segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Líderes, Acomodação e Três Passos para a Transformação

Todos temos uma tendência a se acomodar. Isso é do ser-humano - praticamente uma necessidade biológica para economizar energia. Você certamente já foi para o serviço ou para casa e, quando chega lá não se lembra nem como chegou lá. O que aconteceu? Você "se acomodou" em relação a dirigir para o trabalho ou para casa. O cérebro gasta muito menos energia em coisas automatizadas ou "acomodadas", assim, você pode pensar em outras coisas ao mesmo tempo - como hobbies ou qualquer outro assunto. O inverso também é válido. Quando o seu trabalho lhe exige muito devido a mudanças no time ou simplesmente porque a carga está muito pesada devido ao acúmulo de trabalho, você chega em casa e não conseguiu pensar em mais nada - nem em você mesmo. Já passou por isso também? Você aprende e evolui um monte durante o seu dia-a-dia, pois pensa em várias soluções para vários problemas diferentes, mas deixa de lado sua vida pessoal e pode causar um stress sem volta.

Pois bem, a máxima é válida: qualquer extremo tende a ser ruim. E nesse caso, temos que buscar o equilíbrio.

O problema que venho falar hoje é que a "acomodação" é muito comum em cargos de liderança e gerência, como bem destaca a última Harvard Business Review. Talvez seja pelo fato do "chefe" ter um time à sua disposição e conseguir executar a "silivração", digo, a delegação. Talvez seja pelo fato de que, por ser uma ciência não-exata, leitura de livros e cursos podem parecer não ter um efeito direto sobre o dia-a-dia (uma grande falácia, por sinal). Tseja simplesmente porque se sentem bem onde estão e parem de trabalhar em seu próprio desenvolvimento. Ou talvez, e o mais provável, é que eles simplesmente não sabem mais como e por onde evoluir: não entendem o que precisam fazer para se tornar realmente efetivos e não entendem o que seria o próximo nível para o time que chefia (e portanto não fazem a mínima idéia dos próximos passos para levar o time para lá). Seja como for, em pouco tempo o gerente torna-se não criativo e tende a dar soluções automatizadas para todos desafios. Sim, torna-se um chefe no mínimo medíocre.

Infelizmente, vamos conviver com pouquíssimos chefes brilhantes, alguns bons, uma horda de medíocres, alguns ruins e pouquísimos terríveis: nessa vida se consegue de tudo, exceto fugir da curva normal e da Lei de Lavoisier.

Os três simples indicados pelo artigo são simples, mas essenciais para manter-se um líder ativo e útil tanto para o seu time como para seus chefes.


  1. Auto-Gerência: um gerente em uma escala menor da de um político é uma pessoa pública. Quem você como pessoa, o que você pensa e sente, as crenças e valores que direcionam sua ações e especialmente como você conecta-se com as outras pessoas influencia todos à sua volta. Todos os dias estarão lhe observando e perguntado "posso confiar nessa pessoa?". O nível de comprometimento no projeto, o quão satisfeito estarão no dia-a-dia e o quanto estão dispostos a aceitar sua influência dependerá muito do quanto confiam em você. Você tem que gerar essas confiança em seu time, pois ela é a base de qualquer outra coisa. E confiança, só se consegue entendendo o que o time está fazendo, apoiando-o onde for necessário, contribuindo para o resultado final e, principalmente, deixando a meta clara para todos e removendo qualquer impecilho para que o time execute a meta.

  2. Gerência de sua Rede. Gerência é muito mais que fazer uma grande apresentação com uma grande ideia para um grande problema. Tenho certeza que você já passou por essa situação (seja como protagonista ou como expectador): uma grande ideia é apresentada em um fórum gerencial e a ideia é descartada depois de apenas alguns minutos. E mais, quando perguntado porque fracassou, a resposta provavelmente será "porque eles não sabem o que estão fazendo". Será que a pessoa falou com os membros da reunião individualmente antes? Será que ele entende que uma decisão gerencial tem um alto grau de política envolvida e só com boas intenções, se não se entender o jogo político da empresa, não se chega a lugar nenhum? Pois bem, é disso que estamos falando aqui. Gerente sem gerência da sua rede não vai longe - muito menos consegue benefícios e apoio para os projetos do seu time. Opa, disso já falamos no ponto anterior.

  3. Gerência do Time. Um time é caracterizado com um grupo de pessoas - e é dessa forma que deve ser gerenciado. Gerenciar cada indivíduo sem pensar na gerência do time como um todo é fórmula certa para o fracasso de qualquer gerente. Muitas pessoas se esquecem do verdadeiro valor de um time, onde muitas vezes até a gerência de comportamentos específicos de certos indivíduos é mais fácil do quando lidada individualmente - afinal, todos somos criaturas sociáveis e queremos ser aceitos no grupo. Meta e motivação funcionam infinitamente melhor através do espírito de equipe. A competição saudável fará crescer não só o indivíduo em si como o time como um todo.

Se são passos tão simples, porque a maioria de nossos chefes esquece deles? Porque muitas vezes esquecemos nós mesmos deles?

Agora que já falamos sobre os itens necessários para o seu crescimento, você não tem desculpa de dizer que não sabia. Se for necessário, cole um bilhete no seu cube ou escreva-os em algum lugar que possa consultar de vez em quando. Eu já o fiz ontem mesmo.


Dr. Zambol
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