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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Efeitos Colaterais da Crise

O relatório da BrandZ do ano de 2009 já saiu. Sempre gostei bastante desse relatório, que faz uma análise extensiva das marcas com enfoque principalmente no valor de mercado, no crescimento e no setor “de influência” da marca.

Algumas coisas, mesmo com a crise, continuam a mesma coisa: Google e Microsoft são as primeiras colocadas da lista, com o valor do Google ultrapassando os 100 bilhões de dólares. É a primeira vez na história que uma marca atinge esse valor. A coca-cola, que por diversos anos manteve-se como a marca mais valiosa do mundo, está na terceira posição, firme e forte.

A contínua alta demanda por celulares fez as marcas desse setor crescerem bastante, colocando a Vodafone entre os Top 10 pela primeira vez, com um aumento de 45% em seu valor, impulsionada também pelo crescimento do iPhone e do Blackberry.

Até aí tudo bem, poderia ocorrer em qualquer ano normal. O interessante foi o efeito da crise econômica mundial nas marcas.

A crise teve dois efeitos principais no comportamento dos consumidores do mundo: (1) querem mais por menos e (2) tendem a ficar em casa para tentar gastar menos.

O primeiro comportamento levou o consumidor a escolher grandes redes, conhecidas por grandes descontos, como Wal-Mart, que teve sua marca valorizada em 19% (chegando a 41 bilhões de dólares) , o grupo de supermercados alemão Aldi, que cresceu 49% e teve seu debut entre as Top 100, e a rede H&M, que teve o valor de sua marca elevado para 12 bilhões (aumento de 8%).

Vou confessar uma coisa: até eu pensei em ir para o Big. Na verdade, cheguei a ir para o Big e fazer algumas compras lá. Realmente, senti uma diferença no preço. Mas depois de ser atropelado por um atendente de patins, voltei correndo para o Zaffari. Talvez eu espere a crise aumentar para me submeter a tal.

O segundo efeito comportamental dos consumidores na crise – tentar ficar mais em casa para economizar – mostrou-se uma auto-enganação incrível. Lojas on-line, como a Amazon e o eBay cresceram absurdamente. A Amazon teve um aumento de 85% em seu valor, chegando a 21 bilhões de dólares. Parece que o mundo on-line tem sempre um motivo para crescer: quando a economia vai bem, cresce porque o aquecimento do mercado gera mais e mais vendas on-line; quando a economia vai mal, as pessoas tentam ficar em casa e, bem...., lá estão elas entediadas usando seu browser e puxando seu cartão de crédito.

Mas o efeito mais estranho da crise foi nas marcas que estimulam pequenos vícios, como cigarros e bebidas. Marlboro cresceu 33% e Budweiser cresceu 23%. McDonnald’s, que pode ser considerado um vício alimentar, também cresceu muito – 34%, fazendo sua marca valer 66 bilhões de dólares e o colocando como a quinta marca mais valiosa do mundo.

Enquanto isso, grandes marcas foram extirpadas da lista Top 100. Se você acessar o link do início desse post, verá que Chevrolet, Ford e Volkswagen, para citar gigante do setor automobilístico, não estão mais lá. Outras gigantes do setor financeiro, como AIG e Merril Lynch, figuras marcadas no relatório, também sumiram.

Será que a crise é realmente tão amarga assim?

Dr. Zambol
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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Palestra Evan Williams - Criador do Twitter - TED

Pessoal:
Somos grandes fãs do TED aqui na Tribo. Para quem não conhece o TED é uma conferência anual que traz pensadores nas áreas de Tecnologia, Entretenimento e Design, falando de suas vidas, feitos e das coisas que os inspiram. Já faz algum tempo que estamos pensando em colocar as palestras do TED no site, mas sempre esbarrávamos na barreira do idioma. Pois bem, o TED lançou recentemente um projeto de tradução e várias palestras já estão disponíveis em português. A Tribo também faz parte desse time de tradutores voluntários e publicamos abaixo o primeiro vídeo dessa iniciativa, a palestra de Evan Williams, um dos criadores do Twitter.
Bom divertimento!



Abraços da Tribo (Jack, Reggie e Zambol)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dona Erci

Toda manhã, nos últimos quarenta anos, a dona Erci tem a mesma rotina. Acorda cedo, antes das sete, e vai abrir o bar. Na verdade o boteco, que tem cerveja e cachaça, além das mesas de bilhar. Durante vários anos ela dividiu essa tarefa com o filho mas, mesmo depois que ele faleceu, ela persiste com a rotina. E todo o dia ela fica lá até as dez, onze horas da noite, cuidando do bar sozinha. Limpa como pode, atende, recebe os fornecedores e dá comida para o Vinagre, que já é o terceiro cachorro com o mesmo nome e sobrevive à base de polenta fumegante misturada com restos de comida.

Porém, na semana passada foi diferente. O único freguês àquela hora pediu um cigarro. Dona Erci se virou para pegar e ao retornar foi recebida com três tacadas na cabeça. Caiu ao chão enquanto o sujeito a revistava em busca do dinheiro.

Ela sobreviveu a dois maridos. Com primeiro, um italiano que a enrolou antes do casamento dizendo que era dono de terras em Porto Alegre, ficou casada muito tempo. Foi com ele que  teve seu único filho. Mas o coração do italiano apesar de bom era fraco. Ele faleceu de um ataque cardíaco, depois de um prato de costelas de porco regadas a muito vinho. O segundo marido, dizem, tentou se aproveitar dela. Casamento por interesse. Mas foi ela quem acabou ficando com a pensão, depois da morte prematura do marido por câncer. Não era uma pessoa de muitos sorrisos mas, podia-se dizer, que a vida a endureceu. E quando alguém reclamava do seu estilo seco, a resposta era dada no velho estilo gaúcho:
- Sou assim porque na minha terra Bugio é Delegado!

Fiquei assustado quando encontrei a minha avó com a cabeça toda roxa. Foram três tacadas na cabeça de uma senhora de oitenta e dois anos. Ah se eu pegasse o desgraçado...
- É o tal do crack.
Ela diz resignada. Ele frequentava o bar já a dois meses, era até o um bom freguês.
- Mas o melhor tu não sabe, quando que eu caí no chão fingi que estava desmaiada. Ele  começou a me revistar procurando dinheiro, mas não encontrou nada. Tava aqui ó, embaixo do braço. Ele foi embora levando só vinte reais que tinha no caixa. Eh, eh, eh, se deu mal o safado.

O bar garantiu o sustento da minha família por muito tempo, pagou minha faculdade e a do meu irmão. E mesmo quando meu pai já estava doente ela ficava lá, segurando as pontas e mandando dinheiro para o tratamento dele. É impressionante a força da velha. Quando eu pergunto por que ela não deixa o bar e vai descansar, afinal, ela não precisa mais disso, a resposta é enfática:
- E fazer o que? Isso aqui a minha vida.

O bar ficou fechado por dois dias, tempo para ela se recuperar, acertar os curativos e voltar ao posto. Parar de trabalhar? Só mesmo para esperar a morte chegar.

[]s
Jack DelaVega

terça-feira, 26 de maio de 2009

Morte no Nilo

Estive no Egito de férias logo após o lançamento do livro da Tribo do Mouse, há duas semanas. Enquanto estava planejando a viagem, todos me diziam que eu deveria fazer um cruzeiro no Nilo. Conversei com duas, três, quatro pessoas que haviam ido para lá, e todas elas haviam feito a mesma coisa. Mas eu não estava convencido. É que eu e minha esposa não gostamos de viajar de pacotão, gostamos de fazer o nosso próprio roteiro, andar no nosso ritmo, ter a oportunidade de eventualmente se perder - não há melhor maneira de realmente conhecer um lugar.

E assim foi. Embarcamos para o Egito com um esboço de roteiro no papel e a acomodação reservada. O resto definiríamos por lá.

Mas não é fácil. O que vou relatar aqui é completamente baseado na minha experiência e em alguma leitura, mas obviamente pode não ser a realidade, não sou expert no assunto.

O que parece ocorrer no Egito é algo que provavelmente temos no Brasil também. Existe uma camada de serviços por sobre a indústria de turismo no país que faz com que o turista não tenha contato efetivo com o local. Explico. Vamos começar com a rede hoteleira. Praticamente não existem mais grandes hotéis realmente egípcios - daqueles que vemos nos filmes. Marriott, Hilton, Steigenberger, Moevenpick, os nomes são todos estrangeiros - e ocidentais. Os hotéis de médio e pequeno porte são totalmente não-recomendados por qualquer um que você converse. São "perigosos" dizem os experts em turismo. Uma vez em um desses grandes hotéis, o turista se vê totalmente desencorajado a fazer coisas normais como caminhar na rua ou pegar um táxi. É "perigoso", não se preocupe que o hotel lhe arranja um carro.

Com os tais cruzeiros no Nilo, acontece uma coisa parecida, mas talvez em maior escala. Os turistas simplesmente não saem de seus barcos, a não ser para entrar em um ônibus com ar-condicionado e ir até um dos pontos turísticos. Restaurantes, lojas, os barcos dos cruzeiros têm de tudo. Os restaurantes são na maioria ocidentais (têm até Pizza-Hut). As lojas em teoria vendem souvernis e artesanato local - embora o preço seja um pouco diferente.

Com os tours é a mesma coisa. Ou você faz pacotão via um cruzeiro, ou vai até a agência de viagem de plantão nos grandes hotéis, ou vai até um operador indicado localmente. Obviamente, tais operadores são todos nomes conhecidos nossos: American Express, Thomas Cook, etc. Qualquer coisa fora disso pode ser "perigosa".

Detalhe: o Egito é um país com menor criminalidade do que os EUA ou Reino Unido.

Em um determinado ponto da viagem eu, já meio sem paciência, acabei negociando com um motorista que conhecemos todos os tours que faríamos em 3 cidades (fora o Cairo). Ele nos levaria onde quiséssemos, nos contaria o que ele soubesse sobre os lugares, e ainda conseguiria um amigo em outra cidade para nos prestar o mesmo serviço por lá. Conclusão: paguei 5x mais barato do que o preço mais em conta que tinha encontrado nas operadoras ocidentais. Em um belo dia pedimos a esse cara para parar em uma farmácia - estávamos precisando de protetor solar. Era 3x mais barato do que na farmácia do hotel.

Ok, mas esse blog não é sobre viagens, então vamos parando o relato por aqui. O ponto que quero chamar atenção aqui é sustentabilidade. Eu e minha esposa voltamos discutindo a maneira como a indústria de turismo funciona em países pobres como o Egito, e como ela não é sustentável. Em geral acreditamos que países pobres são pobres porque não têm habilidade ou recursos para serem algo diferente. Mas o que acontece muitas vezes é que esses lugares não recebem a fatia que merecem dentro da cadeia.

Não falo em merecimento no sentido ingênuo de achar que aquelas pessoas não merecem ser pobres. Estou falando de preços justos, salários justos, valor agregado. O imenso volume de recursos que o turismo injeta no país anualmente não chega efetivamente em quem trabalha na indústria. Essa camada adicional de serviços que mencionei anteriormente faz uso do gigantesco abismo que existe em termos de poder aquisitivo entre o turista e o as pessoas locais (para não falar no câmbio), colocando-se como intermediário em praticamente todas as relações de consumo, e explorando de certa forma os empreendedores locais.

O que conforta é que o tema da sustentabilidade, principalmente em relação a essa importante indústria que é o turismo, está com um momentum muito bom no meio empresarial. Mais ainda com as crises ambiental e financeira que estamos vivendo. Geralmente esperamos que a pessoa ao lado, ou a empresa ao lado vá fazer alguma coisa sobre isso. Mas o que cada um de nós está fazendo no sentido de promover sustentabilidade em cada uma das dezenas de relações de consumo que engajamos todo dia?

Reggie, the Engineer (João Reginatto)
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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Matando Pavões for Dummies - Reedição

Para quem não sabe, meu filho nasceu na terça-feira passada. Já tentei mais de três vezes, em casa, parar na frente do computador para escrever o post dessa semana. Infelizmente, quando consigo finalmente me ajeitar na cadeira e ordenar algumas idéias...lá se ouve o choro novamente ou preciso realizar alguma tarefa relacionado a isso :)

Emfim, creio que tudo deva se acalmar em breve. Para esta semana, reedito um post que gosto bastante, que fala dos pavões e como agir com eles. Espero estar inteiro na semana que vem e com material novo.

Uma boa leituras e um abraço a todos,

Dr. Zambol
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Pavão parece ser um termo recorrente aqui na Tribo. Tudo iniciou com o Post "A Culpa é dos Pavões". Mais tarde, o já famoso pavão na empresa foi citado em mais alguns posts. Entre eles, destaque para "Só Tem Animal Nessa Empresa" e "A Vida de Pablo".

Queria hoje abordar o assunto por um outro ângulo. Para quem não sabe, gosto bastante de genética. E um dos assuntos do livro Instinto Humano, que li esses tempos, discutia o caso dos pavões. Recomendo a leitura do livro. Ele me fez entender muito dos comportamentos - meus e de todos à minha volta - incluindo, é claro, dos meus funcionários. Certamente poderia estar presente na prateleira de livros não-ortodoxos da Tribo do Mouse, classificado como Gerenciamento de Pessoas e Desenvolvimento Pessoal.

Todos conhecem a história da seleção natural. A Girafa necessitava comer frutos. As com pescoço maior tinham mais chances, pois conseguiam encontrar mais frutos à sua disposição, sobrevivendo mesmo em tempos difíceis e conseguindo passar os seus genes adiante. O pescoço grande realmente lhe dava uma vantagem competitiva na luta pela sobrevivência.

O que nem todos conhecem é a teoria da seleção sexual. Ela é um caso específico de seleção natural, mas muitas vezes vai de encontro com a seleção do mais apto a sobrevivência. Os pavões são considerados um caso clássico de seleção sexual descontrolada.

No caso dos pavões, o macho com cauda maior e mais bela tem mais chances de "se promover" com a srta. Pavão. Ninguém sabe ao certo o que iniciou o processo, apenas sabe-se que as fêmeas de muitos animais são atraídas por machos que possuem maior concorrência. Portanto, uma das teorias é que as pavoas simplesmente começaram a descontroladamente querer pavões com rabos maiores e mais bonitos, provavelmente na carona de alguma que iniciou o processo. Isso fez com que só esses conseguissem se reproduzir, passando os genes do "rabo grande" e tornando o macho de cada geração com o rabo maior.

Entretanto, para a sobrevivência do pavão, o rabo grande é uma desgraça. Ele é mais lento, mais desajeitado e muito mais visível para os predadores. Devido a seleção sexual, ele tornou-se uma presa fácil. Mesmo assim, nesse caso, a seleção natural estrita (onde o mais forte é que passa os gens) foi derrotada pela seleção sexual.

É claro que isso me lembrou direto os pavões que encontramos todos os dias na empresa. Eles balançam seu rabo magnífico, e muitos gerentes e diretores se apaixonam por isso e os promovem. Entretanto, assim como ocorre na natureza, eles continuam sendo presas fáceis.

Se fizermos uma análise pelo lado do bando, sabemos que eles venceram na natureza porque, estatisticamente, a quantidade dos que conseguiam se reproduzir vencia os que eram devorados por predadores.

Mas se formos falar de um pavão específico, bastava um predador avistá-lo de longe para que fosse decretado o fim da vida dele. Mais lento e praticamente um placar luminoso escrito "me devore", devido ao grande rabo, não tinha como escapar.

O caso dos pavões nas empresas é igual: eles se dão bem devido à "seleção promocional descontrolada", fingindo qualidades que não possuem. A estratégia para combatê-los deve vir da genética: não tente acabar com o bando - você fracassará. Mire no que lhe atrapalha. Quando ele começar a correr, desajeitado e lento, não terá chance alguma contra você. Será desmascarado vergonhosamente.

A mesma coisa que lhe promoveu será aquilo que irá lhe matar.

Dr. Zambol
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quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Pior Emprego do Mundo

Pessoal:
Vocês sabem que a Tribo é bastante criteriosa com os vídeos que colocamos no site, afinal, temos um padrão de qualidade a zelar. Mas esse vídeo abaixo é tão engraçado e tão relacionado com as coisas que falamos aqui que mereceu a publicação. Esperamos que vocês gostem.

Um grande abraço da Tribo do Mouse(Jack, Reggie e Zambol)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Disfunções Gerenciais

No ano passado escrevi um post intitulado Gerenciando para Cima, que descrevia uma patologia gerencial na qual o gestor faz apenas o gerenciamento para o seu chefe, demonstrando os seguintes comportamentos: 
- Aceita as requisições dos seus superiores sem questionar, muitas vezes comprometendo sua equipe muito além da capacidade de entrega. 
- Imprime enorme pressão sobre a equipe para execução das metas irreais que foram prometidas. Um gestor que exibe esse comportamento considera que o time está sempre errado em suas reivindicações. 
- Não filtra a pressão que vem de cima: Uma das funções primordiais de um líder é atuar como um filtro de pressão, protegendo o time para que eles fiquem focados no que realmente interessa, o atendimento dos objetivos da organização. O Gestor que gerencia para cima atua normalmente como um “Amplificador de Pressão”, reforçando como serão trágicas as conseqüências da quebra do que foi acordado. 

Completam ainda o quadro das patologias gerencias os seguintes comportamentos:

Gerenciar para Baixo: Esse é o comportamento inverso ao descrito anteriormente. O Gestor que gerencia para baixo se preocupa excessivamente com a proteção e bem-estar da equipe. Um comportamento frequentemente verificado nesse caso é o típico: “Apenas o nosso time está correto e os outros estão sempre errados”. Um efeito colateral dessa patologia é que de fato o gerente não resolve muita coisa, porque aos seus olhos os problemas estão sempre do lado de fora. A equipe, nesse caso, acaba perdendo oportunidades preciosas para se desenvolver pois, muitas vezes, são tratados como um grupo de crianças mimadas pelos pais. 

Gerenciar para os Lados: Esse é aquele gerente que é o “amigão” dos colegas, sempre cedendo recursos da sua equipe para suportar iniciativas alheias, frequentemente  perdendo o foco da sua própria entrega. O oposto desse comportamento também tem consequências graves. É o caso do Gestor que não se relaciona bem com os seus pares, gerando um impacto direto na sua organização. Nessa situação o gerente frequentemente acaba isolado, sem conseguir o suporte político para realização dos seus projetos. 

É normal gestores assumirem uma determinada posição conforme as descritas acima. Porém, o que configura uma patologia é o excesso de tais comportamentos. Mas o que fazer se o seu chefe ou subordinado apresenta uma disfunção gerencial? Infelizmente, não existem soluções mágicas. Conversa e feedback continuam sendo as melhores ferramentas.

[]s
Jack DelaVega

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Onde está seu próximo grande emprego? - Reedição

Brindo vocês hoje com a reedição de um post que fala sobre carreira. Semana que vem, após voltar das minhas férias, tem mais conteúdo novo.

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Não sei se já falei sobre isso, mas adoro planejar coisas. Planos, arquiteturas, projetos, brincar de planejar é um dos meus hobbies favoritos. Tudo pode ser planejado pra mim: uma viagem, a carreira, um filho, uma festa.

Um belo dia, o Tom chegou pra mim e reclamou novamente as suas frustrações em relação ao emprego atual. Começamos a conversar sobre planejamento de carreira e tal, e perguntei a ele: onde está o seu próximo grande emprego? Tom acreditava que era hora de uma mudança significativa, um grande "salto de carreira". Mas não sabia responder a pergunta.

Eu, como fanático por planos, e também por planejamento de carreira, comecei a lhe dar umas dicas. Não que eu seja um expert no assunto, ou que a minha carreira seja uma trajetória perfeita. Mas gosto do assunto e já passei por situações que me fizeram aprender bastante. Disse a Tom uma coisa que percebi já a algum tempo: se você está procurando uma mudança significativa, um salto de carreira mesmo, não deve procurar isso onde está acostumado. A pessoa que vai ajudar você nesse salto muito provavelmente não está na sua vida agora.

Tom não concordou muito a princípio. Disse que estava pensando em falar com seu gerente e caso isso não desse resultado, iria contactar amigos para conseguir posições em outras empresas. Necessariamente essa estratégia não está errada. Pelo contrário, não há nada mais saudável do que falar constantemente com seu superior sobre suas frustrações e planos, enfim, deixar sempre as coisas claras. Os amigos normalmente são elementos importantes para agregar novos contatos à sua rede de relacionamentos. E essas coisas com certeza ajudam a carreira de qualquer um.

Mas Tom estava procurando um grande salto. E nesse caso, deveríamos pensar mais "fora da caixa". O que acontece é que normalmente pessoas que estão fora do nosso círculo de relacionamento não possuem preconceitos a nosso respeito. Eu disse a Tom que a imagem que estas pessoas fariam dele seria provavelmente melhor do que o seu gerente atual ou outros conhecidos. Pessoas que não lhe conhecem tenderão a valorizar mais as suas qualidades e não se apegarão a pequenos deslizes que você possa ter cometido no passado. Nessa altura, Tom concordou. Lembrou que seu gerente atual havia demorado muito mais do que ele achava justo para lhe dar um aumento. E vivia insistindo que ele deveria desenvolver sua capacidade de comunicação, apenas porque 3 anos antes ele havia feito uma apresentação para clientes muito ruim.

Não se trata de tentar esconder algo. Trata-se apenas de buscar um ângulo de análise que lhe favoreça mais. E nesse sentido, se você está buscando um grande salto de carreira, o caminho é abordar pessoas que não estão no seu círculo atualmente.

E você, já sabe onde está seu próximo grande emprego?

Reggie, the Engineer (João Reginatto).
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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Hot Button

Cristian apresentou-se na recepção e foi encaminhado para o seu novo chefe. O homem o recebeu com um sorriso e conversaram por mais ou menos uma hora. Ele definiu claramente suas expectativas com relação a Cristian e comentou que precisava de um novo gerente para dividir as responsabilidades do setor. Finalmente, foram conhecer o escritório e o resto da equipe.
- E esse é o lugar mais importante da empresa. - Brincou.  - A sala do cafezinho.
Enquanto demonstrava o funcionamento da fabulosa máquina de café expresso, foram interpelados por um funcionário:
- Nelson, preciso de uma ajuda sua. Ainda não consegui resolver o problema do relatório para o pessoal do Comercial e eles estão me cobrando desde a semana passada.
- Tudo bem, sei que eles estão precisando disso para ontem. Depois dessa reunião eu procuro você e a gente resolve isso juntos.
Minutos depois, já no corredor, uma cena parecida aconteceu. Outro funcionário apareceu pedindo ajuda:
- Nelson, ainda não conseguimos resolver o problema com o servidor de banco de dados. Ficamos indisponíveis mais uma vez essa manhã.
Mas dessa vez a resposta de Nelson foi diferente:
- Raul, já é a segunda vez que temos esse problema. A minha expectativa é que vocês consigam resolver situações assim de imediato. Ou, que pelo menos peçam ajuda quando não conseguirem. Quando o problema chega a mim em "Modo de Crise" não há muito que eu possa fazer a não ser gerenciar a pressão do usuário.
O chefe continuou:
- Preciso do serviço re-estabelecido o mais rápido possível, não importa de que jeito. Depois disso, sentamos para fazer uma análise da causa e definimos um plano de ação, ok?
- Ok chefe.
Cristian ficou desconfortável com a conversa. Foi como se o chefe tivesse dois pesos e duas medidas, tratando o primeiro com complacência e o segundo com severidade. O desconforto não passou despercebido de Nelson, que perguntou:
- Você não concorda com o jeito que agi com Raul?
Cristian tentou ser político com o novo chefe, mas isso não era a sua especialidade.
- Para dizer a verdade fiquei um pouco confuso, parece que você usou critérios diferentes para os dois.
- Entendo, você acha que não fui justo. Deixe-me explicar. Minhas expectativas são as mesmas para ambos. Espero que cada um dê o melhor de si aqui dentro. Mas não sou ingênuo de esperar os mesmos resultados de pessoas diferentes. Cada um tem o seu "hot button", ou seja, cada pessoa se motiva de maneira diferente. O Raul, por exemplo, está acostumado a trabalhar sob pressão, é dessa maneira que ele produz melhor. Isso significa que vou ser mal-educado com ele? Certamente que não, mas sei que ao ser mais enfático nas minhas expectativas consigo um melhor desempenho dele. Se eu fizesse isso com o Carlos o nervosismo o impediria de trabalhar. Ele precisa de um coaching mais próximo para produzir melhor.
E concluiu:
- Ter os mesmos critérios e expectativas com os membros da sua equipe não significa, necessariamente, agir da mesma maneira com todos.
Primeiro dia, primeira aula. Vou gostar de trabalhar aqui concluiu Cristian enquanto tomava o último gole do seu delicioso café expresso.

[]s
Jack DelaVega

terça-feira, 12 de maio de 2009

Lançamento do Livro


Escrever um livro é uma grande conquista, um grande marco. Mas ter pessoas especiais ao lado para compartilhar é que faz disso uma grande vitória. E sabemos que o lançamento do livro só foi um sucesso porque você esteve lá.

De coração, gostaríamos de agradecer todos os que lá compareceram - para prestigiar, para dar força, para comprar o livro, para nos acompanhar. Mais de 200 livros foram vendidos!

Sabemos que muitas pessoas, por motivo de força maior, não poderam comparecer, até talvez por morar em outra cidade ou estado. Se esse for o seu caso 

saiba que ele se encontra à venda nas melhores livrarias e on-line na Livraria Cultura.

Ah, as fotos do lançamento estão no Facebook da Tribo.

Um forte abraço da Tribo!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vestindo a Camiseta

Há algum tempo atrás eu estava em um evento de TI em Dublin, e passei algum tempo conversando com um jovem gerente de uma grande empresa global de tecnologia. Ok, sem frescuras, o cara trabalhava no Google. Estávamos falando de amenidades e eu, apenas para manter a conversa andando, perguntei se o escritório deles ocupava também o prédio da frente (eu sabia que a resposta era 'sim', mas como falei, perguntei aquilo apenas para manter a conversa andando). Qual não foi minha surpresa quando o rapaz me respondeu:

- Me desculpe, não posso lhe dar essa informação.

Alguns dias atrás, eu estava em um hotel em Curitiba para o lançamento do livro da Tribo. Ok, vou entregar: era um hotel Íbis. Estava no quarto trabalhando nos meus emails quando ouvi uma conversa do lado de fora da porta. A conversa se aproximou e três pessoas abriram a porta do quarto falando alto, entrando sem pedir licença e apenas avisando que tinham que trocar a làmpada do abajur. Reclamei um pouco e a moça vestida de arrumadeira apenas argumentou:

- Me desculpe senhor, queremos apenas trocar a lâmpada do abajur para que o senhor tenha uma ótima estada.

Estou no Cairo e ontem pela manhã tomava banho tranquilamente no quarto de um luxuoso hotel no centro da cidade. Ok, vou entregar de novo: era um hotel da rede Marriott. Minha esposa se arrumava no quarto quando ouvi um barulho na porta seguido de uma conversa inaudível.

Em seguida minha esposa entrou no banheiro indignada.

- O cara entrou assim na maior no quarto apenas para perguntar se tínhamos usado o mini-bar, se precisávamos de mais café, ou se estávamos precisando de qualquer outra coisa. Devem haver maneiras melhores de agradar o cliente.

Essas histórias têm algumas coisas em comum e uso elas para ilustrar algumas coisas que critico em grandes organizações. A primeira delas é o abismo que pode existir entre a mensagem que a organização quer passar, ou como ela deseja tratar o cliente, e o que os funcionários executam na realidade. Certamente no caso de redes hoteleiras como o Íbis ou Marriott não é intenção da corporação incomodar o cliente em momentos inapropriados sob o mote de gerar uma boa experiência. Provavelmente o que acontece é que a cobrança por resultados e a incompetência da gerência de primeira linha acabam criando funcionários 'cegos' por agradar o cliente. Eles nem mesmo entendem o que estão fazendo, ou se aquilo realmente está agradando alguém, mas faz parte do trabalho deles fazer aquilo e fazer eficientemente, sem questionar. Com a globalização, esse problema se tornou mais grave ainda, pois a cultura de quem executa pode ser extremamente diversa da de quem dirige ou define a estratégia, que dirá a diferença com relação à cultura do cliente. No meu exemplo do Marriott no Egito, menos mal para o funcionário que ele entrou em um quarto onde estava um brasileiro, e nós levamos aquilo na boa. E se fosse um americano irritadinho?

Um outro aspecto dessas historinhas, que tem mais a ver com a primeira delas, é o que comumente se chama de 'vestir a camiseta' da empresa. Uma coisa é dedicação, comprometimento, acreditar na empresa e sua proposta e fazer o possível para obter bons resultados. Mas tem muito funcionário despreparado por aí, do tipo que o fato de trabalhar para uma grande corporação 'sobe para a cabeça'. De repente passam a se achar mais importantes do que os demais apenas porque trabalham em escritórios climatizados e com carpete, têm de usar seu crachá para abrir inúmeras portas secretas antes de chegar à sua mesa, ou porque o dono de sua empresa têm um jatinho particular ou um iate de 50 milhões de dólares. Os empreendedores costumam rir desse tipo de gente. No caso do rapaz do Google com quem eu estava conversando: eu sabia que eles usavam o outro prédio, parte porque o logotipo do Google estava estampado bem grande na recepção - imagino que se a informação fosse tão sigilosa assim uma empresa do porte do Google estaria mais preocupada em como expõe sua marca no saguão de um prédio localizado em uma das ruas mais movimentadas do centro financeiro.

Aposto que esse tipo de cara acorda de manhã, toma uma ducha, e vai para a frente do espelho usando o crachá da empresa, se admirando e dizendo para si mesmo:

- Damn, I'm looking good...

Reggie, the Engineer (João Reginatto)
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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Apertar o Gatilho Dura Bem Menos que Um Segundo...

Muito interessante o texto dessa semana de Jack sobre o mau-humor. Muito bem escrito, me fez lembrar de uma discussão interessante que tive com uma psicóloga há alguns anos atrás sobre mau-humor versus falta de paciência.

A psicóloga defendia que as duas não devem ser confundidas, pois uma é mais ligada a uma questão temporal (estou com mau-humor agora), com conseqüências muito parecidas com as destacadas no texto do DelaVega. A outra é mais ligada a uma situação crônica (faz algum tempo que não tenho paciência para nada), que pode evoluir a quadros patológicos graves. Aliás, nunca vi uma classe profissional que goste tanto da palavra "patológico" como os psicólogos. Tenho a sensação que eles desejam usar até onde ela não se encaixa: "Hmmm, que almoço patológico esse"; "Não sei Sr. Mecânico, o motor falha toda hora, acho que é patológico". Mas enfim, não é esse o foco do texto hoje.

Embora possa até concordar com ela em termos de diferenciação (temporal x crônico), para mim, as duas coisas podem levar exatamente ao mesmo fim, que, dependendo do caso, pode ser catastrófico. Portanto, os mesmos cuidados devem ser tomados nas duas situações.

Deixe-me explicar. A questão toda baseia-se no passar uma determinada linha ou não. Se você me xinga e eu lhe aponto uma arma, nada aconteceu: tive apenas uma reação desproporcional que pode ser remediada facilmente. Agora, se eu for mais ao extremo ainda e, como reação ao seu xingamento, além de apontar a arma, atirar em você, nunca mais terá volta. Aquele centésimo de segundo que separa o apontar a arma do dispará-la muda completamente uma vida (na verdade ao menos duas vidas nesse exemplo). E se uma pessoa descontrolada já teve a reação de apontar uma arma devido a um simples xigamento, talvez cometa a burrice de ir mais longe e pressionar o gatilho, mesmo sem razão alguma.

Um conto apócrifo, muito bonito, conta que pai e filho estavam em um banco em frente a residência onde o pai morava. O pai, já com 80 anos, se encontrava um pouco senil. O filho, com seus 50, tentava ler um romance. O pai, após ouvir um som estranho, indaga:

- O que foi isso, filho?
- É só um pássaro pai, responde o filho, percebendo que um pássaro com um canto não muito comum estava nas redondezas.

Passam-se alguns segundos e o pai pergunta novamente:
- O que é isso, filho?
- Pai, já lhe falei, é só um pássaro!

Mais alguns segundos se passam e o pai volta-se novamente para o filho:
- Mais o que é isso filho?

Completamente irritado por não conseguir ler nenhuma linha do seu romance, o filho dirigi-se ao pai aos berros, já completamente fora de si:
- PAI, JÁ FALEI QUE É UM PÁSSARO. PÁ-SSÁ-RO. ENTENDA! PÁ-SSA-RO! QUE MERDA!

O velho levanta da cadeira lentamente e vai em direção a sua casa, desolado. O filho, ciente que passou a linha, fica chateado, não sabe bem o que fazer. Um minuto se passa e o pai volta, senta-se ao lado do filho e lhe entrega um caderno velho aberto em uma determinada página e pede para que o filho leia. Este, sem entender muito, começa a ler em voz alta:

"Hoje estou no parque com meu filho que acaba de fazer aniversário de 4 anos Ele me perguntou 21 vezes 'o que é aquilo', apontando para um pássaro que estava perto de nós. Nas 21 vezes respondi com paciência e bom-humor o que era e como ele se movimentava. A cada vez que respondia, abraçava meu filho e dizia que o amava muito. Foi um lindo final de dia, pois aprendi muito sobre paciência e bom-humor."

O filho, após ler a passagem, com lágrimas nos olhos, olha para seu pai, buscando perdão.

No escritório, uma única pisada na bola, um único estouro, pode significar a ruína de uma grande história de sucesso. E ninguém vai querer saber se é mau-humor, falta de paciência ou TPM, pois simplesmente isso não importa. O que importa é que há uma corpo estendido no chão; se você berrou com os colegas e perdeu o controle, o gatilho foi pressionado e o estrago está feito.

O escritório é um ambiente de competição, de troca de idéias e de stress, mas nunca, nunca de desrespeito. Aquele centésimo de segundo que separa o apontar a arma do dispará-la pode salvar uma carreira.

O mais seguro, é nem andar armado no escritório...

Dr. Zambol
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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mau Humor

Júlio subiu para tomar um banho por causa do mau humor. Mas não que quisesse espantá-lo com a água, sua intenção era justamente o oposto. Era uma daquelas pessoas que gostavam de curtir o mau-humor, aproveitar, como se isso fosse possível, cada minuto desse sofrimento. Não era masoquista, mas com certeza não era normal. Se todos os problemas do mundo fossem esse, teríamos um mundo melhor, pensava. Quero ter o direito de curtir meu mau humor quando bem quiser, como bem quiser.

Durante o banho seus pensamentos variavam entre piadas de mau-gosto, comentários sarcásticos e previsões apocalípticas para a humanidade. Mas o que mais lhe preocupava era o seu futuro imediato, para ser específico os próximos quinze minutos. Ao sair do banho teria de encarar a esposa. E aí que seus problemas começariam. Uma frase normal seria:
- Estou de mau-humor, me deixa quieto.
Tinha direito a isso, afinal o mau-humor era seu. Mas sabia que essa estratégia não funcionaria. Não, se dissesse isso a conversa tomaria outros rumos. Iriam brigar ou ela tentaria o convencer a "não ficar de mau humor", como se isso fosse possível. No escritório quando isso acontecia era muito mais fácil. Podia se fechar, dizer que estava com dor de cabeça, se dar ao luxo de falar pouco, ou melhor não falar com ninguém. Podia tentar remarcar reuniões e ficar trabalhando em uma planilha qualquer enquanto curtia no iPod o CD "Wando ao Vivo". Melhor não contar para ninguém, achariam que é impossível colocar Wando e iPod na mesma frase. 

No trabalho, mesmo que não conseguisse a dádiva da solidão, ainda restava a opção de encarar uma reunião de mau humor, o que não era tão ruim assim. Mas sabia que nesse caso tinha que controlar a língua, pois, em uma situação como essa, coitado de quem cruzasse o seu caminho. Por conta disso no início da carreira já havia sido obrigado a distribuir pedidos de desculpas a muita gente. Hoje, mais velho, Júlio ficava quieto, apenas observando as conversas e fazendo julgamentos maldosos na sua cabeça:
Bruxa; Imbecil; Puxa-saco; Você pensou isso sozinho?; Tá bom, vamos repetir toda explicação só porque você não conseguiu, mais uma vez, chegar na reunião a tempo.

Porém, em casa nada disso valia. Por mais absurdo que parecesse sua estratégia para curtir o mau humor seria outra. Terminou o banho. Desceu. Deu um beijo na esposa com o melhor sorriso que conseguiu e foi brincar com as crianças. Sorria por dentro enquanto montava o desafiador quebra-cabeças de oito peças da Barbie. Seu plano fora executado com perfeição. Ao fingir estar de bom humor podia, finalmente, curtir sossegado o seu mau humor.

[]s
Jack DelaVega