quarta-feira, 30 de março de 2011

As Oito Regras do Google

No começo de 2009 o Google iniciou o Projeto Oxigênio. Não, essa não era mais uma plataforma para redes sociais, nem tampouco um daqueles projetos que de tão inovadores acabaram gerando mais frisson do que uso efetivo, como o Google Wave. O projeto Oxigênio tinha por missão atacar um problema compartilhado por milhares de outras companhias ao redor do mundo: Melhorar a qualidade dos Gerentes.

Após uma análise da realidade da sua força de trabalho o Google chegou a conclusão de que seus talentos deixam a empresa por uma das seguintes razões:
- Não se sentem conectados a missão da empresa e não percebem o valor no seu trabalho.
- Não gostam ou respeitam seus colegas.
- Tem um chefe ruim.

Dos três itens, o único sobre os qual a empresa poderia atuar efetivamente é o terceiro. Sendo assim, eles iniciaram um projeto para melhorar o desempenho de seus gerentes. Como se era de esperar de uma companhia de tecnologia, a empresa fez uso de ferramentas de data-mining, analisando revisões de desempenho, formulários de feedback e indicações para prêmios dos seus melhores gestores. Ao todo, foram analisadas mais de dez mil avaliações e coletadas mais de cem variáveis que influenciam diretamente os resultados de um gerente. As conclusões foram compiladas em um conjunto de oito regras, batizadas de “Comportamento Positivos”:

1. Seja um bom Coach.
2. Dê poder a sua equipe e não faça micro gerenciamento.
3. Demonstre interesse no sucesso e bem-estar dos membros da sua equipe.
4. Seja produtivo e orientado a resultados.
5. Seja um bom comunicador e ouça sua equipe.
6. Ajude os funcionários no desenvolvimento de carreira.
7. Tenha uma visão clara e estratégica para a equipe.
8. Possua conhecimentos técnicos necessários para aconselhar a equipe.

O que surpreende não é o resultado, que poderia ser obtido em qualquer livro de “Gerenciamento para Dummies”, mas o processo, que ratifica com dados o que já é de conhecimento geral à décadas. Além disso, a ação reforça um ponto levantado no meu texto anterior, sobre o impacto que bons gestores têm na organização que lideram.

Fica a pergunta: Se o Google, uma empresa líder de mercado, com uma das marcas mais valiosas do mundo, está preocupado com a melhoria da qualidade dos seus gestores, o que sobra para outras empresas? Até quando vamos continuar colocando a culpa na concorrência ao invés de resolver dentro de casa o problema da formação de gestores?

[]s
Jack DelaVega