sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sexo, Poder e Território

Não sejamos ingênuos. Tudo gira em torno de sexo, poder e território. Alguns poderiam equivocadamente querer incluir dinheiro na equação. Mas não. Dinheiro é apenas um meio para conseguir uma das três coisas acima.

Você pode dizer: "Absurdo! Trabalho apenas para ter o suficiente, ter um carrinho confortável e viver em paz com a minha esposa". Se você disse ou pensou isso, apenas confirmou o que estou falando: você ainda quer território (sua casa), sexo (viver em paz com sua esposa) e poder em forma de conforto. Sim, conforto é uma forma de poder. Por exemplo, exige tempo para si e tempo para viajar - e tudo isso é impossível se você não tiver poder para tê-los (por exemplo, se seus vizinhos lhe incomodam toda hora, se seu filho é atacado diariamente por assaltantes ou se seu chefe sempre lhe liga as 3 horas da manhã).

Não estou querendo dizer com isso que o altruísmo não existe. É claro que as pessoas ajudam umas as outras sem pedir nada em troca algumas vezes. Existem milhões de pessoas boas no mundo. Não me entenda mal. Quando digo que o mundo gira em torno desses três atributos, estou dizendo que a base das ações e comportamentos será essa. Ainda existem pessoa boas e más. Ainda existem os que querem poder de matar seus inimigos e outras que só querem o poder de viajar uma vez ao ano e ficarem tranquilas em casa, bem como existem pessoas que se contentam com uma pequena parcela de território (uma casa pequena, por exemplo) mas usarão de toda influência e recursos que possuem para conseguir poder e sexo. Minha afirmação não denigre em nada a raça humada.

É claro que no ambiente de trabalho isso não seria diferente. Tudo gira também em torno de sexo, poder e território. E não pense que o sexo no serviço significa apenas "ir as vias de fato". Muitas pessoas usam o puro poder da sedução para serem promovidas. Também não pense que o poder aqui significa que todos querem ser CEOs e estão querendo tomar o seu lugar. Cada um tem um nível de ambição em relação a esses três fatores e quanto mais você entender o que move cada pessoa a sua volta, mais rápido você consiguirá entender como agir com eles em cada situação específica.

Eu mesmo demorei muito tempo para perceber isso. E a ingenuidade me custou algumas situações onde já entrei como perdedor, com o pensamento errado. Depois que li sobre esse assunto, comecei a tentar encaixar as situações do dia-a-dia nessas três categorias e, espantosamente, 99% das vezes elas tinham um lugar bem certinho dentro dessas categorias.

O mais interessante é que nosso cérebro já possui conexões específicas para visualizar coisas desse tipo: ver onde somos ameaçados ou se estão tentando nos trapacear, por exemplo.

Veja as quatro letras abaixo. Cada letra representa uma carta que possui números de um lado e letras do outro. Quais cartas você deve virar para garantir que a afirmação "Todo D tem um 3 atrás" é verdadeira nesse conjunto?

Carta 1: D
Carta 2: F
Carta 3: 3
Carta 4: 7

Se você errou, não se preocupe. Está junto com 90% da população. Agora imagine que as cartas abaixo possuem de um lado o que a pessoa está bebendo e do outro a idade que possui. Quais cartas você precisa virar para saber que todas pessoas que bebem álcool tem 18 anos ou mais?

Carta 1: "Bebendo Álcool"
Carta 2: "Bebendo Coca"
Carta 3: "25 anos"
Carta 4: "16 anos"


75% das pessoas consegue acertar esse segundo teste, embora a lógica seja exatamente a mesma do primeiro problema. Somente a primeira e a última carta devem ser viradas.

A explicação mais provável até hoje para essa discrepância de acerto entre os dois problemas é que nosso cérebro já possui conexões prontas para trabalhar com lógicas de grupo de pessoas, pois o homem teria sobrevivido exatamente porque conseguia identificar os enganadores. O primeiro problema, embora use a mesma lógica do segundo, não consegue usar as conexões de grupo do nosso cérebro.

Convido o leitor a fazer o mesmo exercício que fiz: tente colocar as situações do dia-a-dia nessas três categorias. É um exercício que me fez reforçar algumas conexões perdidas. Me fez crescer e entender o que move algumas pessoas e, consequentemente, como agir mais rapidamente perante algumas situações difíceis.

Dr. Zambol
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