segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Inovação - Esse monstro de 7 cabeças

Inovação é mais um tópico que veio à tona com força conforme a crise econômica mundial avança. "As empresas mais inovadoras conseguirão suportar a crise", já li em alguns jornais. Ahã, sei. Acho que se alguém tivesse a fórmula para suportar a crise já estaria fazendo bastante dinheiro. Aqui entre nós: inovação é um monstro de 7 cabeças para a maioria das organizações.

Muita gente acha que inovação é sinônimo de idéias geniais. Apple, Amazon, Google, e até exemplos mais próximos da gente, são sinônimos de inovação. É produto da cabeça de pessoas com inteligência acima da média, trabalhando em alguma empresa 'cool' e ganhando rios de dinheiro para ficar pensando em iPods, web sites e coisas do gênero enquanto jogam video-game e comem M&M's. Bom, se tem uma coisa que a tal crise vai acabar rapidinho é com video-game e M&M's.

Para começar existem várias escalas diferentes quando o assunto é inovação. Inovação de produto, de processo, de modelo de negócio, enfim, depende de onde você quer introduzir inovação na organização, e das oportunidades que você enxerga. Inovar em grande escala, no nível de modelo de negócio, não é para qualquer um e não é do dia para a noite. Gosto do livro dos caras do INSEAD sobre esse assunto: "A Estratégia do Oceano Azul". Se o seu interesse é criar novos mercados, e portanto trabalhar sem concorrência, é um bom começo.

Mas eu tenho certeza que a maioria está mais interessada no básico, que normalmente tem a ver com inovação de produto ou serviço. Claro que isso sempre pode ser ajudado por idéias geniais, mas o básico por trás do processo de inovação não tem nada de especial não. Tudo começa com as idéias, a geração de possibilidades. Mas nenhuma empresa via criar inovação só com idéias. Ela tem que ser boa em priorizar e financiar essas idéias. E depois, obviamente, tem que ser boa em converter as idéias em produtos. Muita gente fala do Google e em como eles geram produtos e serviços fantásticos um atrás do outro. Claro que boa parte disso são aqueles 20% de tempo que os engenheiros têm para trabalhar nas suas idéias. Mas eu diria que o Google inova com tanta frequência principalmente porque tem um canal extremamente azeitado para, a partir de uma idéia, rapidamente introduzir um novo produto e capitalizar em cima dele. A mesma coisa para a Apple e empresas do tipo.

Simples, não? Nem precisa de video-game e M&M's...

Reggie, the Engineer.
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