segunda-feira, 16 de abril de 2007

A bala

Em Março de 1981, pouco mais de sessenta dias depois de ser empossado presidente, Ronald Regan sofreu uma tentativa de assassinato. Durante três intermináveis segundos o atirador disparou seis balas, uma das quais acertou o presidente de ricochete, as demais acabaram por acertar outros três homens. Porém diferente da tragédia de Dallas, a tentativa de assassinato à Regan acabou frustrada devido à participação do agente do serviço secreto Timothy McCarthy, que bravamente atirou-se na frente das balas, salvando assim a vida do presidente.

Ainda que possamos questionar o heroísmo de McCarty, sob a alegação de que ele estaria apenas cumprindo o dever de proteger a vida do presidente, não podemos negar que ao fazer o seu trabalho ele foi contra a natureza de auto-preservação humana.

Parece exagero, mas por várias vezes no meu dia-a-dia me deparo com pessoas como McCarty. Desenvolver sistemas pode não ser uma profissão tão excitante como proteger a segurança de um presidente, mas certamente é tão perigoso quanto. Confesso que nem sempre entendo as motivações dessas pessoas, talvez um sentimento profundo de responsabilidade com o dever, uma ânsia de fazer a coisa certa custe o que custar, ou simplesmente uma paixão incondicional pelo que fazem. Não importa, o certo é que não podemos prescindir de pessoas assim ao nos suportando, nos tornando mais seguros e mais fortes para que possamos seguir em frente.

É um pouco de ingenuidade da minha parte, mas saber que posso contar com pessoas assim ao meu lado me faz pensar que alguma coisa estou fazendo certo. Espero corresponder à altura, precisamos de mais presidentes saltando na frente de balas para proteger o seu time.

[]s
Jack DelaVega