quarta-feira, 9 de maio de 2007

Estratégia em TI: construir ou comprar?

Recentemente me envolvi em uma discussão sobre o que seria melhor: construir seu próprio software ou comprar software pronto. Fico normalmente indignado com esse tipo de debate, porque ele normalmente não leva a lugar algum. Obviamente cada caso é um caso e fico impressionado como as pessoas não conseguem ter bom senso.

Dentro de uma organização de TI, a qual está inserida em um contexto maior, a opção entre comprar ou desenvolver um software deveria ser analisada para cada necessidade de maneira individual. Existem casos em que comprar um software pronto ajuda a aumentar a eficiência operacional. Nos casos de grandes pacotes de software (ERPs, etc), é comum que a implantação dos mesmos ajude a organização a ter seus processos de negócio mais alinhados com as práticas de mercado. Por outro lado, um software bem desenvolvido internamente pode oferecer vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Ele pode ser mais aderente ao modelo de negócio.

O que me deixa chateado é que encontrar pessoas com esse tipo de bom senso na hora de escolher como automatizar um conjunto de processos de negócio dentro de uma organização parece ser cada vez mais como encontrar uma mosca branca. Comprar ou desenvolver software, seja qual for a sua escolha, não pode virar uma moda, um jargão, um lema dentro da empresa. Esse tipo de decisão deveria fazer parte de uma estratégia maior. Confesso que me motivei a escrever esse post depois de perceber que eu teria que projetar o 4o aplicativo de arquivamento de dados (database archiving) da minha vida. Que vantagem competitiva eu posso oferecer à organização ao desenvolver esse software quando poderia comprá-lo? Exatamente que processos de negócio eu estaria impactando positivamente ao construir esse software? Como eu falei, às vezes temos pouquíssimas pessoas fazendo essas perguntas dentro de um setor de TI.

Enfim, esses tempos li uma tirinha do Dilbert na qual o CEO da empresa explicava a um subordinado o que era estratégia. Ele basicamente dizia que estratégia era centralizar tudo caso as coisas estivessem distribuídas, ou distribuir tudo caso as coisas estivessem centralizadas. Por incrível que pareça, tem gente que aborda decisões importantíssimas como comprar ou construir um software com a seriedade do Scott Adams.

Reggie, the Engineer.
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