quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Gerente, Descanse em Paz

Eu não sou da geração Y, sou um pouco mais velho. É justamente esse pouco que me coloca no gap entre o X e o Y. Apesar disso, venho trabalhando com equipes Y há bastante tempo e acredito que parte do meu estilo profissional foi moldado pela relação com esses profissionais. Exatamente por esse motivo, uma pergunta que sempre me preocupou é a seguinte:
Como gerenciar profissionais que são, em grande maioria, mais inteligentes que você? Que tem mais facilidade de buscar informação? Pessoas com um futuro brilhante, que seriam estrela em qualquer profissão que escolhessem.

Demorei um pouco a chegar a uma resposta simples: Não é possível "gerenciar" esses profissionais, pelo menos se levarmos em conta o sentido tradicional da palavra. Explico: Tomemos a equação Resultado = Informação x Capacidade de Processamento. Onde Resultado diz respeito a efetividade profissional de um determinado indivíduo. Informação é o conhecimento necessário para a realização do trabalho e Capacidade de Processamento o ferramental intelectual, fundamental para resolução de problemas.

No passado, quando a informação era um ativo raro, seus detentores também concentravam o poder. Profissionais com acesso a informação dispunham de posição privilegiada e normalmente atingiam resultados superiores com maior facilidade. Mas isso acontecia nos remotos anos noventa, coincidentemente nessa época Gerentes eram as criaturas que reinavam soberanos nas empresas. Mas então, da mesma forma que um meteoro alterou o ecossistema terrestre, causando a extinção dos dinossauros, a era da informação chegou, chacoalhando tudo ao redor. Com o acesso a informação democratizado o velho gerente virou uma figura anacrônica. Veja bem, não estou de forma alguma menosprezando a experiência. Mas o que é a experiência senão um acúmulo de informação e o aumento de capacidade de processamento? Profissionais experientes entregam maiores resultados por que conhecem os "atalhos".

É importante então decretarmos de uma vez por todas o fim dos Gerentes, em especial aqueles que baseiam suas posições apenas em hierarquia, simplesmente por terem perdido a utilidade para as organizações atuais. Essa é a má notícia, especialmente se você é um deles. A boa é que com o gerente morto e enterrado, com o defunto fora do caminho, abre-se uma tremenda oportunidade para os verdadeiros líderes dentro das organizações. Falo daquelas pessoas que se destacam por suas atitudes e idéias, não por sua posição dentro do organograma corporativo.

Pense nisso quando estiver planejando sua carreira, mais do que nunca a liderança se tornou competência obrigatória para o profissional de hoje em dia. E o melhor, não é preciso cargo no crachá para começar a exercer essa liderança agora mesmo.

[]s
Jack DelaVega