quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Ídolos: Inclua-me Fora Disso

Estou atualmente nos EUA. Por aqui, tem muita gente indo a Memphis para cultuar Elvis Presley através de uma série de eventos que ocorrerão por lá. Nessa quinta-feira, fará 30 anos que ele morreu.

Esse assunto sempre me intrigou. Talvez porque sempre tenha tido uma dificuldade muito grande em ter ídolos, mesmo naquelas áreas que mais gostava, como na informática e no xadrez.

A definição original de ídolo retrata o culto ao divino. Entretanto, há muito esse termo já é usado para retratar a adoração a algumas pessoas. Se restringirmos nosso universo de análise, ainda assim conseguiremos provavelmente encontrar ídolos. O universo empresa, por exemplo, quase sempre possui um ou mais ídolos. Você já parou para analisar quem são os ídolos em sua empresa?

Se você nunca o fez, faça. Se ninguém da alta gerência é “cultuado” (ou seja, é tido em altíssima estima, seja pela sua inteligência ou pela sua liderança), você tem um provável problema de motivação e medo. A desmotivação é causada pela falta de crença nas direções tomadas pela empresa, que sempre são refletidas em ações individuais em algum ponto. O medo é causado principalmente pela falta de perspectiva na empresa, afinal, num mercado tão competitivo como o de hoje, quem não tiver um grande diferencial está fadado ao fracasso.

Aliás, é por isso que gerentes e diretores são cobrados nesse sentido. Em empresas que possuem pesquisa de clima organizacional, geralmente uma pergunta é incluída a respeito. E a gerência é cobrada quando esses números estão baixos.

Mas enquanto você tem que mostrar a sua equipe que a alta-gerência está fazendo ações estratégicas (espero que esteja fazendo alguma, ao menos), um ídolo no nível do time tem um enfoque completamente diferente.

Se você não forçar em nada a situação, a tendência é que o ídolo no nível do time, infelizmente, não seja aquela pessoa trabalhadora, que chega cedo, sai cedo e resolve os problemas. Pelo contrário, geralmente será o piadista que atrapalha a concentração da maioria.

Um dos maiores trabalhos de um líder, ao meu ver, está em destacar os resultados e a carreira daqueles funcionários que resolvem os problemas e, claro, gratificá-los por isso. Caso isso não seja feito decentemente, os ídolos escolhidos pelo time podem ser aqueles com o perfil totalmente diferente do desejado – que atrapalham ao invés de ajudar, são negativos ao invés de positivos, e desmotivam ao invés de motivar.

Aí sim, você terá que invadir Berlim e entrar no bunker do ídolo para dar por acabada a sua era...

Dr. Zambol
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