segunda-feira, 13 de junho de 2011

Reflexos do ambiente cultural na liderança

Aprendemos desde cedo a competir. Mais do que isso, aprendemos a gostar de competir, pois nos ensinam que a grande maioria das conquistas de nossa vida são obtidas por meio de uma competição. Dessa maneira, concluímos que é bom ser o melhor em alguma coisa, e por algum desvio na evolução humana, que ser o melhor é sinônimo de liderança.

Passam as gerações, as definições de certo e errado sofrem suas mutações naturais e então descobrimos que liderança é muito mais do que um conceito tão simplista como este, e até mesmo, que muitas vezes o líder nem sempre é aquele que melhor executa uma tarefa, mas sim aquele que sabe envolver a equipe, para que todos dêem o melhor de si.

O pensamento das novas gerações muda, as definições de certo e errado sofrem suas mutações naturais, mas as raízes do ambiente cultural o qual você cresceu e se desenvolveu permanecerão na geração passada. Valores que nortearam sua educação e influenciaram na formação de sua personalidade serão refletidos não só através de suas atitudes e palavras, mas também em habilidades e dificuldades que você terá com coisas e pessoas. Estamos constantemente equacionando novos e antigos valores.

Dentro deste assunto, faço questão de abordar o tema liderança, pois é um dos poucos momentos de nossa vida em que é possível assumir, oficialmente, o papel de Retransmissor de Valores (fora este, creio que só caberia dar o devido destaque aos pais e professores). O peso da responsabilidade deste papel se torna ainda maior quando se lidera pessoas que tiveram ambientes culturais diferentes do seu, ou mesmo se seus liderados estiverem em início de carreira, o que o tornará diretamente responsável por sua formação como profissional.

Por este motivo, todo líder deve sempre passar por uma profunda fase de aceitação de suas dificuldades, saber identificar quais delas podem ser advindas de um processo cultural, pois talvez o foco neste caso não deva ser a correção de um defeito, talvez essas dificuldades nunca consigam nem ser corrigidas. É questão de ter coragem para falar sobre o que está além dos treinamentos de liderança. Falar sobre personalidade, entendendo que liderança não é sinônimo de super heroísmo e que cultura é um fator que só se compreende quando se vivencia.

Beatriz Carvalho