jack DelaVega