terça-feira, 8 de maio de 2007

Pai Rico, Filho Nobre, Nerd Pobre

Você certamente conhece a história: pessoa altamente inteligente, que resolve problemas difíceis como ninguém. Indispensável para qualquer equipe. Entretanto, está lá - empacado em sua carreira. Não saiu e nem tem muitas chances de sair da carreira de desenvolvedor. Às vezes nem sênior é. Assim o será para sempre...

Há algum tempo atrás meu amigo Reggie postou sobre os Pavões. Pavões são aquelas pessoas que só se vendem e, na real, são ocos. E quando têm conteúdo, são podres.
Pois bem, Nerds geralmente tem a característica oposta. Tem um conteúdo intelectual incrível, que chega a transbordar do seu corpo. Entretanto, como geralmente são introvertidos e anti-sociais, acabam sendo penalizados, e muito, pelo jeito de ser.

O que me assusta é que cada vez vejo mais nerds empacados e mais pavões subindo de cargo. Onde será que estamos errando?

Não tenho a resposta correta, mas sei de dois pontos que merecem atenção.

O primeiro é a carreira Y. Por que talentosos desenvolvedores têm que se distanciar de seu dom para conseguir um salário melhor? Na carreira Y, desenvolvedores podem subir mais e mais na carreira técnica, ganhando tanto quanto gerentes ou até mesmo tanto quando diretores. Nos EUA isso é comum. Conheço um arquiteto cujo salário é invejado por qualquer gerente. E pasmem. Às vezes eles são gerenciados por pessoas que ganhem menos do que eles. Por que não? Cada um tem a sua responsabilidade e meta.

O segundo ponto é relativo a Soft Skills: liderança, resolução de conflitos e oratória, entre outros. Porque não investimos no treinamento de Soft Skills em Nerds? Mesmo uma carreira técnica necessita, e muito, de habilidades como essa. Além de cursos, uma solução é expor a pessoa introvertida a palestras. Às vezes a simples exposição e toda preparação necessária faz com que a introversão como um todo comece a acabar. Acredite, o nerd que vos fala tem muito a agradecer ao seu primeiro chefe no serviço federal de processamento de dados por isso. Desde lá, acabei me tornando um rato de dar palestras e cursos.

Talvez eu esteja falando o óbvio. Mas é só quando se grita o óbvio, bem alto, é que você acaba sendo ouvido – inclusive pelos gerentes cafetinos.

Dr.Zambol.
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