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sábado, 30 de junho de 2007

Pequena Lição sobre Liderança

Liderança é um tema que me fascina. Assim como vários outros aspectos da sabedoria humana, os fundamentos da liderança residem nas coisas mais simples e naturais da vida. Mas ao mesmo tempo se apresentam ausentes onde mais se precisa, e muitos auto-denominados líderes não os dominam.

Como esse post acabou ficando para o final-de-semana, aproveito para sugerir um filme que contém uma pequena lição sobre o assunto, embora fuja um pouco do tema central. Em "Perfume de Mulher", Chris O'Donnel interpreta Charlie, um aluno do último ano de colégio, que deve tomar conta do militar cego Frank Slade (Al Pacino) durante um final-de-semana. Charlie está passando por problemas no colégio, e Frank proporciona a ele várias lições de vida durante esse período.

O ponto alto do filme é o monólogo do Coronel Slade, defendendo Charlie em uma espécie de "tribunal" montado pela escola para apurar alguns eventos ocorridos. No discurso, Slade discorre, entre outras coisas, sobre liderança:

- "...Quando eu entrei aqui, ouvi essas palavras... berço de liderança. Bom, quando o galho quebra, o berço cai. E ele caiu aqui. Forjadores de homens? Criadores de líderes? Cuidado com o tipo de líderes que vocês estão produzindo aqui. Não sei se o que Charlie fez é certo errado. Não sou nenhum juiz. Mas posso lhes garantir o seguinte: ele não irá entregar ninguém para comprar seu futuro! E isso, meus amigos, se chama integridade, se chama coragem. Agora é desse tipo de coisa que líderes deveriam ser feitos..."

Ah como seria bom... ver mais líderes íntegros e corajosos. Bom filme!

Reggie, the Engineer.
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segunda-feira, 25 de junho de 2007

O Homem Errado

Dia desses me lembrei do Charles.
O Charles era um sujeito sensacional, gente boa, competente, um daqueles caras que fazem a diferença no ambiente de trabalho. Fomos colegas numa empresa anterior, onde ele era o meu gerente de conta. Posição difícil em uma empresa como aquela. Corrigindo, posição difícil para um sujeito como o Charles, numa empresa como aquela.

A função do gerente de contas consistia basicamente em prometer mundos e fundos para o cliente e recrutar uma equipe para realizar o milagre ao menor custo possível. Como milagres não acontecem toda hora, a empresa se valia de soluções criativas para redução de custos. No caso do nosso projeto era aplicado o recurso da “mala preta”. O cliente exigia que os prestadores de serviço fossem contratados CLT pela empresa tercerizada. A fim de reduzir custos, o contrato CLT cobria apenas parte dos nossos rendimentos, o resto era entregue em um envelope pardo apelidado carinhosamente de mala preta.

Com certeza essa não foi a única empresa a lançar uso dessa prática pouco ortodoxa de remuneração. E ainda que eu considere um absurdo nossa atual legislação trabalhista, não é preciso pensar muito para ver que um sistema como esse vai resultar em problemas mais cedo ou mais tarde. E foi o que aconteceu: No momento da rescisão de contrato entramos em conflito em relação aos direitos de cada parte com o que havia sido acertado no início do projeto. E lá estava o Charles, precisando defender o seu emprego, e, por conseguinte, o seu empregador. E para isso tendo que sacanear o time que havia contratado e gerenciado pelos últimos doze meses.

Foi com a cabeça baixa, sem nos olhar nos olhos que ele deu má notícia. Fez o que haviam lhe pedido. É injusto fazer qualquer juízo de valor nessa hora, cada um tem a as suas prioridades, afinal temos uma família para sustentar. Mas no caso dele, a consciência falou mais alto. Uma semana depois ele acabou deixando a empresa, “por falta de alinhamento com as diretrizes gerenciais”.

Definitivamente ele não a pessoa certa para esse tipo de trabalho. Fica a pergunta: O quanto alguém pode estar desalinhado com a sua empresa a fim de defender o seu time e os ideais que acredita? Quantos homens errados são necessários para mudar uma empresa?

[]s Charles, onde quer que você esteja.
Jack DelaVega

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Quanta Development

Conforme anunciado em um comentário anteiror segue abaixo o link para a Wiki do Quanta Development. Como o próprio nome sugere, essa abordagem vai muito além da agilidade pregada pelas metodologias atuais.


Esse é apenas um primeiro rascunho, coletando minhas idéias iniciais. O Wiki está aberto para contribuições, inclusive com alguns conceitos a serem desenvolvidos. Quem sabe podemos revolucionar juntos o mercado de desenvolvimento de software.



http://quanta-development.wikispaces.com/

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Tênis ou Futebol?

Você é, ou já foi, um bom desenvolvedor de software? Então essa velha questão já deve ter passado pela sua cabeça: afinal, eu trabalho melhor sozinho ou em time? Me identifico com um jogador de tênis ou com mais um daqueles operários em um time de futebol? Volta e meia essa questão volta à tona.

Muita gente acredita que um desenvolvedor top de linha produz melhor sozinho, enquanto um time serviria para quando não temos craques, já que as deficiências individuais podem ser compensadas com muita colaboração. E claro, se fizermos uma analogia com esportes como o tênis e o futebol, fica claro que no primeiro o cara só dá certo se for muito bom. Já no futebol, cansamos de ver excelentes times nos quais não conseguimos identificar um só craque. Vejo muitos bons desenvolvedores se apoiarem nessa idéia. "Ora, eu sou bom pra caramba. O meu código raramente tem bugs. Quando outros desenvolvedores metem a mão, estragam tudo, inserindo bugs e implementações fora de padrão. Então me deixem fazer tudo sozinho, garanto que a qualidade será melhor."

Quem está certo?

Apelo para a analogia do esporte novamente para pensarmos em outros pontos. O que acontece quando um tenista de ponta fica doente ou entra em uma má fase? Alguém aí ainda lembra do Guga? Triste, não? Por outro lado, um monte de craques não necessariamente faz um time de futebol. Ou alguém duvida que Ronaldinho Gaúcho, Kaká e cia. são excelentes jogadores, mesmo tendo desaparecido no meio de um monte de gente que alguns ousavam chamar de "time" na Copa do Mundo de 2006?

Meu ponto é que obviamente podemos obter excelentes resultados em ambos os cenários. Já vi desenvolvedores que somente conseguiam trabalhar sozinhos e eram excelentes, verdadeiros matadores de leões. Já vi equipes com desenvolvedores excelentes não dar certo. E já vi equipes mescladas com pessoas experientes e desenvolvedores juniores (ou fracos mesmo) funcionando como um relógio.

O fato é que em um ambiente de desenvolvimento, precisamos ter escalabilidade. Ou seja, é quase mandatório trabalhar em equipe. Mas estamos pecando muito quando formamos times. Raramente vemos verdadeiros times trabalhando em um projeto. E nesse caso eu apelo para a analogia com os esportes novamente e concordo com um comentarista de futebol que disse uma vez: "quando um time não funciona como time, não se conhece, não engrena corretamente, mire no comandante, pois é dele a culpa." Jack Welch sempre diz que uma das coisas mais importantes para se ter sucesso em uma companhia é ser capaz de formar bons times.

Esses dias meu amigo Jack comentou que precisamos de mais Scolaris para mudar a questão de expectativa em TI. Eu iria mais longe e diria que precisamos de mais pessoas como ele para formar times vencedores.

Reggie, the Engineer.
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quarta-feira, 13 de junho de 2007

Ágil Sim, Frágil Não

É incrível a confusão que a palavra “Ágil” causa em software.
Já ouvi as mais diversas baboseiras. Lembro-me até hoje de uma palestra em que eu estava falando sobre relatórios ágeis, muitos deles usados no SCRUM, e ouvi um comentário de uma pessoa dizendo que eu não estava sendo realmente ágil, pois ágil mesmo não tinha nada disso – nem relatório, nem processo. No momento quase vomitei. Dentro de mim o chamei de acéfalo e de animal. Contei até três e então disse:

- Boa pergunta. Mas não confunda bagunça generalizada com ser ágil. Você e principalmente seu Sponsor têm que saber onde está o projeto e a quantas anda. E para isso precisamos de relatórios e de processo. Ser ágil significa fazer coisas de forma iterativa, dando mais importância às pessoas do que aos processos, entre outras coisas.

E se dissesse a vocês que já ouvi um comentário de um dono de empresa dizendo que seguiam Extreme Programing só porque não tinham método nenhum. É...às vezes é difícil falar sobre o assunto.

E é por isso que nesse Post destaco a importância de começarmos a falar sobre o assunto. Opa, não só falar no assunto, mas implantar algumas técnicas.

Pode-se começar com algo simples, como uma Stand-Up Meeting diária, onde o foco principal são os obstáculos de cada desenvolvedor. Ou, então, começar a trocar alguns relatórios (tenho certeza que alguns deles devem ser inúteis) por um diagrama de Burn-Down, tanto de feature como de horas. Quem sabe então começar pendurando os princípios ágeis (http://agilemanifesto.org/) e dando poder de decisão para todos da equipe? Ou ainda, se você é gerente, sugerir fazer um curso de Lean ou de FDD quando um funcionário lhe pedir um curso de PMI (aliás, me certifiquei como PMP esses tempos só para ver que não funciona muito bem para software).

Onde começar depende em que ponto a sua organização está, e está longe do escopo deste Post discutir isso.

Mas lembre-se: se você não for o agente de mudança, você é co-responsável pelo banco de relatórios inúteis, falta de controle no projeto e falta de empowerment de sua equipe.

Dr. Zambol.
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segunda-feira, 11 de junho de 2007

Por um fio

Estou pendurado no topo de um prédio de 16 andares. Convertendo em metros resultam em aproximadamente 48 metros. Não muito se analisarmos friamente, mas daqui de cima é uma bela queda. Com sorte morreria imediatamente, mas o problema é justamente ficar dependendo da sorte.
Estamos trancados, eu e um amigo. Como chegamos aqui? Já explico.
Ele constrói prédios, e é obcecado por adrenalina. Eu não tenho medo de altura e estou justamente na idade em que o sujeito começa a fazer coisas estúpidas para se sentir vivo. Casualmente o novo prédio dele dá de frente para minha sacada. Há trinta minutos ele me ligou e pediu para olhar na janela. Lá longe o vi no topo do prédio.
- Vamos fazer rapel?
Ele não é especialista, muito menos eu. Fizemos apenas uma vez há uns dois meses atrás e achei legal. É isso ou terminar de assistir a sessão da tarde.
Começamos a descida cada um em uma corda, amarrados pelo que chamam de cordão umbilical, uma tira de segurança ligando os dois. Foi justamente esse o problema. Desci mais rápido que ele, o cordão esticou demais e agora ele não consegue soltar a trava para continuar a descida.
Cinco, Dez minutos, já tentamos quase todas as opções.
Ele começa a ficar nervoso, num movimento brusco deixa cair o walkie-talkie. A visão do rádio se espatifando lá em baixo não é nada animadora. Estou calmo, estranhamente calmo. Faz parte da minha profissão. Sou o último a ficar nervoso, é o que esperam de mim. Acho que sou bom nisso. Sou bom em assumir riscos também, talvez até demais.
- Corta o cordão umbilical.
Ele reluta, pensa em outras opções.
- Pode cortar, em dois minutos estamos lá embaixo, o risco é mínimo.
Ele constrói prédios, é mais avesso ao risco do que eu, afinal se o sistema não funcionar o que pode acontecer? No máximo perdemos alguns milhares de dólares.
Resignado ele finalmente corta o cordão.

Desço devagar, aproveitando a paisagem. Em cinco minutos tocamos o solo.
Ele me agradece pela calma, mas não é nada de mais. Sou pago para isso.

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Quem quer ser TI pra sempre coloque o dedo aqui...

Esses dias estava conversando com uma amiga. Estávamos falando sobre alguém que trabalhava com TI mas tinha um outro negócio próprio, algo tipo uma loja. Concordamos que seria uma idéia interessante essa de eventualmente sair da área de TI e empreender em alguma outra área. Não sei se já comentei com vocês, mas eu particularmente tenho planos de ser dono de pizzaria no futuro. Sou simplesmente fissurado pelo ramo de alimentação, e adoro pizzarias.

Mas o interessante daquela conversa foi que ambos chegamos à uma conclusão estranha: a maior parte das pessoas que trabalha com TI hoje não pensa em fazê-lo para o resto da vida. Estranho, não? E você?

Fiquei pensando... ora, um médico provavelmente escolhe a sua profissão e faz planos envolvendo as etapas mais avançadas naquela carreira. Se aquilo vai acontecer ou não é outra coisa, mas ele provavelmente se vê naquela situação. O mesmo para um advogado, arquiteto, engenheiro, professor, administrador... Eventualmente o empreendedorismo acaba aparecendo como etapa natural nessas carreiras, mas o foco tende a ser sempre a área fim escolhida no início da caminhada. Entretanto, não acontece assim com TI.

Quantos de nós empreendem na área de TI, proporcionalmente? Acho que a qualidade média de nossas empresas locais mostra que não são muitos. Quantos de nós querem seguir trabalhando com desenvolvimento de software (nos mais variados papéis) para o resto da vida profissional? Não a maioria, garanto. Por que isso? Acho que nossa área tem uma certa vergonha de sua identidade. Os filmes americanos de Nerds da década de 80 nos fizeram muito mal. Aquele cara feio, CDF, quieto, de óculos, se apaixonava pela menina mais linda da escola, mas só a levava ao baile quando colocava um gel no cabelo, tirava os óculos e conseguia dar um soco no playboyzinho. Ou seja, parece que o típico cara de TI tem que sair do seu perfil pra ter sucesso.

Há quem diga porém que os milionários da nossa área são uma fonte de inspiração para jovens que estão escolhendo a profissão. Não sei pra quais jovens. Eu com certeza não queria ser igual ao Bill Gates... Vocês já viram a mulher dele? Por que o Brad Pitt tem que namorar a Angelina Jolie enquanto o Steve Jobs usa calça de brim rasgada? Eu fora...

Bom já falei, meu destino no futuro é uma boa pizzaria. E o seu?

Reggie, the Engineer.
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quinta-feira, 7 de junho de 2007

Entra por um Lado e Sai pelo Outro

- Gerente 15, o que houve com o funcionário 23.564?
- Saiu, senhor Executivo. Faz uma semana.
- Ué? Qual a razão?
- Disse que achava que a tratavam como um número aqui dentro. Algo assim...
- Hein!? Ridículo! O 23.564 nunca foi um número para mim. Ele era especial!
- Ele? Não Sr. Executivo. O 23.564 era uma mulher, a Rosa.
- É? Bom, ele era um líder.
- Ela, senhor. Ela. E ainda é. Foi contratada pela empresa XPTO, que demitiu 2 mil pessoas faz um mês atrás.
- Bom, mas e o 145.423? Soube que saiu também.
- Sim Sr. Executivo. Ele estava com medo de ser demitido agora. Enviou uns currículos e chamaram ele na empresa ABCD.
- Na ABCD? Mas Gerente 15, eles acabaram de demitir 5 mil pessoas!
- Eu sei, foi numa dessas vagas que ele entrou.
- Mas que loucura! Nenhum desses ia ser demitido. Vamos ter que contratar mais pessoas agora.
- Ninguém vai sair então Sr. Executivo?
- Na verdade só você. Estou com sua carta de demissão em minhas mãos. Tome. Sinto muito.
- Puxa... Fiz alguma coisa errada?
- Não sei, fez?
- Devo ter feito sim.
- Bom rapaz. Mas não fique triste. Soube que a empresa ASDFG demitiu 4 mil pessoas e está contratando gerentes. Mercado louco esse nosso, não consigo entender.
- Obrigado pela dica senhor.
- Está preocupado, Gerente 15?
- Um pouco. Tenho uma esposa que não trabalha e dois filhos ainda pequenos...
- Se eu fosse você não ficaria preocupado não. Você era o meu melhor funcionário. Eu contrataria você num piscar de olhos.
- Hein?

O texto é de mentirinha, claro. Mas que parece real, parece.

Uma pessoa aguenta insegurança por 2, 4, 7, até 10 anos. Mas chega um momento que algumas pessoas simplesmente precisam de segurança. É da natureza delas. E nesse mercado de TI, instável em todas empresas, o que resta fazer?

Não comente alto, mas ou você entra no jogo à força, ou resolve o problema, faz um concurso e vira funcionário público. Às vezes isso significa ganhar menos dinheiro. Mas se você for nervoso e não aguentar esse tipo de pressão, talvez lhe poupe duas pontes de safena e um acidente fatal de carro.

Talvez valha a pena...


Dr. Zambol.

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segunda-feira, 4 de junho de 2007

Levando de Goleada


Lembro que quando o Felipão deixou de treinar o Grêmio foi passar uma temporada no Japão. Acho que não ficou lá mais de seis meses. Na volta, comentou com a imprensa que o problema de treinar um time japonês é que o time perdia a temporada e voltava contente para casa. Diziam: Puxa na temporada passada só ganhamos três jogos, nessa ganhamos seis dos vinte quatro que disputamos, estamos muito melhores do que o ano passado, no ano que vem, quem sabe a gente fica entre os cinco melhores. E o gringo lá no fundo do ônibus fulo da vida, querendo o fígado de alguém porque tinha tomado de quatro a zero.

Lembro de uma experiência parecida na minha empresa anterior. Fizemos uma entrega mal feita, meia dúzia de patuscadas durante a instalação e uma penca de horas de downtime para o negócio, coisa feia mesmo. E eu lá, aquentando no osso a confusão toda, afinal a gente tinha culpa no cartório. Qual foi a minha surpresa então ao receber os elogios pelo bom trabalho quando as coisas começaram a acalmar. Incrível! Eu apavorado com os resultados e o pessoal ao redor dando parabéns. Coisas do tipo: - Não vou dizer que essa instalação não foi dolorida, mas já tive várias muito piores. O pessoal de negócio nem vai lembrar disso na semana que vem.

Tudo é uma questão de expectativa, e convenhamos, a expectativa com o pessoal de TI é baixa mesmo, surpresa é a coisa funcionar como deveria. Dureza. A indústria é incompetente de uma maneira geral e os menos incompetentes acabam se destacando. Tudo bem, tem um pouco mais que isso. A verdade reside justamente na relação doentia que temos com o pessoal que requisita nossos sistemas. O negócio nos impõe cronogramas irreais e alterações de requisitos até os quarenta e cinco do segundo tempo. Nós aceitamos tudo sem reclamar e entregamos um sistema capenga. Eles agradecem e fazem vista grossa para os problemas.

TI é assim mesmo, como diria o pessoal da Microsft: Não é bug, é feature. Pena que pra virar um jogo como esse é preciso muitos Scolaris.

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 1 de junho de 2007

No bullshit, please...

Antes de mais nada, quero cumprimentar o meu amigo Dr. Zambol pelo seu excelente último post. Meu assunto hoje vai um pouco na mesma linha, algo que inclusive já mencionei antes. Quero comentar como o ambiente das empresas acaba naturalmente promovendo a falsidade nas relações interpessoais.

Vamos pensar por exemplo na questão das metas. Tenho certeza que vários de vocês devem passar por aquele ciclo anual (ou até mais curto) de definição de metas e planos de ação. Como Dr. Zambol falou, muitas das metas definidas são irreais, mas até aí tudo bem. Eu esperaria que as pessoas levantassem de suas cadeiras e reclamassem contra isso. Mas infelizmente não é o que acontece. O que acontece é um grande jogo de mentiras. Eu faço de conta que entendi as metas e que acho elas perfeitamente atingíveis. Já você faz de conta que acredita em mim. Conheço gente que mente tanto para si mesmo que realmente passa a acreditar em coisas que não existem ou são diferentes.

E assim gira a roda dos ambientes de escritório. Preste atenção, em toda e qualquer relação interpessoal de negócio na sua empresa. Veja quanta falsidade está presente ali. Um fazendo de conta que trabalha, o outro fazendo de conta que cobra. Um fazendo de conta que planeja, o outro fazendo de conta que enxerga um plano claro e conciso. Um fazendo de conta que entende de um assunto, o outro fazendo de conta que acha seu colega realmente competente.

Esses tempos eu estava conversando com meu amigo Jack e discutíamos como algumas pessoas na verdade abordam a tal "Carreira em Y" como um caminho no qual você não quer se envolver com "business-bullshit", e um outro caminho no qual você aceita se envolver com isso, e até está interessado em jogar o jogo. Acho triste essa visão, mas entendo. Realmente é muito complicado ser você mesmo em um ambiente corporativo. Pense em quantas vezes você queria ter dito o que pensa, ou o que acha certo, mas não conseguiu. Quantas vezes você quis dar um feedback real para aquele colega incompetente, mas não o fez. Eu assumo: me vejo nessa batalha todos os dias.

Mas sejamos produtivos: como então sair dessa? Na minha curta experiência, acho que ainda estou aprendendo. Mas já percebi que ser 100% direto e crítico não funciona. O ideal é ter bom-senso, ser muito honesto e claro nos seus propósitos. Faça e diga o que você acha que é certo. Mas não se coloque na posição de "Dono da Verdade" ou "Salvador da Pátria". Seja aberto a outras idéias, escute muito e dê muito feedback. Com o tempo as pessoas se acostumam ao seu jeito, e aí sim você pode ter sucesso.

Reggie, the Engineer.
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