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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pergunta do Leitor: Dicas para Estagiários

PERGUNTA DO LEITOR

Galera da Tribo:
Acompanho vocês a algum tempo e gosto bastante do textos, porém não lembro de algum que fale especificamente de estagiários. Estou no quarto semestre de administração e iniciei estágio em uma empresa a pouco mais de um mês. Vocês tem alguma dica em especial para estagiários ou o que tenho que fazer para ser contratado?
Abraço a todos.
Pergunta de CGF de Curitiba


RESPOSTA DA TRIBO

CGF:
Costumamos brincar aqui na Tribo que se somarmos os ensinamentos do Rocky com os do Poderoso Chefão temos mais conteúdo do que alguns cursos de MBA disponíveis no mercado. Mas filosofia de botequim à parte, lembro de algumas palavras do último filme do velho Balboa que vale à pena mencionar:

Minutos antes de começar o treinamento que mostra o Rocky correndo e comendo ovos crus nas ruas da Filadélfia ao som daquela musiquinha, o seu treinador dispara:
- Para vencer esse cara é preciso de Velocidade, o que você não tem. E os seus joelhos não agüentam mais a pressão, então ficar correndo no ringue para cansá-lo não é uma opção. Você está com artrite e tem depósitos de cálcio na maioria das juntas, trabalhar com um sparring não serve. Então o nosso trabalho será focado na boa e velha força bruta.

Sejamos honestos, força bruta é a principal, senão a única, vantagem que um estagiário pode oferecer, porque no começo de carreira a experiência e conhecimento técnico praticamente inexistem. No trabalho força bruta se traduz em comprometimento e vontade de aprender. Quem avalia um estagiário não espera que ele saiba tudo, mas espera sim que ele aprenda rápido. Encare o seu estágio como uma entrevista de emprego que pode levar de seis à dezoito meses. Aproveite esse tempo para aprender e mostrar o que você sabe fazer de melhor. Além disso, lembre-se que uma vez que experiência na função é algo que você não tem, os aspectos pessoais são ainda mais importantes, tais como facilidade de relacionamento, comunicação, etc.

Outro fator que serve para separar o "joio do trigo" diz respeito à postura profissional. Estagiários são comummente associados (justa ou injustamente) à falta de profissionalismo. É aquele sujeito que desaparece durante a semana de provas, chega atrasado depois da balada de quinta-feira, ou fica o tempo todo pendurado no celular mandando SMS para a nova namorada. Mostrar que você é diferente pode ser decisivo para conseguir ser "efetivado" na empresa.

Finalmente, preste atenção na empresa para não entrar em qualquer roubada. Todas experiências são válidas no início da nossa carreira, mas procure empresas relacionadas com os seus objetivos de carreira, de preferência na função que está buscando.

[]s
Jack DelaVega
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Envie sua pergunta para pergunte@tribodomouse.com.br. Se sua pergunta não foi selecionada essa semana, fique tranquilo, ela está em nosso banco de dados e poderá ser selecionada nas semanas seguintes.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Mantenha os Olhos no Futuro

Esses dias fui ao super-mercado. Quando comecei a fazer as compras, percebi que estava sem a lista de compras. A empregada e a Dr. Zamba haviam adicionado itens a mesma. Portanto, sem ela eu não era ninguém naquele super-mercado. Comecei a pensar porque não temos ainda uma lista que fica na geladeira (em um visor LCD), reconhece a escrita manual (transformando em texto) e que eu possa acessar o conteúdo dela tanto de uma página Web (se tiver com um celular com essa capacidade) ou através de uma mensagem SMS? Aliás, itens também poderiam ser incluídos através de mensagens SMS e via e-mails enviados para a geladeira. Você está no parque e lembra que quer fazer frango com requeijão à noite. Manda um SMS pro seu refrigerador e...PRONTO! Os itens foram incluídos e estarão a sua disposição na próxima ida ao super-mercado...

Enfim, sem as informações em mãos, decidi voltar para casa. Mas estava chovendo muito aquela noite. Como fui o primeiro a chegar, estava tudo escuro. Quis muito ter um controle remoto das luzes de casa. Sei que isso já existe (como o sistema X10), mas não gosto da forma como foi projetado. Basicamente, com o que existe hoje, tenho que modificar todas as luzes de casa, colocando um socket especial para que funcione, mudar o interruptor e ligar a central na minha rede elétrica, por onde os comandos serão enviados. Gostaria de uma solução mais simples, como ter as próprias lâmpadas inteligentes – não precisando trocar nada fixo em minha casa. As lâmpadas, além de possuirem acesso via WiFi ou IR, permitiram criar grupos, fazendo com que os dois lustres da sala, por exemplo, acendessem e apagassem quando eu pressionasse o botão “Sala”, que, por sua vez, apareceria no controle remoto, através de um visor de cristal líquido sensível ao toque, que permitiria ao usuário renomear e criar quantos botões quisesse. Ora, estou pedindo muito?

Apanhando uma chuva enquando tentava encontrar a chave de casa no escuro, entrei na minha residência e liguei as luzes. Subi as escadas e soltei meu cachorro. Tomei um banho e fui escrever esse post. Meu note estava sem bateria. Diabos, o carregador estava no andar de baixo! Quando a eletricidade sem fio irá se popularizar? O que meus netos irão dizer quando eu contar essa história, dizendo que tinha que pegar um carregador, ligar na parede e no notebook?

- Mas TV a cores existia vovô?
- Sim, isso já fazia tempo que nós tínhamos!
- Mas esquentavam leite ainda no fogão?
- Tá, chega de perguntas. Vamos ver esse filme em 3D logo...

Na manhã seguinte, indo para o serviço, lembrei que teria uma reunião aquele dia com meu time local e mais duas com times remotos, um na Irlanda e outro nos Estados Unidos. Fora isso, não tinha mais reuniões planejadas. Pensei que seria um dia ideal para se trabalhar de casa, através de Telepresença. Você já ouviu falar? É sensacional. Você faz uma reunião remota como se estivesse no local. Testes já foram feitos inclusive com holografia, que a tornam ainda mais real. Pensei em novamente ter que explicar para os meus netos porque todos os dias tinha que ir fisicamente para o mesmo local.

- Como assim, vovô? Mas qual era a vantagem?
- Tales, é que não tinha essa tecnologia de holografia ainda...
- Mas e como as pessoas se falavam quando a esposa ou o marido viajava?
- Ué, pelo telefone...
- Como assim?
- Podemos voltar ao nosso filme 3D?

Enfim, fico impressionado que, mesmo com tantos avanços na informática, muito pouco dessa tecnologia foi realmente integrada ao nosso dia-a-dia. Também fico impressionado em saber que hoje em dia ainda temos muita resistência em áreas como trabalhar de casa ou uso intensivo de tecnologia.

Você está preparado para os próximos avanços? Está pronto para utilizar computadores diariamente sem nem saber às vezes que está lindando com eles? E está pronto para ver seu emprego mudar, talvez radicalmente, nos próximos anos?

Se não está, prepare-se. Estamos perto da virada...

Dr. Zambol
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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Educação se Aprende em Casa

Em vários aspectos somos reflexo de nossos pais e da educação que recebemos em casa. Acredito em determinismo do meio, principalmente no que diz respeito aos valores. O fato de ainda lembrar de algumas das lições de meu pai reforça a minha tese.


Uma vez, ele me contou que quando estava no primário foi pego colando. O professor recebeu duas provas iguais e indagou quem havia copiado do outro. Meu pai assumiu a culpa, dando um passo à frente e confessando o delito. O professor, surpreso com a honestidade, resolveu manter a nota como uma recompensa pela atitude, contanto que ele prometesse não fazer isso novamente. Analisando essa história hoje, tenho lá minhas dúvidas se foi realmente verdade, mas o fato é que ela teve uma consequência direta no meu comportamento. De uma tacada só, ele me ensinou que assumir os erros é a coisa certa a se fazer e explicou como é desonesto colar na escola.


Anos mais tarde, tive a oportunidade de exercitar esses ensinamentos. Durante a faculdade fazia Kempo, uma arte marcial japonesa. Sempre gostei de artes marciais, pela filosofia e disciplina, apesar de nunca ter praticado por muito tempo. O Kempo possuía uma banca de instrutores bastante rígida. Os exames de faixa eram verdadeiros vestibulares onde grande parte dos alunos era reprovada. Eu estava fazendo um desses exames de faixa quando essa história aconteceu.


Durante o exame os instrutores bradavam os golpes a serem demonstrados e os alunos em linha executavam, todos ao mesmo tempo, o movimento em questão. Em um determinado golpe eu terminei com perna esquerda à frente, enquanto o sujeito ao meu lado terminou com a perna direita. Era óbvio que um de nós estava errado.
O instrutor perguntou incisivo:
- Qual de vocês está errado?
Mesmo sem ter certeza, até porque nessas horas é difícil ter certeza de alguma coisa, afirmei com convicção:
- É ele.
Meu colega nada respondeu.
Não era.
- Você está errado, vou descontar dez pontos de você por isso, é dez pontos dele por não ter contestado.
Fiquei arrasado. Até esse momento estava indo muito bem no exame, mas a partir daí, comecei a errar constantemente. Terminado o exame a banca perguntou se alguém tinha alguma coisa a dizer. Ergui o braço e pedi permissão para falar:
- Acho errado vocês tirarem dez pontos do meu colega, o erro foi meu. Podem tirar vinte pontos de mim se esse for o caso.
Democracia realmente não é o forte da filosofia Japonesa e a resposta veio à altura.
- Podemos tirar pontos de quem quisermos, essa banca é soberana para isso. Me surpreende você não confiar no senso de justiça dos seus instrutores e acreditar que realmente iríamos punir o seu colega por um erro seu.
Saí dali me sentindo mal, mas com a sensação do dever cumprido, passar no exame já não era mais tão importante.


Tenho acompanhado as prisões da Operação Satiagraha, que prendeu a quadrilha do banqueiro Daniel Dantas, e um fato em particular me chamou a atenção. Pelo menos dois dos acusados foram presos com seus filhos. Definitivamente, educação se aprende em casa.


[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Insatisfeito

Estou atualmente planejando minhas férias. Para mim, não há ocasião melhor para exercitar as habilidades de planejamento. Lá estou eu desenhando cenários, elencando restrições, tomando decisões.

Pra variar, não fiquei satisfeito com o resultado. Já fazem alguns anos que a lista de coisas por fazer só aumenta, e as restrições não permitem que eu corra atrás do prejuízo.

Agora que moro longe da família, um certo percentual do meu tempo de folga tem de ser dedicado a eles. Nada mais justo e ansiosamente aguardado. Este ano serão 3 semanas. Fora isso, existe a necessidade de aproveitar o verão (uma vez por ano no mínimo a minha pele branca tipo-Nerd tem que ser colocada à prova). Este ano será uma semana. Depois vem, claro, todos os lugares novos que quero visitar. A esta altura já estou em sérios apuros. A minha lista de viagens turísticas para esse ano incluía 3 países e 4 semanas no total. Obviamente não há mais espaço para isso. Dou um jeito e consigo adicionar umas 4 ou 5 cidades novas no plano usando os feriadões. Mas não adianta, não gosto do resultado final.

Começo a brincar então com as variáveis. E 'se' eu tivesse mais 6 semanas de tempo disponível? E se eu tivesse 2 vezes o orçamento? Bom, daí talvez eu pudesse adicionar aquelas viagens turísticas que eu falei, que para mim não contam mesmo como férias, já que o cara se cansa pra caramba de tanto correr pra cima e pra baixo, tirando foto de tudo e indo dormir pensando no dia seguinte. Por isso então eu incluiría umas boas 2 ou 3 semanas em uma praia paradisíaca ou uma pacata casa em uma vila no interior, só para realmente descansar e 'desconectar'. Desenho os cenários, rabisco as possibilidades e chego ao resultado final: hoje eu ficaria satisfeito com o dobro do salário e 4 meses de férias por ano.

Será pedir demais? Busco na Internet, Monster.com, outros sites, nada. Ninguém oferece um emprego destes. Está aí uma coisa que me motiva: abrir uma empresa em que esse tipo de coisa seja possível.

Ok, volto ao meu planejamento. Ainda restam algumas coisas a decidir e tudo tem de caber no orçamento e no tempo disponível. Malditas restrições. Até eu me livrar delas continuarei insatisfeito.

Reggie, the Engineer.
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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Tribo Responde: Pergunta de SGP

Hoje estamos inaugurando nossa seção Tribo Responde, onde tentaremos, todas as quintas-feira, responder a uma pergunta selecionada entre as enviadas para pergunte@tribodomouse.com.br.

Se sua pergunta não foi selecionada essa semana, fique tranquilo, ela está em nosso banco de dados e poderá ser selecionada nas semanas seguintes.

Abaixo, segue a pergunta selecionada dessa semana, seguida da resposta. Obrigado a todos que enviaram suas perguntas.


PERGUNTA DO LEITOR


Boa tarde a todos. Sou um leitor da Tribo do Mouse, apresentada por um amigo meu daqui da empresa onde trabalho - uma fabrica de software.

Ha dois anos a nossa antiga empresa foi adquirida por uma das maiores fabricas de software do nosso Brasil, que por sinal é agora multi-nacional, estamos presente no Mexico, Argentina e Chile.

Durante o ano em que fomos 'adquiridos' outras empresas de segmentos diferentes também o foram.

O que nos surpreendeu foi o processo de transição realizado por ela (a Corporação), ficando bem aquém do que esperavamos, visto a imagem que tínhamos dela e do marketing que utilizam hoje. As pessoas, nesse processo, foram as mais esquecidas. Vale lembrar que em nosso segmento a principal matéria-prima dos produtos vendidos é o conhecimento dos profissionais que nela trabalham.

Hoje o discurso diplomático/político de diretores e gerentes não 'colam' mais ... comprar máquinas de café e falar que estão preocupados com os funcionários é um método de políticos de 30 anos atras.

Então a pergunta é: 'Até
quando as grandes organizações pensarão que temos 4 anos de idade ?'

Grande abraço.
SGP (nome mantido sob sigilo)


RESPOSTA DA TRIBO


Caro SGP, sua pergunta fez com que gerássemos uma discussão interna na Tribo sobre o tópico. Realmente é um tópico muito interessante para ser debatido. Minha resposta abaixo contém contribuições de Jack e Reggie.

No meu texto Quem Não Faz é Burro, trato exatamente do assunto de que não existe empresa boa ou má. Existe sim é empresa inteligente e burra. E inteligência aqui é manter os seus funcionários felizes, motivados, informados e querendo fazer mais pela empresa. Ora, o maior bem que uma empresa possui é seus funcionários – é o ouro da era moderna. Valorizar as pessoas é valorizar a própria empresa. Isso não é opcional para empresa alguma. Esse ponto é pacífico. Não fazer isso é declarar a falência a longo ou até médio e curto prazo.

Mas gostaria de lembrá-lo que situações de aquisição e fusão são exceções – e dessa forma é que são tratadas. Basta lembrar do que ocorre quando da descompressão da cabine de um avião. Você lembra as instruções que as aeromoças insistentemente passam aos passageiros? Antes coloque a sua máscara, depois dê auxílio para outros. Mesmo se for uma criança de 2 anos indefesa ao seu lado, não tente ajudá-la antes, pois você pode perder a consciência no meio do processo, fazendo com que você prejudique você mesmo e a pessoa ao lado (não conseguindo mais ajudá-la).

Uma situação de aquisição é semelhante. As pessoas de nível mais alto (vice-presidentes, diretores e gerentes – necessariamente nessa ordem), estão colocando as máscaras em si, encontrando o seu lugar nessa nova organização, para então conseguir ajudar as pessoas abaixo dela. Realmente, se ela não conseguir encontrar uma posição para ela, talvez não consiga ajudar sua equipe em nada. Portanto, podemos até discutir as formas como se deve fazer isso, mas realmente não faz sentido tentar colocar a máscara nas outras pessoas antes.

Mas não pense que estou defendendo essa atitude imprudentemente. Meu ponto acima nos leva a uma de duas conseqüências: ou o avião baixa de altitude para não ter tantos problemas com a descompressão e faz a turbulência parar ou ele cai e explode. Ou seja, a turbulência tem que parar um dia ou o avião em breve não vai mais existir, matando ainda todos dentro. E quanto antes a turbulência parar, melhor.

No meu texto Ao Fim da Bolha de Burrice, confirmo que a instabilidade duradoura distrói qualquer possibilidade de manter o funcionário concentrado e fazendo um bom trabalho. O tempo que uma pessoa aguenta nessa situação varia muito. Pessoas nervosas e mais imediatistas são as que tendem a explodir mais rápido - acabam saindo da empresa ou não realizando mais seu trabalho direito, tamanha a tensão e o nervosismo. Outras, mais calmas e otimistas, conseguem aguentar mais tempo – e às vezes colhem ótimos frutos dessa espera. Mas seja quem for, será afetado na turbulência. E é simplesmente inviável estar numa situação dessas por muito tempo. Então, a empresa deve fazer um plano de ação rápido e efetivo para finalizar toda a nova organização e deixar todos seguros novamente.

Entendo a sua indignação SGP, mas tente entender o processo de exceção e veja se realmente vale a pena esperar. Como disse acima, às vezes a espera traz bons frutos. Outras vezes, uma fase longa dessas é realmente o indicativo de uma má gestão, que pode só piorar as coisas com o tempo.

Mais importante de tudo, ache a sua máscara e coloque logo no rosto. Se sentir que não tem solução, pule do avião. Nessas horas, manter-se atualizado e com as habilidades que o mercado está pedindo, faz toda a diferença - será o seu pára-quedas.

Obrigado pela sua excelente pergunta e continue conosco!

Dr. Zambol
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A seção Tribo Responde seleciona perguntas enviadas para pergunte@tribodomouse.com.br. Envie já a sua!

Leia Mais:
- Texto de Jack: É Preciso Acreditar
- Texto de Reggie: A Queda da Democracia (ou Por que não fazer diferente?)
- Texto de Reggie: Dilbert e a Mudança

terça-feira, 15 de julho de 2008

Tribo Responde

Pessoal:
Freqüentemente recebemos perguntas dos nossos leitores relacionadas aos tópicos que abordamos aqui na Tribo, tais como carreira e liderança. Como na maioria dos casos esses e-mails resultam em boas discussões, resolvemos abrir um espaço para perguntas no site, que serão publicadas toda quinta-feira. Para participar envie sua pergunta para pergunte@tribodomouse.com.br, toda a semana vamos publicar pelo menos uma pergunta de leitor.

Abraços
Jack, Reggie e Zambol.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Que Fim Levaram os Ninjas?

Acredito que os ninjas poderiam ser de grande valia no meio empresarial. Além de um gigantesco arsenal de armas a disposição, a filosofia Ninja se aplica perfeitamente no mundo corporativo. Especialmente porque os ninjas são pessoas extremamente objetivas, que treinam por horas e horas para dominar a arte de matar, não podendo perder tempo com discussões fúteis, como onde colocar a máquina do cafezinho. Mais do que isso, dentro do vasto arsenal de armas ninja, algumas tem aplicação direta no dia-a-dia do escritório, em especial:


Shurikens: Para quem não conhece, o Shuriken é provavelmente a arma mais legal do arsenal ninja. A popular "estrelinha" serve para matar ou mutilar as vítimas, isso caso a vítima não seja um ninja também que, nesse caso, possui a habilidade de desviar dos Shurikens ou defendê-los com um bastão. Infelizmente os Shurikens nunca se tornaram muito populares no mundo corporativo, provavelmente pelo fato de não serem aprovados pelo pessoal da CIPA. Mesmo assim, eles possuem inúmeras aplicações no meio corporativo, servindo, por exemplo, para Gerenciamento do Tempo. Imagine o que aconteceria se, cada vez que alguém desperdiçasse o tempo de uma reunião falando bobagens, um Shuriken voasse na sua direção. Tudo bem, o primeiro Shuriken seria de advertência, mas depois disso começaria a sangueira.

Bomba de Fumaça: Esse é um acessório extremamente útil no mundo organizacional, especialmente em reuniões de revisão de projeto. Imagine o seguinte cenário:
- Pessoal, antes de acabar a reunião eu gostaria de ouvir o status das tarefas de cada um. Vamos começar com o Alcides.
- Alcides?
Booom!!! Pfssss...
Ouve-se uma pequena explosão e a sala se cobre de fumaça. Quando a fumaça começa a se desfazer o chefe pergunta novamente.
- Alcides? Cadê o Alcides? Ele estava na ponta da mesa agora mesmo.
- Sumiu chefe.
- Droga, mais uma vez o truque da cortina de fumaça!

Traje Ninja: O uso do traje ninja, inclusive com a máscara, pode dar uma significativa vantagem em discussões acaloradas. Imagine uma reunião em que ninguém sabe exatamente quem você é. Problemas com hierarquia podem ser facilmente superados com o uso do Traje Ninja e as práticas de brainstorming se tornar ainda mais efetivas.
- Excelente idéia Alcides, você pode tocar ela para gente?
- Alcides? Mas eu não sou o Alcides.
- Ah, desculpe, fica difícil te reconhecer com a máscara. Falando nisso, cadê o Alcides?
Booom!!! Pfssss...
- Bomba de fumaça de novo? Qual é o problema desse cara?

Espadas: São armas de difícil utilização no ambiente organizacional, pelo fato de serem grandes demais para caber na mochila do Notebook. Apesar disso, as espadas, em especial a Katana, são excelentes instrumentos motivacionais. Imagine você entrando na sala do chefe para passar o status do seu projeto e encontrar ele afiando a Katana.
- Se esse projeto não foi entregue no prazo, cabeças vão rolar!

Finalmente, acredito que podemos aprender muito com o Estilo Ninja de Gestão. Ninjas são objetivos, silenciosos, trabalham duro, e o que é melhor, não falham. E os que falham nem precisam ser demitidos.

[]s
Jack DelaVega

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Mais Start-ups no Brasil e a Promoção Tirada da Cartola

Mais "Start-ups" no Brasil

Outro dia eu estava conversando com um colega meu aqui na Irlanda, falávamos sobre um programador do departamento ao lado que havia deixado a empresa para se juntar a uma recém-criada "Start-up" na área de tecnologia. Aparentemente, o sujeito havia deixado o seu salário de 70k euros mais uma série de benefícios interessantes por um salário de 90k euros, poucos benefícios, porém mais extravagantes, e um pouco mais de risco.

Hoje em dia, com a crise econômica mundial, a aparente "segurança" proporcionada por uma grande empresa anda em baixa. E já que estamos no risco mesmo, o destino de muitos profissionais competentes na Europa e nos Estados Unidos parece ser mesmo as "Start-ups". Nenhuma novidade até aí.

Mas o que me fez pensar depois desse bate-papo com meu colega foi como infelizmente não temos esse mesmo ecossistema no Brasil. Fico pensando quantas pessoas trocariam um emprego "estável" em uma grande empresa por um emprego de maior risco em uma pequena empresa no Brasil e chego à conclusão que seriam muito poucas. Mas não porque elas não querem, e sim porque esses empregos não são equivalentes, como nos Estados Unidos e na Europa. Senão vejamos: um programador experiente em uma grande empresa, ganhando 70k reais ao ano conseguiria encontrar um emprego em uma Start-up ganhando razoavelmente mais do que isso e com benefícios semelhantes? Eu acho que seria raro, mas posso estar errado claro.

Normalmente o que se vê no Brasil são pequenas empresas oferecendo outros tipos de vantagens, como crescimento profissional mais rápido, ambientes mais participativos, etc. Todos argumentos que na maioria dos casos não são suficientes para trazer os melhores profissionais que estão confortavelmente tocando as suas vidas nas grandes empresas.

Obviamente o que falta no Brasil é uma cultura de risco maior. Investimento de risco ainda não é algo que corre nas nossas veias e sem capital, as pequenas empresas não conseguem atrair os profissionais mais capacitados do mercado, não conseguindo assim alavancar produtos e serviços inovadores. O que se vê na prática são mini-empresas grandes, onde tudo ainda funciona do mesmo jeito, talvez apenas sem a burocracia que vem junto com a escala.

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Promoção Tirada da Cartola

A propósito, nesse mesmo bate-papo com meu amigo, ele comentou sobre uma prática de gestão utilizada por essa Start-up que o sujeito do departamento ao lado foi trabalhar. O dono da empresa mantém o que ele chama da "Cartola das Promoções". Como a empresa está crescendo bastante e contratando muita gente, de tempos em tempos ele precisa colocar alguém em uma função de maior responsabilidade, o que não deixa de ser uma promoção. Para escolher o promovido, no entanto, ele coloca os nomes das pessoas do setor na cartola e sorteia um nome! Brilhante não? Dizem que está dando certo, que todo mundo entende as regras para promoção, que as chances são claras (matemáticas até) e que todos estão constantemente motivados por saber que podem ser o escolhido.

Achei no mínimo interessante. Vai para a nossa galeria de idéias inovadoras de gerenciamento da Tribo.

Reggie, the Engineer.
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quarta-feira, 9 de julho de 2008

Oração a São Diretor


Conta a lenda que Scott possuía uma única dedicação: caçar documentos enviados como confidenciais nas impressoras utilizadas por diretores e vice-presidentes (se você não sabe o que é isso, leia aqui um exemplo, e comece a utilizar esse recurso para não precisar sair correndo atrás do seu contra-cheque). Passou por diversas empresas, acumulando centenas, milhares de documentos desse tipo.

O segredo era simples. Scott sabia que, na prática, 99% dos documentos impressos dessa maneira possuem a senha "1234". Dessa forma, bastavam cinco ou seis rodízios pelas impressoras mais importantes da empresa para conseguir o que queria.

Alguns dizem que hoje ele é o CIO da Disney, Tony Scott. Outros dizem que foi o CIO da Microsoft demitido em 2007, Stuart Scott. O que poucos sabem é que trata-se de Scott Adams, o criador de Dilbert, e que até hoje publica textos baseados nos que conseguiu através dessa artimanha.

Mas foi num dia ensolarado de verão, durante seu tempo na GE, que Scott conseguiu um de seus maiores tesouros - um documento enviado para a impressora GE-US-08-12 por Jack Welch que, na época, ocupava uma diretoria da General Eletric. Nas linhas que se seguem, de forma inédita, a Tribo do Mouse apresenta a você, na íntegra, o documento de Jack.

"Senhor, preciso da sua força. Virei diretor e descobri que continuo gerenciando nada. Achei que o meu sofrimento de gerente iria acabar quando virasse diretor - que minha falta de informação iria sumir. Mas não senhor, continuo na escuridão, vítima de reorganizações e mudanças, sem nunca ser envolvido de antemão. Por que empresas tão grandes são tão ruins com diretores como eu? Quando terei a informação que preciso para tomar decisões?

Às vezes me sinto humilhado quando um engenheiro químico me aborda no corredor, perguntado sobre qual a razão que o orçamento do projeto XYZ foi aprovado e nem sei do que ele está falando. Muito menos entendo o processo de aprovação de orçamento em sua plenitude. No tempo que nem gerente era, era mais tranquilo, pois confiava que meu gerente possuía as informações todas que eu não tinha. Quando virei gerente, confiava em meu diretor. Agora estou perdendo a esperança. Meu coração sofre com tanta desinformação. Será só eu, senhor?

Não quero trabalhar em empresas menores, mas não vejo saída - preciso da sua ajuda. Criei a oração abaixo, que prometo rezar até o final de minha vida. Só peço compreensão e paciência para entender as coisas que não me falam, as direções que não sou envolvido, as coisas que não gerencio.
Oração a São Diretor

Senhor, fazei-me instrumento de vossa empresa

Onde houver ódio, que eu leve a motivação
Onde houver dúvida, que eu leve a direção
Onde houver tristeza que eu leve o aumento
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver trevas, que eu leve a luz

Mestre, fazei com que eu procure mais
- Avaliar que ser avaliado
- Demitir que ser demitido
- Promover que ser promovido

Pois é dando que se recebe
É gerenciando que se é gerenciado
E é sendo presidente que se vive
Na informação eterna!
"

Até hoje, diretores de empresas com mais de 10 bilhões de dólares rezam semanalmente em grupos secretos essa oração e esperam pela informação eterna, que almejam possuir quando se tornarem CEOs. A oração ajudou muito Jack em momentos como esse, mesmo quando já era vice-presidente. Jack teve que pagar o preço por trabalhar na maior empresa do mundo...

Scott? Continua tranqüilo. Com o conhecimento acumulado nas milhares de impressões confidencais, possui material para cinco vidas. Pena que só possui uma.

Dr. Zambol
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Veja Mais:

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Falando Francamente

Algumas frases que escuto frequentemente cuja resposta nem sempre é o que as pessoas gostariam de ouvir.

Não sou assim, isso é uma percepção errada das outras pessoas.

Na prática isso não faz diferença alguma. Se realmente for apenas uma percepção talvez seja mais fácil de corrigir do que um comportamento. No entanto, leva tempo e um bocado de esforço para mudar o jeito que os outros nos vêem. Você contrataria o Zeca Pagodinho para ser seu motorista particular? Pode até ser injustiça, mas minha "percepção" é que o Zeca é um tremendo pé de cana.



O fulano é só Marketing Pessoal.

Não me entendam mal, eu abomino os Pavões, aqueles que são só aparência. Porém, é importante diferenciar esse animal corporativo, descrito brilhantemente pelo Reggie no post A Culpa é dos Pavões, com pessoas que fazem bom uso do Marketing. Na minha opinião, marketing pessoal é um dos termos mais mal aplicados no mundo empresarial, sendo invariavelmente utilizado no sentido pejorativo. No entanto, marketing pessoal consiste pura e simplesmente na divulgação das suas realizações(o que há de errado nisso?), e por que não, dos seus erros também. Portanto, se só faz e não mostra, não reclame de quem faz e mostra.

O que eu preciso fazer para ser promovido?

Entenda essa pergunta como um eufemismo para: Quero e espero ser promovido. Ninguém vai responder ela para você e o simples fato de estar perguntando pode indicar que não é o primeiro da lista. Promoções estão relacionadas com inúmeros fatores, alguns deles fora do seu controle. Na minha opinião, a pergunta certa seria: Estou pronto para ser Promovido? Se você estiver pronto e a empresa não, existe sempre o mercado de trabalho.

Você sabe com quem está falando? Eu já entreguei muito para essa empresa.

Empresas tem memória curta e viver de glórias do passado é um opção perigosa de carreira. No futebol, quanto tempo a torcida leva para pedir a cabeça de um jogador que não vai bem? Ninguém quer esperar até o fim da temporada, depois do campeonato perdido para fazer uma substituição. O tempo que leva para uma empresa se dar conta de que um funcionário não está indo bem varia bastante, mas eu não apostaria o meu emprego nisso. São os seus resultados no presente que irão levar-lhe adiante, o passado é bom para lembrar na cerveja com os amigos.

Eu só quero fazer o meu trabalho sem ninguém para me incomodar.

E eu gostaria de ganhar em Euros(como alguns outros membros da Tribo do Mouse por aí) e gastar em Reais. Sejamos honestos, seu salário é, ou deveria ser, diretamente proporcional ao nível de incomodação da sua função. Não estou falando que o trabalho deve ser apenas problemas, mas são ossos do oficio. Tem sempre um cliente chato, um chefe incompetente, um funcionário que não faz nada, para acabar com a paz da gente. São coisas que devemos colocar na balança na hora de decidir o nosso futuro profissional. Você escolhe a empresa que trabalha todo o dia, é assim que funciona.


[]s

Jack DelaVega

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Leia mais

domingo, 6 de julho de 2008

O Jogo

Roger Federer está irritado. A elegância e leveza com que desfere golpes fortíssimos com a sua raquete de tênis já não parecem abalar o seu oponente. Ele é a imagem do tênis bem jogado, aquele que vem do dom natural do indivíduo, ele não parece fazer força. Mas o resultado já não é o mesmo. Do alto de seus apenas 26 anos ele parece enxergar o fim do seu reinado. Todas as coisas que ele acredita, os seus valores, as suas habilidades, já não parecem mais lhe dar a vantagem esperada. O mundo está mudando, e do outro lado da quadra um novo rei aguarda ansioso a sua vez.

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Joe também tem andado irritado. Ele é um experiente arquiteto de sistemas trabalhando em uma grande multinacional nos Estados Unidos. Joe tem mestrado na área e adora o que faz. Para ele tudo é muito natural, mesmo que o seu trabalho de desenhar os sistemas mais críticos dessa gigantesca fábrica de medicamentos pareça extremamente complexo para qualquer mortal. A irritação de Joe se deve ao fato de sua empresa estar embarcando na onda do off-shore, movendo milhares de postos de trabalho para a China. A maioria de seus antigos colegas de trabalho já não estão mais com ele. Nos últimos 6 meses, o movimento se intensificou, e do alto de seus 42 anos, 22 de experiência com TI, Joe enxerga o fim do seu reinado. Toda a bagagem adquirida ao longo dos anos já não parece lhe fornece a vantagem esperada. O mundo está mudando e do outro lado do globo um jovem arquiteto chinês aguarda ansioso a sua vez.

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Rafael Nadal observa a irritação de seu oponente com frieza. Ora, Federer já venceu Wimbledon 5 vezes, nada mais normal do que ceder o lugar para a nova geração. Nadal não tem a mesma leveza e naturalidade de Federer. Mas tem a juventude e a força de quem está disposto a qualquer coisa para ocupar o seu espaço. Nos dias de hoje as oportunidades são poucas, e o eventual fraquejo de Federer tem de ser aproveitado sem hesitação. Nadal representa o novo, talvez não tenha a mesma elegância, mas compensa com trabalho científico e objetivo. No final das contas, o resultado é o mesmo. Ele respira fundo e espera a chuva passar. O seu reinado está próximo.

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Xin Liu é um jovem arquiteto chinês. Ele trabalha na mesma empresa de Joe, mas na novíssima unidade chinesa da multinacional. Ele vem de uma família de classe-média do interior da China, teve a sorte de poder estudar e hoje, depois de 2 anos no mercado de trabalho, ele tem a grande chance de sua vida nas mãos. Foi contratado recentemente a peso de ouro para os padrões locais, e seu novo salário proporcionará um salto de qualidade de vida para toda a sua família. Xin não tem muita experiência, mas compensa com muito estudo e trabalho duro. Ele pode não ter a bagagem de Joe, mas está disposto a qualquer coisa, essa é a oportunidade de sua vida. Ele respira fundo e aguarda ansioso as sessões de compartilhamento de conhecimento com seus colegas americanos. Já já estará assumindo um projeto. Seu reinado está próximo.

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O jogo ainda não acabou, e embora Nadal esteja em evidente vantagem, nunca se sabe o que pode vir depois da chuva. Mesmo que Nadal vença hoje, em breve um novo oponente irá desafiar o seu reinado.

Assim é o jogo.

Reggie, the Engineer.
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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Duas Palavras em Uma: MotiVação

Pedro está com suas tarefas atrasadas. Mesmo depois do gerente de projetos sinalizar 3 vezes, ele continua se afundando mais e mais no atraso. Pedro sempre foi um excelente técnico - não deveria ter dificuldade alguma com aquelas tarefas simples.

Marcos adora o seu projeto. Está um pouco adiantado em seu módulo, mas principalmente porque anda ficando até as 9 horas da noite programando. Tem um desempenho sempre mediano, necessitando supervisão principalmente em problemas muito complexos.

Percebem a diferença radical das ações que devem ser tomadas para motivá-los a melhorar o seu desempenho?

Motivação pode ser dividida em dois tipos: extrínsica e intrínsica.

Motivação extrínsica é direcionada para o ego e o resultado. Como a palavra sugere, consiste em dar estímulos externos, como bônus, salário, notoriedade e promoção para motivar o sujeito a perseguir o objetivo desejado. Cenários associados com a adoção desse tipo de motivação (não necessariamente bons) podem ser: superação individual, busca da vitória a todo custo, desculpas para resultados desfavoráveis, influência positiva de um indivíduo na motivação do time (contaminação da motivação) e frustação perante derrotas.

Motivação intrínsica é direcionada para a competência e a habilidade. Ela tem o objetivo de estimular o prazer pela tarefa. Valoriza principalmente a aprendizagem, a progressão pessoal e a competência. Deve ser usada para esses casos específicos, onde o desenvolvimento de um determinado skill, técnico ou gerencial, é o fator a ser trabalhado. Cenários associados com esse tipo de motivação (novamente, não necessariamente bons) podem ser: associação do resultado como conseqüência do esforço, prazer em estudar técnicas antes talvez consideradas difícies ou "chatas", sentimento de que está sendo "abusado" (puxado demais) e conseqüente desestímulo e o prazer em competir com outros mais competentes do que ele.

Por esse motivo sou um defensor convicto de que motivação não é uma palavra única, dada a diferença de conceitos que pode haver se estivermos falando em motivação extrínsica ou intrínsica.

Creio que os dois tipos de motivação podem ser trabalhados separadamente. Não concordo com a afirmação de Deci, Koestner e Ryan, que em um artigo famoso de 1999, afirmaram que recompensas tangíveis tendem a ter mpacto negativo na motivação intrínsica - artigo que influenciou muito a literatura a esse respeito. Embora isso seja uma grande discussão ainda sem um veredito, acho um absurso.

Bom, mas deixe-me agora apresentar uma colega de Pedro e Marcos.

Beatriz é uma programadora C# de 52 anos de idade. Cumpre bem suas tarefas, mas nega-se a fazer qualquer hora-extra. Não trabalha por dinheiro - tem dinheiro de familia - muito dinheiro. O projeto todo está atrasado e a equipe, rodando SCRUM e o bentido empowerment, decide por si só que deve trabalhar nos dois próximos fins-de-semana para colocar o projeto em dia. Beatriz lhe chama para uma reunião. Você já sabe do que se trata.

A reunião é daqui a 5 minutos. O que você vai falar para ela?

Dr. Zambol
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terça-feira, 1 de julho de 2008

Resposta do SAC da Nestlé

Se você chegou aqui agora, esse texto é uma continuação ao post "Ode e Ódio ao Nescau".

Prestem atenção a menção à palavra "evolução". Estranho um sabor ser considerado evolução, não?

Enfim, juro que amanhã volto a falar os assuntos de sempre :)

Segue abaixo a resposta do SAC da Nestlé.

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Zambol

Agradecemos o contato e seus comentários a respeito do Nescau. Para nós, é sempre muito importante conhecer a opinião de nossos consumidores e saber o que eles pensam sobre nossos produtos.

Gostaríamos de esclarecer que diversos fatores contribuem para o lançamento ou a alteração de um produto ou embalagem, dentre eles, destacamos as pesquisas realizadas, as opiniões espontâneas recebidas, que servem também como base para aprimoramento dos produtos e serviços.

Atualmente fabricamos o Nescau 2.0, uma evolução do Nescau Actigen-E, que foi desenvolvido com base em pesquisas realizadas com os consumidores e mantém a mesma qualidade do Nescau conhecida e apreciada pelos consumidores.

Aproveitamos para informar que no momento temos na linha Nescau as seguintes variedades: Nescau 2.0, Nescau Power, Nescau Light e o novo Nescau Nutri Júnior.

Reiteramos nossos agradecimentos e ressaltamos que nosso Serviço é um canal aberto para todos os consumidores atentos como você, sempre dispostos a colaborar com observações. Sua manifestação será encaminhada às áreas de interesse, para conhecimento e consideração.

Atenciosamente,

SERVIÇO NESTLÉ AO CONSUMIDOR