terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Seu Projeto de Carreira - Parte 2

Esse é o segundo texto da série Seu Projeto de Carreira, você pode ler o primeiro aqui.

Pois bem, se você já sabe aonde quer chegar está na hora de montar um plano de carreira. Antes disso, porém, é preciso apresentar o conceito de Stakeholder, também oriundo do gerenciamento de projetos. Stakeholder é qualquer pessoa ou organização que tenha interesse ou seja afetado pelo projeto. Como gestor da própria carreira você é o principal Stakeholder. Até aí tudo bem, o detalhe é não esquecer dos outros Stakeholders e garantir que os objetivos deles estejam alinhados com os seus. Exemplo: O seu projeto de carreira pode em algum momento demandar relocação, levando você a mudar de cidade ou mesmo de país. Nesse caso é importante discutir o impacto dessa decisão com seus familiares.

Voltando ao plano, em essência um bom plano de carreira é composto por quatro partes:

1. Objetivos: Conforme falamos no texto anterior, os objetivos são o detalhamento de onde se quer chegar. Traduzindo para a nossa metodologia, na qual o a carreira é gerenciada como um projeto, eles são o escopo do seu plano de carreira. Uma dica quando detalhar objetivos de carreira é focar na atividade e não no cargo propriamente dito. Cargos vem e vão, não deixe que eles definam ou limitem suas ambições profissionais.

2. Gaps (deficiências): Tão importante quando definir objetivos é ter bem claro o que falta para você atingi-los. Esse é o momento de ser honesto consigo mesmo. Esses gaps podem ser em diversas áreas, dentre elas: experiência, formação, competência, entre outras. Não se preocupe se a lista for longa, todos temos deficiências que devem ser atacadas durante o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. O importante aqui é listar os mais importantes e priorizá-los nas ações definidas a seguir.

3. Ações: Uma vez definidos os objetivos e os Gaps fica fácil traçar ações, uma vez que elas devem ser justamente focadas em cobrir suas deficiências em direção aos objetivos desejados. Nesse item é importantíssimo que as ações sejam SMART: Específicas, Mensuráveis, Atingíveis, Relevantes e de Tempo Determinado. Caso contrário o plano corre o risco de cair no esquecimento. Como diria um conhecido meu: "Um plano sem ações concretas vira conversa de botequim".

4. Acompanhamento: Todo bom plano deve ter pontos de checagem, também conhecidos como Milestones. Esses pontos nos ajudam a avaliar a evolução do plano frente aos objetivos e fazer os ajustes de curso necessários. Determine um cronograma de revisão do plano para garantir a sua execução adequada.

Complicado? Nem tanto, vamos juntar tudo isso em um exemplo:

Objetivo:
- Atuar Gerenciando Projetos em dois anos

Gaps:
- Experiência prática em gerenciamento de projetos
- Conhecimento teórico na área
- Liderança

Ações:
- Fazer um curso de formação em gerenciamento de projetos. Prazo: Jun/2011
- Conseguir um coach na área de gerenciamento de projetos e liderança. Prazo: Dez/2011.
- Gerenciar projetos comunitários em ONGs ou Associações de classe. Prazo: Mar/2012.
- Atuar como assistente de projetos na empresa atual, ficando responsável pelo projeto durante as férias do gerente. Prazo Mai/2012.
- Obter a certificação PMP (Project Management Professional). Prazo: Jul/2012.

Esse é apenas plano simplificado, mas serve para demonstrar a estrutura de um bom plano de carreira. Construído o plano o próximo passo é fazer o acompanhamento periódico dele e das ações definidas. Como eu disse anteriormente, não se preocupe se o plano mudar, isso vai inevitavelmente acontecer, mas não deixe de fazer os ajustes necessários ao longo do curso. Uma dica final: 80% do nosso aprendizado acontece em situações reais, ou seja, no dia-a-dia de trabalho, apenas 20% vem de treinamentos. Lembre disso na hora de definir as ações do seu plano e busque ao máximo a experiência prática.

[]s
Jack DelaVega


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