segunda-feira, 9 de julho de 2007

O que você vai ser quando Crescer?

Luis tem um irmão um ano mais velho que ele, os pais são arquitetos. Na infância entraram na escola praticamente juntos. Na volta da escola costumavam mostrar os desenhos que faziam na aula para os pais.
- Foi aí que eu descobri que nunca seria um Arquiteto. Ele me conta resignado. Os desenhos do meu irmão eram incríveis, enquanto tudo que eu conseguia fazer era aquela casinha com uma árvore do lado.
Mas se descartar arquitetura foi fácil, escolher outra opção foi obra do acaso.
- Não sabia exatamente o que fazer no vestibular com arquitetura fora, engenharia acabou caindo por terra também, não iria agüentar as piadas em casa. Medicina? Nem pensar, não suporto ver sangue. Como também não sabia o que era informática, resolvi apostar.
Uma opção acertada, diga-se de passagem, Luis é um dos melhores profissionais com quem já trabalhei.

Mais da metade da turma que iniciou a faculdade comigo pensava como ele, eu inclusive. Mas o que realmente me assusta é que, enquanto no passado optávamos por TI por não saber do que se tratava, hoje vejo muita gente optando por pensar se tratar de outra coisa.

- Hmm, gosto de usar e-mail, IM, Orkut, jogos de computador. Tá aí! Já decidi o que quero fazer da vida.

O resultado disso são as barbaridades que a gente escuta no mercado, como essa que descrevo a seguir. Estava entrevistando estagiários para algumas vagas de programador, o candidato em questão cursava o quarto semestre. Fiz aquela pergunta padrão, sobre quais eram os planos de carreira dele:

- Olha, pra falar a verdade já estou um pouco cansado de programar, quero mesmo é trabalhar como analista ou gerente de projeto.

Me chamem de old-school, mas recusei o sujeito na hora. Outro gerente resolveu apostar. Quem sabe para trabalhar com desenvolvimento de software não é preciso gostar de programar mesmo. Talvez pra ser gerente de TI não seja preciso entender de informática, mas isso é assunto para um outro post.

[]s
Jack DelaVega