quarta-feira, 4 de julho de 2007

Meu Partido, Meus Valores

Esses dias tive a sensação de estar sendo chato. Eu e mais 3 gerentes havíamos combinado de seguir uma estratégia específica. A estratégia era simples, tinha a ver com o social, nenhuma coisa muito difícil de seguir. Não entrarei especificamente no significado da estratégia porque não é o assunto desse Post – o tornaria muito longo. O que é importa aqui é o que se faz com a estratégia...

Para mim, estratégia define o rumo das ações – todas as ações relativas aquele assunto. Afinal, se não for assim, não temos nada, nem direção. É assim no xadrez, é assim na vida e certamente deveria ser assim no trabalho.

O problema que houve tem muito a ver com o Brasil, onde não existem mais partidos políticos. Direita e esquerda não têm mais significado algum. Quando alguém entra em um partido, o que ele quer é ganhar. As idéias lá compartilhadas nada significam para ele. O partido de todos é um só: o SEU. Se ele ganhar, vota a favor. Se ele perder alguma coisa, vota contra. Não importa o que é certo ou que é errado.

Mas voltando a reunião, o que me decepcionou é ver que essa característica da política está presente no ser humano de forma tão elevada que, quando este se sente ameaçado, esquece tudo. Diretrizes, estratégias e idéias por trás daquilo não fazem mais diferença. É como se uma luz vermelha dentro do estômago ligasse e fizesse abortar tudo. O corpo entra em modo de proteção.

O que houve na reunião foi exatamente isso. A estratégica montada foi por água abaixo porque comprometia a segurança de algumas pessoas naquela reunião. Elas estariam perdendo. A luz vermelha do estômago acendeu-se e o modo de proteção entrou em ação. Fui contra a natureza e insisti na estratégia. Fui chato mesmo, batendo no ponto. Mas as decisões já haviam sido tomadas, não havia caminho de volta...

Saí da reunião atordoado, mas com uma lição aprendida. A estratégia montada estava errada ou muito mal comunicada. Não pode haver uma estratégia onde os decisores envolvidos percam, a não ser que tenha ocorrido a análise de alguns cenários e o grupo decisório tenha acordado e assinado em ata que seguirão aquela estratégica independentemente do quão afetará pessoalmente eles. Se não for assim, na hora que as pessoas sentirem que a estratégia pode estar jogando contra eles, mesmo que seja o certo a fazer, irão abortar e apagar a estratégia.

Lembre-se disso: a estratégia deve levar em conta o modo de proteção do ser-humano, e isso deve ficar claro a todos. Caso contrário, ela pode se voltar contra você e talvez nunca mais encontre o caminho de volta para casa...

Dr. Zambol
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