quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Que venha o Sol


O sol estava de rachar e a temperatura beirava os quarenta graus, tudo que os banhistas queriam durante o feriado de Ano novo em Balneário Camboriú. Quente demais para o meu gosto, mas não sou parâmetro. Na subida do morro para a praia Brava um sorveteiro pedia carona. O suor escorria da cabeça calva do sujeito, já castigada pelo sol. Minha cunhada se compadeceu e resolveu parar. Dentro do carro a conversa foi mais ou menos assim:
- Calor hein Tio? Deve ser dureza trabalhar com um sol desses.
O homem sorriu e respondeu:
- Que nada, não podia estar tempo melhor. Quanto mais calor, mais eu vendo sorvetes.
- Mas na praia Brava não tem nenhuma árvore, aqui pelo menos o senhor pode ficar na sombra dos prédios.
- Melhor ainda, lá na Brava que é bom. O pessoal aqui que fica na sombra dos prédios não sente tanto calor e não compra tanto sorvete. Se dependesse de mim, mandava tirar todos os prédios da beira da praia.

Ao deixarmos o picoleiro no outro lado do morro eu fiquei pensando que o Abílio Diniz deve ter um pensamento parecido. Enquanto todos anunciavam o final do mundo em 2009 (que deve ficar mesmo para 2012), ele comprou o Ponto Frio e na sequência as Casa Bahia. Crise? Ele deve dar risada quando alguém fala disso. Realmente, as oportunidades estão aí para os que sabem aproveitá-las.

O fato é que, se depender das previsões, 2010 deve ser um ano de praias ensolaradas e calor de quarenta graus para todos os sorveteiros desse país. O que vai fazer diferença é a maneira com que  cada um encara essas oportunidades. Ralar ao sol ou ficar encostado na sombra de um prédio é a decisão que deveremos tomar. Para os acomodados de plantão vão continuar existindo as desculpas fáceis, como no artigo que encontrei na Internet um dia desses, intitulado "As 12 Razões para Não Vender", sabe qual é a primeira? Janeiro.

Mas, para fazer de 2010 um grande ano três coisas são necessárias:
1. Postura: Ficar sentado ou Arregaçar as mangas e enfrentar o mundo. Tem uma frase de Thomas Jefferson que sintetiza esse pensamento: "Quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho"
2. Objetivos: Já diz a velha máxima: De nada vale um mapa para que não sabe onde quer chegar. Trace os objetivos a serem perseguidos e acompanhados ao longo do ano.
3. Planejamento: Objetivos sem planejamento viram conversa de botequim. Um bom plano deve se desdobrar em ações concretas, com metas e acompanhamento.

Finalmente, vale ficar atento, pois, os anos de bonança são tão perigosos quanto os de crise para empresas e pessoas. A pergunta que temos que responder é a seguinte: Estou surfando ao lado dos outros essa onda de prosperidade ou me destacando por minhas próprias braçadas? Para não ficar na dúvida a saída é sempre nadar o mais rápido que se pode.

Um grande 2010 para todos nós.

[]s
Jack DelaVega