quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cotas para Mulheres?

Muito se discute sobre "cotas", se é uma prática justa, quais os resultados a longo prazo, e tal. Mas o assunto não é exclusividade brasileira. Há algumas semanas atrás, uma manifestação de um representante da Comissão Européia (órgão da UE responsável por, entre outras coisas, políticas e legislação no âmbito da Comunidade) virou manchete nos quatro cantos do velho continente. Em outras palavras, Viviane Reding, comissária na área de direitos fundamentais, mandou um aviso às grandes corporações indicando que caso elas não ajam voluntariamente no sentido de equilibrar o número de homens / mulheres em seus boards, a comissão européia fará uma intervenção.

A verdade é que há um enorme desequilíbrio em relação ao número de homens e mulheres em cargos diretivos nas grandes corporações, pelo menos na Europa. Entre as maiores empresas, 89% desses cargos são ocupados por homens. No topo o desequilíbrio é maior ainda: apenas 3% das maiores empresas são dirigidas por mulheres.

Anteriormente ao pronunciamento da comissária já se notavam movimentações no sentido de um maior equilíbrio entre homens e mulheres no ambiente de trabalho. Em 2007, o governo espanhol aprovou uma lei que exige que companhias com mais de 250 empregados tenham 40% de mulheres em seus quadros. A gigante na área de telecomunicações Deutsche Telekom recentemente tomou a iniciativa de garantir que 30% de seus cargos diretivos sejam ocupados por mulheres. Similarmente, alguns governos regionais alemães aprovaram leis de cotas para mulheres. O próximo passo parece ser claramente uma lei de cotas para mulheres no âmbito da comunidade européia como um todo.

O que você acha? Você é contra ou a favor de cotas para mulheres nas organizações (sejam elas públicas ou privadas)? Muito se fala que as mulheres trabalham e, principalmente, lideram de maneira diferente dos homens. Especialistas afirmam que as mulheres são mais colaborativas e buscam situações ganha-ganha em maior escala do que os homens. Se tivéssemos mais mulheres em cargos executivos nos grandes conglomerados financeiros, será que teríamos passado pela crise que passamos?

Parece que dentro em breve, pelo menos na Europa, teremos a resposta sobre se mais mulheres nas organizações farão delas um lugar melhor, ou não.

Reggie, the Engineer (João Reginatto).
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