quarta-feira, 20 de maio de 2009

Disfunções Gerenciais

No ano passado escrevi um post intitulado Gerenciando para Cima, que descrevia uma patologia gerencial na qual o gestor faz apenas o gerenciamento para o seu chefe, demonstrando os seguintes comportamentos: 
- Aceita as requisições dos seus superiores sem questionar, muitas vezes comprometendo sua equipe muito além da capacidade de entrega. 
- Imprime enorme pressão sobre a equipe para execução das metas irreais que foram prometidas. Um gestor que exibe esse comportamento considera que o time está sempre errado em suas reivindicações. 
- Não filtra a pressão que vem de cima: Uma das funções primordiais de um líder é atuar como um filtro de pressão, protegendo o time para que eles fiquem focados no que realmente interessa, o atendimento dos objetivos da organização. O Gestor que gerencia para cima atua normalmente como um “Amplificador de Pressão”, reforçando como serão trágicas as conseqüências da quebra do que foi acordado. 

Completam ainda o quadro das patologias gerencias os seguintes comportamentos:

Gerenciar para Baixo: Esse é o comportamento inverso ao descrito anteriormente. O Gestor que gerencia para baixo se preocupa excessivamente com a proteção e bem-estar da equipe. Um comportamento frequentemente verificado nesse caso é o típico: “Apenas o nosso time está correto e os outros estão sempre errados”. Um efeito colateral dessa patologia é que de fato o gerente não resolve muita coisa, porque aos seus olhos os problemas estão sempre do lado de fora. A equipe, nesse caso, acaba perdendo oportunidades preciosas para se desenvolver pois, muitas vezes, são tratados como um grupo de crianças mimadas pelos pais. 

Gerenciar para os Lados: Esse é aquele gerente que é o “amigão” dos colegas, sempre cedendo recursos da sua equipe para suportar iniciativas alheias, frequentemente  perdendo o foco da sua própria entrega. O oposto desse comportamento também tem consequências graves. É o caso do Gestor que não se relaciona bem com os seus pares, gerando um impacto direto na sua organização. Nessa situação o gerente frequentemente acaba isolado, sem conseguir o suporte político para realização dos seus projetos. 

É normal gestores assumirem uma determinada posição conforme as descritas acima. Porém, o que configura uma patologia é o excesso de tais comportamentos. Mas o que fazer se o seu chefe ou subordinado apresenta uma disfunção gerencial? Infelizmente, não existem soluções mágicas. Conversa e feedback continuam sendo as melhores ferramentas.

[]s
Jack DelaVega