quarta-feira, 16 de junho de 2010

Apagão de Talentos - Parte 2


Esse texto é resposta ao e-mail publicado na semana passada. Se você não leu confira aqui.

Meu Amigo: 

Primeiramente gostaria de agradecer os seus comentários e o e-mail que nos enviou. O assunto não poderia ser mais oportuno, por todo lugar ouço gestores e profissionais de RH falando do tal "Apagão de Talentos". O fato é que não existe mágica, o mercado de profissionais é limitado e formar gente nova leva tempo, portanto, em um cenário como esse a saída normalmente é buscar gente em outras empresas, principalmente, as que investem na qualificação de seu pessoal.

Ouvindo a sua história lembrei da Teoria dos Dois Fatores. Ela foi desenvolvida pelo psicólogo e professor de gestão Frederick Herzberg, e basicamente classifica motivação em dois fatores, Motivacionais e Higiênicos. 

Os fatores Higiênicos são aqueles os quais a presença não motiva, mas a ausência desmotiva. Exemplo: ninguém vai trabalhar mais motivado por que o ar condicionado do escritório funciona bem, mas quando ele deixa de funcionar em um dia quente o efeito é inverso. Fatores pobres de higiene impactam negativamente na motivação, porém, bons fatores e higiene não atuam como motivadores.

Já os fatores Motivacionais são aqueles, o próprio nome já diz, que aumentam a nossa motivação. Dentre os quais podemos citar os desafios associados a uma determinada função, a sensação de fazer parte de algo maior e as oportunidades de aperfeiçoamento pessoal e profissional.

O detalhe, que algumas pessoas desconhecem, é que salário é um fator higiênico e não motivacional. Tudo bem, podemos argumentar que essa teoria foi criada nos anos 50 e teria pouca aplicabilidade nos dias de hoje, principalmente quando falamos de profissionais de alto valor agregado ou os membros da famosa "Geração Y". Pelo contrário, estudos recentes comprovam que essa teoria é está mais atual do que nunca, como explica o meu texto Motivação 3.0.

Eu acredito que a decisão de trocar de emprego está normalmente associada a um desses dois fatores, minha empresa não apresenta os fatores de higiene necessários levando a desmotivação, ou, não apresenta fatores motivacionais suficientes. Honestamente, o que mais me preocupa no cenário que você descreveu é a falta de ferramentas de retenção e a postura assumida pelos gestores, isso sim, pode gerar uma verdadeira evasão de profissionais quando o mercado está aquecido.

De qualquer forma, mais importante do que tudo, do que qualquer circunstância de mercado, é o planejamento de carreira. Quem planeja a carreira está preparado para tomar as decisões certas quando as oportunidades aparecem, enquanto os outros são apenas levados pela maré.

Um grande abraço
Jack DelaVega

__________________________________________________________________