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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Vendedores, esses Vendedores


A equipe estranhou quando Danilo chegou ao escritório com cara fechada e foi direto para sua sala. Conhecido pelo sorriso largo e descontração, Danilo era um diretor comercial de uma empresa de serviços gráficos, tinha um talento único de tornar o estressante trabalho da equipe de vendas um pouco mais leve. Estranhamente seco naquele início de tarde, ele mandou chamar um de seus gerentes. Ao encontrar o chefe com a cara fechada Rogério sabia que não podia ser coisa boa:
- Preciso falar com o Pacheco e o Sinval.
- Sem problema, vou chamá-los agora mesmo. Você pode me adiantar sobre o que se trata?
- Não, só preciso desses dois vendedores aqui imediatamente.

Rogério não os encontrou no escritório e começou tentar os celulares. Para seu desespero as chamadas só caíam na caixa postal. Retornou ao chefe:
- Estou tentando os celulares dos dois, mas só recebo caixa postal.
- Descobre onde eles estão o mais rápido possível e me avisa, é importante Rogério.

Ele seguiu tentando sem sucesso: 14:30, 15:00, 15:30, 15:45, 16:00. Às 16:15 Sinval finalmente atendeu à chamada:
- Onde é que você está rapaz?
- Opa chefe, estávamos eu e o Pacheco em uma visita à cliente, a recepção do celular não é muito boa por lá.
- Vem pra cá agora cara, o Diretor está louco atrás de vocês dois.
Sinval desligou o aparelho nervoso, olhou para o colega e comentou resignado:
- Deu merda!

Tentaram entrar sem chamar a atenção, mas a notícia já havia se espalhado. Foram direto para a sala do Diretor, que disparou com cara de poucos amigos:
- Fechem a porta. Onde vocês estavam?
Sinval foi o primeiro a falar:
- Em uma visita à cliente.
- Visita à cliente...
Falou o diretor, mostrando aquela calma que antecede o esporro.
- Pois eu estava voltando para o trabalho depois do almoço e vi o carro da firma estacionado em frente à uma “Sauna”, conhecida pela qualidade dos serviços prestados.
Nessa hora os dois baixaram a cabeça, esperando a demissão iminente.
- Mas, como eu tenho muita confiança e orgulho da minha equipe de vendas, tenho certeza de que vocês estavam lá a trabalho. Sendo assim, vocês tem até sexta-feira para apresentar o pedido. E, pelo tempo que vocês passaram com o cliente, espero que tenham fechado um grande negócio.

Pacheco e Sinval não foram demitidos, mas marcharam com uma bela nota, praticamente toda a comissão do trimestre. A Sauna ganhou a renovação de todo o seu material gráfico, comandas, cardápios e folders de divulgação. E o diretor, bom, o bem-humorado diretor deu muita risada com a cara dos dois.

[]s
Jack DelaVega

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Conversa com DelaVega - Salário

Pessoal:

Esse é o podcast da semana com dicas de carreira feito em parceria com o pessoal do Baguete. Nesse mini-episódio eu explico a diferença entre qualificação e entrega de valor à empresa, e como isso está relacionado com salário.


[]s

Jack DelaVega

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Para que você é pago afinal?


Aquele foi um dos maiores projetos que eu gerenciei, cronograma apertado, escopo crescendo e uma equipe recém-formada, trabalhando junto pela primeira vez. Para completar, eu ainda era verde como Gerente de Projetos, conhecia a técnica, achava que tinha a “mãnha”, mas de fato me faltava a prática.

Foi quando me ofereceram um grupo de consultores que chegavam para trabalhar a peso de ouro. Profissionais altamente qualificados, certificados, o escambau, o tipo de recurso que qualquer Gerente de Projetos gostaria de ter a sua disposição.

Aguinaldo era um carioca, programador que havia recém se mudado para o Sul, em parte buscando oportunidades, em parte encantado pelas beldades locais. Trabalhava bem, mas nada que saltasse aos olhos. Na volta do feriado de ano novo, porém, o sujeito não apareceu. Acionei a consultoria, mas ninguém sabia dele. Foi dar as caras só dois dias depois, com a desculpa de que ficou preso no engarrafamento e o carro havia estragado na estrada em Santa Catarina.

O primeiro sinal deveria ter sido o bastante, deveria ser o suficiente para solicitar a troca de recurso, mas eu era jovem acreditava mais nas pessoas. Todos têm, afinal, direito a um erro. Acabei relevando. Decisão errada. Três semanas depois, com o projeto a todo vapor, o evento voltou a acontecer. Nada do cara em uma segunda-feira. No final da tarde conseguimos contato telefônico para ouvir uma história sem pé nem cabeça: A namorada havia saído de casa e o trancado dentro, ele tinha ficado preso sem conseguir sair.

Eu já sabia o que precisava fazer, só me faltava a coragem para fazê-lo. Fiquei racionalizando, analisando minhas opções por alguns dias, procrastinando a ação. Foi quando o líder técnico me procurou com uma preocupação que beirava a indignação:
- Jack, estamos até as orelhas de trabalho e o cara não aparece para trabalhar!
E completou com uma pérola que eu me lembro até hoje:
- Ou esse sujeito é um mentiroso, e por isso não serve para trabalhar conosco, ou ele é muito azarado, e também não serve, pois vai nos afundar junto com ele.

Minutos depois eu faria a primeira demissão da minha carreira, em frente a uma pessoa que implorava, já com os olhos rasos d’agua, por mais uma chance.

Tirei algumas lições dessa história. Primeiro, somos pagos justamente para tomar decisões difíceis, fazer o que é certo normalmente não é o mesmo que fazer o que é fácil. Mas, mais importante, quando o líder não assume o seu papel, fazendo o que deve ser feito, ele compromete severamente sua capacidade de atuação. É para isso que somos pagos, para isso que estamos aqui.

[]s
Jack DelaVega.